Palco

Foto de Carmen Lúcia

Bailarina

Palco iluminado

Multidão calada

Grande expectativa

Pulsar de corações

Rostos sem faces

Vultos que se avolumam

Em cada espaço da platéia incógnita.

Cortinas sobem...sorrisos se abrem...

Olhares se fixam,penetram,inquerem...

Ei-la que surge sob etéreo foco de luz,

Figura minúscula,suave,frágil...

A reverência...aplausos febris.

A música ecoa... sétima de Chopin...

Os primeiros passos,trêmulos,leves,tímidos,

O rodopiar lento,compassado,ligeiro,rápido,

Um salto inusitado,

Um vôo inigualável...

Perfeito desafio à lei da gravidade...

A fragilidade que se quebra,

O minúsculo ser que se agiganta,

A suavidade que se supera

Nessa dança que expressa

A alma,o amor,a dor,a vida...

Lágrimas brotam...Quem as vê?

Sorriso triste...Quem o percebe?

Coração que sangra...Quem há de???

Alma aflita...voa bailarina,voa...

Num gesto sôfrego cai,coreografia extrema

Levando ao chão a tristeza,a dor,a emoção,

As lembranças daquele dia...

Luzes se confundem,vozes se ampliam...

Corpos se aproximam,a música termina...

Bravo!!! Bravo!!! Bravo !!!

Portas que se fecham,cerram-se cortinas,

Encerra-se o espetáculo,adeus à bailarina.

Foto de Fernanda Queiroz

Literatura

Literatura

Na literatura o real ou a realidade que tem sentido denotativo, cria ou origina a imaginação que por sua vez provoca a imaginação que tem o sentido conotativo (polissêmico), e compõe a escrita na literatura.

Gêneros Literários:
Todas as obras literárias estão agrupadas em gêneros literários devido a alguns fatores: escrita em prosa/poesia; presença ou não de narrador; personagens, enredo, espaço, tempo, diálogo...

Classificação:
Gênero Lírico: ("Eu"):
Obras escritas em verso (a maioria), cujo conteúdo é sobre amor, alegria, tristeza, sofrimento, saudade, morte...
Não existe um narrador, pois é a alma (coração) do poeta que fala.
Destaques:
Cora Coralina
Castro Alves
Mário Quitana
.
Gênero Épico: (em verso) presença de narrador (3º pessoa):

São obras históricas, grandiosas, com fatos, guerreiros aliados ou não à mitologia.
Exemplos: O Uraguai, Os Lusíadas, Odisséia.
Clássicos:
Verso, rima métrica.
Narrador, 3º pessoa (observador)
Herói - gosta de um sofrimento
O Uraguai:

Verso, métrica, sem rima.
Narrador em 3º pessoa onisciente
Herói: infeliz, triste

Introdução à Literatura

Literatura: litera(palavra)
Trabalha a palavra de maneira artística.
Componentes de um ato de fala:
Locutor: é quem passa a mensagem;
Mensagem: tudo que é transmitido para o interlocutor;
Interlocutor: quem recebe a mensagem;
Código: convenção social que permite ao interlocutor compreender a mensagem;
Canal: o meio físico que conduz a mensagem ao receptor;
Referente: assunto da mensagem;
Denotação: quando empregamos a palavra no sentido comum (dicionário);
Conotação: quando a usamos em sentido figurado, diferente daquele que lhe é próprio.
Funções da linguagem:
Emotiva: quando o emissor é posto em destaque; expressa o eu - lírico (ex: prosa ou poesia centradas nos sentimentos ou emoções do locutor);
Apelativa: quando o receptor é posto em destaque(ex: propagandas de produtos);
Referencial: quando o referente é posto em destaque;informa objetivamente o interlocutor(ex: jornais e revistas);
Metalingüística: quando o código é posto em destaque(ex: dicionário ou aula de português);
Fática: quando o canal é posto em destaque(ex: para iniciar um diálogo:"Oi!");
Poética: quando a mensagem é colocada em destaque(ex: poema).
Texto Literário
Verso e prosa.
Gêneros
Lírico: eu (expressa sentimento).
Épico: poema em verso narrativo (passado histórico)
Drama: peça teatral
Elementos da narrativa
Personagem, narrador, tempo, espaço, fato(enredo, ação), conflito, clímax, desfecho.
Os gêneros literários
Gênero lírico: texto no qual o eu lírico (a voz que fala no poema, que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, idéias e impressões em face do mundo exterior.
Gênero épico: há a presença de um narrador que fundamentalmente conta a história passada de terceiros.
Gênero dramático: trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Ela "acontece" no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens.
Estilo de época
Em cada período da literatura, chamados de estilo de época, existem obras de autores que apresentam certas afinidades entre si. Ou seja, pode apresentar semelhanças entre duas obras quanto à linguagem, aos temas, à forma de ver e sentir o mundo.

