Ondas

Foto de poetisando

Caminhando pela praia

Caminhando pela praia
Passeando ao longo da praia
Com o vento no rosto batendo
O Cabelo em desalinho
Vou Pensando pelo caminho
Vendo as ondas espraiarem
Meu pensamento distante
Olhar perdido na imensidão
De um mar que está revolto
Eu caminhando neste areal
Com a minha amiga solidão
Sento-me junto á água
Com os pés nela chapinhando
O pensamento está distante
Com o coração chorando
Ao longo de toda a praia
Faço a minha caminhada
Com o meu olhar perdido
Nas ondas que estão batendo
Parece que me estão falando
Dizendo-me como te entendo
Com os cabelos desalinhados
Do sopro forte que me dá o vento
Olhar perdido na imensidão no mar
Distante está o meu pensamento

De: António Candeias

Foto de poetisando

O mar me dá energia

O mar me dá energia
Gosto de andar na praia
Com água a molhar-me os pés
O vento fresco batendo
Como um carinhoso afago
Despentear-me todo até
Ouvir o som das ondas a bater
Aquele som que me acalma e me dá energia
Gosto de estar no silêncio, só a ouvir as ondas
As gaivotas e corvos marinhos
Sinto-me um homem novo
Quando na praia me encontro
A saborear aquela maresia
Que me conforta e me dá energia
Aquela sensação que o bater das ondas me dá
Em momentos que quero estar só
Fico sentado a ver as ondas rebentar
Assim me revejo agora e no meu passado
Um passado que teima em me fazer companhia
Nos momentos que estou á beira-mar
Sozinho fico a pensar
Porque o passado não me deixa descansar
Quantas vezes na praia eu me pergunto
Mas quem és tu afinal?
Junto ao mar encontro respostas
E quantos lamentos dou,
É uma dor que me acompanha
Que sempre me acompanhou,
Na praia desfilo tudo
O que de errado se passou
Quero aprender porque todo este meu sofrer
Num novo homem me tornar
Esquecer esse passado, deixar de nele pensar
Quando regresso da praia me sinto melhor
É sol de pouca dura,
Porque assim que eu volto
A dor volta ainda mais dura
É junto ao mar, que sinto
Mais alguma energia
Com força e coragem
Para enfrentar novo dia

De: António Candeias

Foto de poetisando

Mar Amigo

Nas tuas ondas tenho um amigo
Amizade que só tu me sabes dar
Falas comigo murmurando
Contigo sei que posso lamentar

O murmurar das tuas ondas
Me aconselham a caminhar
Só tu é que me vez a chorar
Contigo sei que posso falar

Mar que és meu amigo
Tuas ondas me estão a falar
Uma amizade como a tua
Não vou eu mais encontrar

De: António candeias

Foto de Alexandre Montalvan

Amor na Praia

Amor na Praia

Por entre a tênue linha da ironia
Transformo a podridão de meus dias
Em areia quente pelo sol na praia,
Esculpidas pelas ondas do silencio

Que vem e some, e por vezes grita teu nome
É um desordenar louco e impreciso
Vejo imagens distorcidas, confusas
Meu Deus, tento ver no mar todo teu sorriso

Mas não há nada ao meu redor
Apenas desoladas nuvens de areias
Areias que vem e vão certeiras
Que ainda vou morrer de amor

Amor, amor de apenas um instante
Por alguem que não tem rosto
Nem corpo nem cores nem seios
Que eu procuro no mundo inteiro
E não apenas nesta praia.

Alexandre montalvan

Foto de P.H.Rodrigues

Grafias

As ondas vibram as cordas que costuram aquilo que ecoa,
por entre os estandartes que o protegem,
fazendo ressoar a canção que ecoa por dentro e por fora,

vibrando a base chegando ao topo,
balançando e dando a sensação de que irá chover,
e como em um terremoto a base e seus apoios começam a tremer,
as câmeras já fintam embaçado, logo nada será possível se ver.

Linhas aparecem nos campos vastos, tomando formas
e tamanhos, encorpando o nada e preenchendo o vazio
deixando marcas e riscos, para os próximos que ão de vir

Grafias fortes e marcantes, que não iram se deteriorar
não, com certeza suas marcas irão deixar
que responderão as novas notas, formarão novas canções
que adoçaram os ouvidos nas mais diversas situações.

