Noite

Foto de Fredson Leite

Qual o preço do Amor?

Um menino, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:
- Pai, quanto o senhor ganha por hora?
O pai, num gesto severo, responde:
- Escuta aqui meu filho, isto nem a sua mãe sabe. Não amole, estou cansado!
Mas o filho insiste:
- Mas papai, por favor, diga, quanto o senhor ganha por hora?
A reação do pai foi menos severa e respondeu:
- Três reais por hora.
- Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?
O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
- Então essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais!
Já era noite, quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo.
Querendo descarregar sua consciência doida, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:
- Filho, está dormindo?
- Não, papai! - o garoto respondeu sonolento e choroso.
- Olha, aqui está o dinheiro que me pediu: Um real.
- Muito obrigado, papai! - disse o filho, levantando-se e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama.
- Agora já completei papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?

Você conhece alguém assim? E você? Será que está ao menos dando a chance às pessoas que te amam de comprar um hora de seu precioso tempo?

Foto de Lorenzo Petillo

Noite de Outono

Assim com tal demora e zêlo
Apresentei-me perante ti com tanto anseio
Que chegara a quase sufocar minha alma
Queria apenas o teu beijo
Aquele meu/teu tão sonhado beijo
O único remédio que me acalma

Mas me beijaste com paixão
Com o fogo fervente da tua emoção
E me puxaste para entre tuas coxas
Cheguei a pensar que morreria no início
Professando mil juras aos teu ouvidos
Ao te ver tão linda e louca

Te comprimi forte contra meu peito
Mordi teus lábios daquele jeito
Que te fez ir de gemidos à grito de prazer
Mas de repente a noite chegou ao fim
E juntando minhas roupas eu parti
Para onde nunca mais voltaria a te ver

E essa noite não passa de uma lembrança
A recordação de uma incandecente chama
Que um dia ardeu em brasas sobre nossas peles
E ao deitarmos junto a outro corpo
Lamentamos por não ser o do outro
Que nos aquecera naquela fria noite de outono.

Foto de Ana Botelho

VAIDADE

VAIDADE

Busco em seus braços calmaria, aconchego,
Como um frágil bichinho cativo sempre o faz
Quer um ninho, mas às vezes em grades cai .
Meu amor não se realiza... acho que descobri o porquê,
Jamais conseguiu acalantar, nem por poucos meses,
Os meus sonhos e, mesmo assim, eu amo você.

Se abre os seus braços e se põe a me abrigar,
É que quer eu me renda às celas do seu egoísmo
Pedindo que eu me segregue do que der e vier,
E em um orgulho sombrio, me leva dos meus,
Acorrentando-me em cárceres de ridículos apegos
Prendendo-me ali, pelo tempo que bem quiser.

Meu vício é o encantamento do seu exagerado amor,
Pois quando retornamos em novas tentativas,
Nesse vai e vem, entre brigas e afagos, me ilude
E se me aloja nessas horas, eu fecho os olhos e assim
Viajo, alçando vôos a paragens etéreas, benfazejas,
Aí, eu me torno rainha una do espaço sem fim.

Mas não demora nada... e a tarde se esmai,
Com ela, uma triste angústia vem e dói em mim,
Traz à tona noite nefasta em seus gritos loucos,
Que me amedrontam demais, tendo que me calar
Diante de tanta agressividade, então me detenho,
Tentando talvez, que você não consiga me abandonar.

Estou por hora, muito, enormemente cansada
Para retomar essa relação dorida e oscilante,
Quero ficar aqui quietinha no meu canto,
Porque eu sei que o verdadeiro amor não é cativo,
Ele é livre por excelência, alimenta as almas
E as torna felizes, tudo pode e dispensa lenitivos.

Não serei eu a marionete escolhida da sua vaidade,
Sinto dizer-lhe isto: aprendi a gostar de mim mesma
A valorizar tudo o que possuo em talentos e intuições
E, elas me dizem que você não vai e nem quer mudar
Esse seu modo doentio de tratar o meu coração frágil,
Que só deseja a clareza do sol a com ele caminhar...

Sair bem cedinho, dourar os campos em lindas flores,
Falar com todos os que no trajeto puder encontrar,
Energizar os sofridos lares com gotas de carinhos,
Beijar os cabelos encaracolados de tantas crianças
Que olham na curva da estrada, lá no horizonte,
Como se visualizassem a chegada da esperança.

Sabem do que eu preciso... de apenas um grão,
Só um grãozinho de amor, que seja ele capaz
De me tornar alegre. Não penso em grandezas,
Não. Necessito me sentir amada, simplesmente,
Em plenitude e sem cobranças materiais,
Apenas amada, para ter paz na minha mente.