*Texto pesquisado em Fichário On Line

Foto de Carmen Lúcia

*Encenação*

Como protagonista, executei o meu papel,
Dei o melhor de mim, mais do que podia
Mais do que se exigia e fui extremamente fiel
Não sei se a mim mesma ou à história que revivia.

Nunca uma encenação saíra tão perfeita
Nenhuma cena precisou ser refeita
Não foi difícil encenar aquele amor
Mas foi difícil encarar de novo a dor.

Saí de cena (saí mesmo?) ...agora o impossível,
Separar a história, a atriz, da vida verdadeira
Da vida que restou, da cena derradeira...

Confusa, já nem sei o que é real ou irreal
Saio do palco, perco o chão,sobra emoção
E continuo contracenando com a ilusão.

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos

Quando eu era adolescente, meu pai incentivava os filhos a estudarem, para as provas finas, usando uma estratégia muito sedutora: Me diga o que quer ganhar no fim do ano, se for aprovado em lhe dou. Era um tal de estudar como nunca antes. Em certa ocasião meu irmão Aristeu, tratado por Teco, um ano mais novo que eu e hoje arquiteto, pediu um violão, de verdade, e se comprometeu a estudar para passar de ano. O Velho achou que ele poderia ter escolhido uma coisa mais apropriada a um garoto de 12 anos, mas não deixaria de cumprir sua parte no trato. Pois bem, o Teco passou de ano fácil.

Numa noite, chegando das minhas amadas peladas em rua de paralelepípedos, ou das caronas, pendurado nos estribos dos bondes, até hoje tradicionais do bairro Santa Teresa, morro contíguo ao centro do Rio de Janeiro, entrei em casa todo suado e sujo. Eu amava, mas minha mãe detestava isso: Direto pro banho, menino! Não encosta em nada! Como eu adorava esportes. Sentir o corpo suado, o corpo-a-corpo às vezes perigoso das peladas. Gostava de sentir o limite dos músculos, de ser íntimo da dor física controlada. Jogávamos mesmo à noite, a luz tênue dos postes distantes, ainda do tipo incandescente, refletindo nas pedras do calçamento. Que saudade da minha meninice... Bem, então voltando ao violão, entrei em casa e dei de frente com ele em cima da cama do meu irmão.

Fiquei fascinado. Era lindo e novinho em folha, brilhava demais. De boa marca e corpo grande, era até algo desproporcional para meu irmão. O velho não fizera por menos, mas era seu jeito. Era calado, emburrado em casa, gastava dinheiro nas farras, porém nunca foi sovina com os filhos. Não resisti à tentação e peguei o violão para experimentar. O som era bem mais alto do que o dos violões que conhecia, e chamou a atenção do Teco, que logo apareceu. Reconhecendo-me suado, devolvi o instrumento ao seu dono. Afinal de contas, eu também havia passado de ano.

Começaram as aulas de acompanhamento, os primeiros acordes, mas também logo vieram as primeiras bolhas na ponta dos dedos. Meu irmão não superou essa fase e em alguns poucos meses, o violão já havia ganho um lugar escondidinho para ficar, entre o guarda-roupas e a parede, no canto quarto. Ficou ali por vários meses. Um dia, vendo-o ali abandonado, tornei a pegá-lo e me assustei quando ouvi algo cair no chão. Despencado sobre os tacos de madeira clara, estava um livreto que me apressei em pegar do chão. Era um Método Prático Para Violão e Guitarra. Folheando-o compreendi que eram cifras para acompanhamento. Foi um momento mágico. Não pude naquele momento imaginar, que era apenas um pequeno instante, o despertar de um amor que me acompanharia, uma emoção que se repetiria pelo resto da vida.

Lendo o método, exercitando e, principalmente, observando alguns colegas que já sabiam tocar mais que eu, em pouco tempo já sabia o básico de acompanhamento e já me arriscava em solos iniciais. Gostava tanto que suportei as bolhas. Como bom aqüariano, não me contentava em tocar e cantar as músicas da moda. Com pouquíssimo tempo de aprendizado, já fazia minhas primeiras composições, ainda muito simples e com letras ingênuas. Mas era nisso que queria chegar desde o início desse texto: o violão me levou a começar a compor letras. Na escola, minhas notas em Português (na época se dizia Linguagem) eram sempre as mais baixas, detestava. Que ironia, hoje amo escrever.