Foto de Carmen Lúcia

O planeta chora

O planeta chora
Lágrimas de aço
Que caem sobre os rios
Formando um ciclo plúmbeo, sarcástico,
De dor e de ácido,
Subindo para as nuvens de plástico,
Poluição, fumaça, desgraça...
Num vaivém que nunca passa.

A terra seca se racha,
O que beber nunca acha...
Cicio de cigarras...
Tempo quente, o sol abrasa...
Novas enchentes vêm de repente,
Corpos emergem, cidades imergem,
As camadas de ozônio sequer protegem.

O mar se revolta, sem volta...
E ondas cinzentas, pusilânimes,
Transformam-se em tsunamis...
El Niño (Jesus Menino) roga por preservação,
Mas a ambição, a autodestruição,
Mantém o seu ritmo, num sádico delírio,
Desequilíbrio letal, desequilíbrio mental...

E o planeta chora o triste abandono;
É a lei do retorno...
Almas enlatadas antecipam o final.

_Carmen Lúcia_

Foto de poetisando

Esquecer o Passado

Sou um navio á deriva
Sem rota nem rumo traçado
Rompendo as altas ondas
Para esquecer o passado
Ando ao sabor das marés
Sem encontrar porto de abrigo
Tentando esquecer
O quanto fui feliz contigo
Sou um navio sem rumo
Que não esquece o passado
Tomara não te ter conhecido
É este o meu caminho traçado
Navego sem bússola nem rumo
Neste mar tão encrespado
Navego com a minha solidão
Tentando esquecer o passado
Procurando um porto de abrigo
Onde eu possa pernoitar
Esquecendo o passado
E não voltar a amar

De: António Candeias

Foto de Alexandre Montalvan

Amor Adeus

Amor Adeus

Já não devo mais temer a tempestade
Nem a água que em cascata encharca meus cabelos
Minha boca tenta em vão dizer teu nome
Na poeira escrevo adeus com os meus dedos

Eu já não posso encontrar o teu sorriso
E não sinto tua magia o teu encanto
Eu não me lembro da tua doce companhia
E o teu corpo, eu nem sei mais se havia. . .

Nesta noite sob o céu que me rugia
Como ondas arrebentando em mar revolto
Pouco a pouco esfriando o meu corpo
Pouco a pouco, eu já nem sei mais se havia. . .

Se havia, vai ficando como a chuva escorrendo
Apagando as imagens na memória
E agora esta morrendo, como a chuva escorreu
Se havia, já é hora de dizer, meu amor. . . adeus. . .

Alexandre Montalvan

Queridos amigos com esta poesia eu fiz um vídeo que postei no youtube fiz com mto carinho se puder faça-me uma visita vou ficar mto feliz,
http://www.youtube.com/user/processolento

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 8

E o gueto seguia a sua sina. Agosto continuava. De um lado, haviam uns pobres-diabos, de sangue quente e ralo, fracos como sua carne. De outro, os de sangue frio, os nobres, os prostituídos. É impressionante como esse universo em que vivemos sempre apresenta dualidades. O bem e o mal, a ordem e o caos, o positivo e o negativo. A vida e a morte. O destino e a discórdia. Parece que a chave da nossa existência, consciente, até que prove o oposto, é o puro e estúpido conflito entre um lado e outro. Como o branco e o preto, o homem e a mulher, eu e você. O amor e o ódio. A indiferença... As aparências enganosas...
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Clarisse, puta e fresca, mandava e desmandava após a morte do déspota Justo. Ela o envenenara, diziam os mais ácidos. De todo jeito, exercia seu poder de forma objetiva, sem rodeios para punir ou matar. A fome crescia. As rixas entre uns e outros esquentavam a frieza da antítese coletiva do buraco onde estávamos. Os tons variavam, para Clarisse, cinza e vampiro, para o povo, vermelho e sombrio. As facções tomavam conta do que o poder não se importava. E a turba, tarada e convulsiva, cantava assim:

- Morte aos infiéis! Aos traidores da fé e radicais! Morte aos sujos, aos virais! Que Deus abençoe os puros de espírito e só eles!