Que preço, meu Deus! até quando irei pagar
Pela vaidade que você teima em alimentar...
Peço ao tempo, esse desconhecido mágico,
Que se lembre de nós e desse insano amor,
E que nos faça cúmplices, amantes, amigos,
Desde o adormecer, o raiar e até o sol se pôr.
.
Ana Botelho 02/09/07

Foto de angela lugo

Oh! Lábios de fogo

Meus sonhos são tão pequenos
Perante os teus
Sonho apenas em ter você
Acalentar teus cabelos macios
Sentir teus lábios de fogo nos meus
Teus olhos amendoados
Fitando profundamente os meus
Oh! Lábios de fogo
Vem queimar minha pele toda
Deixar-me cada momento
Mais e mais ansiosa
Em cada pedacinho que percorre
Deste corpo meu
Não me deixe na calmaria do meu ser
Quero sentir a volúpia do prazer
Nestes lábios de fogo teu
Que faz o meu delírio
Vem deita comigo e me aqueça
É com estes lábios de fogo que sonho
Cada noite do meu adormecer
Aquecendo assim este meu ser
Que é desejoso destes teus
Lábios de fogo tão meus


Foto de Marta Peres

Se

Se cada dia cai, a noite entra
sinto n'alma dor profunda
só, a todo instante.

Espero, sei que não vens,
tenho certeza da solidão
esta que faz doer,
meu coração.
Marta Peres.

Foto de Marta Peres

Quando tudo parecer perdido

Quando nada mais importar
quando pensar ter as portas fechadas
quando nada fizer sentido
ter o corpo cansado, abatido pela doença,
procure ver o sol,
fortalecer na Fé, Esperança,
o passado não é perdido.

Se hoje é o escuro, amanhã
haverá sol
e o sol quente, aquece o coração
enche a vida de Esperança
faz com que a noite passe ser dia.

Então pára, pense em toda sua vida
veja, a causa não é ainda perdida
tenha calma, paciência,
não chore amarguras
a vida inicia-se outra vez.
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Lua

É hora de tua chegada!
Tu chegas bela e iluminada,
Suntuosa,
majestade sublime da noite,
envolta em manto negro rebordado
de estrelas cintilantes.

Chegas espargindo cristais de intenso brilho,
És inspiradora dos amores, dos apaixonados
E estudiosos...
Sem fazer distinção dentre os povos,
Tu mostras a tua magia e encantamento.

Quando vai noite alta e todos dormem,
A cidade dorme, eu ali, debruçada na janela
Fito o céu, embevecida pela tua beleza
Saio à rua...vazia...nua...só tu lua, na rua...
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Saudades de Lisboa

Bela vivenda onde vivi,
Adornada de belo jardim
e caramanchões cobertos de flores.
Belas árvores seculares!
Pelas alamedas donde passeava
me vejo inda de mãos dadas,
tomava os ares da manhã
e o suave frescor da noite
e junto de ti trocava juras de amor.

Mais adiante podíamos ver o Tejo,
Exuberante cortando toda cidade
E o sol brilhava dentro das águas.
Suavemente barcos navegavam,
Nosso olhar extasiado a contemplar
Permaneciam parados...fixos nas águas
E em nós mesmos...

E quando era brisa era suave o perfume
E nos inebriava, pequenas lantejoulas
Acariciavam a noite, eram a luzes
Da terrinha...saudades que doem no peito
E rasgam meu ser, inda ouço teu riso,
Teu canto, tuas rezas, inda choro por ti!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

O Telefone

E o aparelho cor de chumbo
Colocado em cima da mesa insiste
Em tocar, apela num desesperado choro
Parecendo entender seu chamado...

A noite cai parecendo pesar sobre os ombros,
Tapo os ouvidos tentando não ouvir os gemidos
Que mais parecem de dor e me levando a loucura,
Não consigo suportar a tortura.

Não quero ouvir, já sofri o bastante
E minha tendência ao vício me sufoca,
Preciso fugir dali...
não quero retornar ao fundo do poço
e com você sei, tudo será assim...

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Dança do Amor

Lentamente...como um sonho
Vejo seu vulto chegar de algum lugar
Pleno de magias...um olhar sorrateiro
Envolto por luzes de divinas cores,
Um corpo que transcende do nada
Para despertar manhãs em êxtase
Arrebatar tristezas...
Seu rosto másculo...puro
Amor que invade min'alma
trazendo poesia!

Se faz presente, no olhar
na boca, nos lábios que sonho beijar
pela magia construída por mãos sensíveis
Com um jeito sensual que aos poucos vai
entrando, impregnando pela canção...

Ah! música dos deuses,
parece ter sido feita para embalar meus sonhos,
a doçura, o aconchego de quem ousa
mostrar o belo sem vulgaridade...

Lá vejo o vulto que cresce
sei que é meu, é belo, é suave, é puro.
A música cresce numa magia,
e vai crescendo...já é noite,
Um convite para dançar,valsar
por dentre nuvens, sonhar...
e se perder em ilusões!
Marta Peres

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