Embora adolescente, muito novo e sem experiência de vida, quando escrevia letras para as minhas músicas (compunha ambas ao mesmo tempo) tinha a sensação plena de ter domínio sobre o que escrevia. E vivenciava aquelas emoções de verdade, sem tê-las jamais experimentado. Os adultos da família não entendiam bem. Mas nunca me senti inseguro. Era como se eu já soubesse fazer aquilo há muito tempo. Vejam como, com cerca de catorze anos ainda, eu me via “grande”, até pretensioso, nessa letra que pertence à minha primeira composição:

“Vida, vida minha
Não te perdoarei jamais
Por ter levado o molequinho...
Isso não se faz”.

Ora, eu me esqueci de que ainda não era mais que um moleque! Embora já andasse com mania de ralador, não tinha ainda tramas de amor para contar. Mas vejam o tipo de sentimento implícito nessa outra letra, da mesma época ou pouco mais:

“Vou partir
Pra bem longe
Vou-me embora
Deixo aqui meu coração
Minha casa, meu portão.

Ah, se um dia
Eu pudesse voltar
Eu iria ver de novo
Minha terra, meu lugar
E os meus tempos de criança
Poderia recordar”.

Alguns anos depois, pela primeira vez na vida senti a receptividade de pessoas que não eram familiares. Me inscrevi, por exigência de um grupo de amigos, num festival escolar de música. Escolhemos juntos quatro músicas minhas. Aquela que mais gostávamos foi apresentada pelo grupo todo, mas estávamos tremendo demais para tocar e cantar no palco improvisado. Os jurados não ouviram nada e “Santa Terra” foi desclassificada. Vendo minha tristeza, uma jurada, professora de inglês, veio me explicar o critério utilizado diante da dificuldade de julgar. E nesse dia aprendi a amar e odiar os critérios.

Porém, como reaprenderia em muitas outras ocasiões futuras, a tristeza dá sentido à alegria, assim como as sombras à luz. Com as três músicas restantes, que apresentei sozinho, voz e violão, consegui o segundo (Vou Partir), o terceiro e o quinto lugares do festival. Não obtive o primeiro lugar, mas os prêmios foram pagos em dinheiro e voltei pra casa rico, considerando a situação financeira da época. Mais rico do que o vencedor, que tinha uma música belíssima.

Os anos vieram e a vida mudou muitas vezes. Os campeonatos estaduais de vôlei, o trabalho, a faculdade, o casamento e o descasamento, a vida é uma sucessão de sonhos e pesadelos. Mas também uma grande escola e isso se reflete no produto do artista. A poesia seguinte na verdade é letra de uma música, composta no anos noventa. Sempre fui um apaixonado pelas manhãs. Em uma prosa cheguei a afirmar que elas também foram feitas à imagem e semelhança do criador. Tendo que recomeçar minha vida, tornei-me um amante ainda mais apaixonado pelas manhãs, a ponto de amalgamar as minhas amadas e as “Nossas Manhãs”:

“Porque são as manhãs
tão humildes manhãs
Saram o que as noites cortam
Lavam, abortam estrelas vãs
Vem, que me desperta
Essa rosa madura
Sob a renda flerta
Captura o meu instinto, vem
Me joga no orvalho do jardim.

Vem de mim por ruas dormidas
Que dores banidas
Não despertarão tão cedo
E ninguém contará a ninguém
Que ainda tenho medo
Porque são as manhãs
Tão humildes manhãs.

Porque são as manhãs
Tão lúcidas manhãs
No estreito vão da janela
Um corpo que foi meu se esfarela
Num rastro distante
Guardo os pássaros no peito claro
Ardo e perto me declaro amante
Vestindo as chamas
Que restam das velas
Dançando com elas beijo
Beijo e protejo o seu despertar.

São nossas primícias, nossas milícias
Cavalgadas e reconquistas
Quando o sol entrar pelas janelas
Jamais sairá nas revistas
Mas são nossas manhãs
As mais belas manhãs
As mais belas manhãs”.

Não considero que esse texto tenha esgotado o assunto. Gostei da idéia de mostrar poemas e letras de músicas como pedaços pedaçudos de uma sopa auto-biográfica. Creio que aqueles que tenham gostado poderão esperar mais.