Clarisse ouvia e fingia que não.

- Esse bando de idiotas... Pensam até que fazem alguma diferença no mundo...

Clarisse se enfeitara de todas as jóias, roupas, perucas e os mais escandalosos adornos. Maria Antonieta sentiria inveja dela, se hoje possuísse a cabeça no lugar. Ela fizera um acordo com os dominantes, que poderiam explorar o que e quem bem entendessem do gueto sem interferências, desde que mandassem o mínimo de dinheiro e suprimentos para baixo. Uma troca perfeita. Bugigangas por ouro. Espelhos, pentes, pelo Pau-Brasil. Água potável por celulares. Qualidade de vida pela favela, e por aí vai. Enfim, tudo ia calmo e sossegado, até que os seres superiores decidiram controlar o crescimento populacional do gueto. Seu plano era jogar cocaína nas fontes de beber aos babacas de sangue quente. Marginalizar, culpar, destruir. Mas o efeito que obtiveram foi muito diferente do esperado.
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Pois bem, um Belo dia os dominantes jogaram o pó na água:

- É o pagode!

E o povo continuava:

- É o pagode!

O mantra se espalhava como a sangria de um cordeiro indesejado. Barrabás sorria. O reino dos homem resplandecia em alegria e empolgação.

- É o pagode!

Os dominantes jogavam o pó, jorravam, Clarisse deixa o canibalismo rolar solto. A massa é burra. Mas por ser massa, é manipulável. Quero dizer, todos ali tinham vontade própria, mas podiam ser condicionados. Outra hora eu estava falando com o Skinner, e foi isso o que ele me disse. O Planck discordou, mas o Planck discorda até dele mesmo. Já o Zeca Pagodinho assinou embaixo. Eu gosto do Zeca. Ele é legal.

Não se sabe bem como, mas em determinado avanço do batuque, as macumbas se intensificaram e o fogo começou. Não sei se o fogo foi proposital, se foi um gaiato que tocou, ou se foi uma empreiteira. Eu só sei que a chama subiu pelas paredes, madeirites, celulares de tela plana. O fogo destruia os crediários, os baús da felicidade, as roupas de marca, toda a tristeza de barriga cheia que o gueto alimentava para continuar a receber esmolas. Uma pomba andava os telhados, indiferente à baderna, uma cabra vadia olhava a correria e nada entendia. Eu só sei que a favela pegava fogo e não queria ficar lá para pegar fogo também.
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Eu corria e a torta segurava a minha mão. Os colegas, apesar do amor que eu sentia por eles, tentavam me pisotear e jogar contra o fogo. A tragédia era mesmo anunciada. Clarisse tinha anunciado aos macumbeiros que não interrompessem seus rituais, ainda que fossem consumidos pelas labaredas. A torta me puxava e impedia que a tara de me matar se consumasse.

- Dimas, não deixa esses porcos te matarem!

Não sei bem porque, eu por uns três milésimos de segundo valorizei minha vida. Me imaginei bem e feliz, realizado, sem medo de porra nenhuma. Obedeci a mulher que me amava e segui em frente.
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O fogo carbonizava colegas que eu sabia o nome e que não sabia. a cena era muito feia. As pessoas não tinham onde ficar, crianças choravam, vigaristas encenavam uma tristeza de forçar um choro inexistente, catárticos e sadicos apreciavam a ruína. O lixão da novela parecia um cenário de ficção, se bem que o lixão da novela é um cenário de ficção mesmo. Uma voz de olhos laranjas paralizou a escapada que a torta havia pensado com tanto cuidado.

- Calma lá, seus condenados! Chegou a hora da queima de arquivo.

Dona Clarisse queria nos mandar para o micro-ondas.

Foto de Joaninhavoa

óh mar salgado..

***
**
*
«Hoje fui ver o mar
estava azul intermitente
e verde um verde sem par
o dourado estava ausente
àquela hora naquele lugar
Surpreendentemente
faltava ali o raio solar

E veio a onda devagar
e outra e mais outra ainda
tantas ondas de mãos dada
tanta onda a marulhar

Águas salgadas do mar
Vinde alcançar a alma
mais triste deste lugar»

Joaninhavoa
(helenafarias)
2012/10/06

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