Foto de Logan Apaixonado

LUZ

Vejo ao longe
Esperança perdida
Agora vivida
Por mim novamente
Acendem-se as luzes
No palco do amor
És parte agora
Do que me fortalece
Encontro em minhalma
O dom de amar novamente
Vislumbro um horizonte
Uma pureza tão clara
Tua iluminada beleza
Que cega meu peito
A outros encantos
Com você não tem pranto
Sem medo de amar
Me entrego sem dor
A ti meu amor...

Foto de Logan Apaixonado

Amores

Me escapam as palavras pra definir meu amor;

Um misto de desejo e dor;

Vejo seu rosto em tudo que olho;

Seu sorriso tão grande;

Invade meus olhos;

Me cega de amor;

Não posso esquecer, o beijo dourado;

Que demos apaixonados;

Enlouquecidos de amor;

Sinto saudades, dos mimos, afagos;

Carícias sinceras, outrora tão fartas;

Hoje escassas e sem calor;

Me pego vagando;

Lembranças antigas;

Do que fomos um dia;

Espero que um dia;

Sem magoas nem mentiras;

Podermos viver tudo que sonhamos;

Pois meus sonhos foram tão concretos;

Reais e estavam tão perto;

Ao alcance das mão;

Mas escaparam entre os dedos;

Feito areia fina, caíram ao chão;

Num pobre refrão, grito seu nome;

Pois estou em você, tanto quanto estás em mim;

Fomos atores perfeitos, no palco do amor;

Hoje somos, dois bravos guerreiros;

Que mesmo feridos, cansados e perto da morte;

Ainda lutamos;

Não sei quanto tempo terei pela frente;

Espero sinceramente;

Não ter tanto assim;

Entreguei meu destino ao sopro Divino;

Que sem saber ao certo, me leva pra longe;

Perdoe este poeta, pobre de espírito;

Que escuta meus gritos;

Chamando seu nome...

Foto de Karine K.

Herméticos

O corpo aprisiona os resquícios do pó vespertino
grãos incertos que se vão no vento
e nos cometem fazer parte
em forma de carne

que adoece, deseja, enseja no palco inundado no dilúvio
então, quer de volta suas asas que lhe foram quebradas na descida
ardida

Vaidosas borboletas que choram no espelho
vendo a metamorfose formar seus braços de carne seca
suicídio,
morte,
e sangue de lágrimas

Olhando para si...
olhando para si...
o mundo quase toca
as coisas quase ferem
e quase estamos imunes.

Foto de fer.car

EU ESCREVO...

Eu escrevo como quem fala de uma dor não curada
Da ferida não cicatrizada, e do adeus de uma partida
Milhares de pensamentos e o sentimento do mundo
A esperança se perde em cada lágrima que rola
E a saudade corta o peito ante a total falta de amor
Eu falo da falta de dias, da distância de corpos
De uma imensidão de pobreza de caráter, da falta de compaixão
Que pessoas pensam que o mundo pode ser um palco de guerra?
E inocentes apenas esperam que amanhã estejam vivos
Mas a vida cruel em si mesma por vezes, mata, sangra, denigre
Mas muitos não sabem o porquê...
Falo deste mundo sem piedade, sem alma
Um mundo onde caminho e pegadas são apagadas
Mãos descruzadas, e corações partidos
Eu escrevo como quem quisesse recuperar o perdido
Olhos que secam diante de tanta maldade
Por isso escrevo como quem fala de uma dor não curada
Dor latente, presente, dor minha...
Dor de toda uma humanidade
Dor de quem ainda sonha com um mundo melhor...
Por isso eu ainda escrevo
Escrevo como quem escreve um poema inacabado
Flor sem cheiro, vida em preto e branco
Apenas o fim não sabemos como será
Mas o que vejo é tão triste e frio
Mas algo diz e explode em meu íntimo
Que vale a pena lutar
Por isso escrevo...

AUTORIA: FERNANDA BENEVIDES
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Foto de va di taviani

A dor das canções

Parado diante de ti...sofro sentindo sua dor ao cantar tanto amor !!
E ao mesmo tempo...essa dor me rasga a alma lentamente....
como se fosse um frágil papel apenas!
Percebo sua dor através de seu
canto e de suas lágrimas que teimam em cair...
Rolando pelo seu rosto iluminado pelas luzes de um palco...chegam ao chão...morte final !
E eu,já sem forças pra lutar
contra a dor que tbm me maltrata...sem que nada eu possa fazer...sofro com vc!
Se pudesse tiraria te ti a dor e
deixaria apenas o amor! Mas sou apenas
um simples mortal que tbm sofre pela mesma
dor que teima em te ferir a alma. Transbordando de seu ser...em forma de canção de amor !

(va di taviani )

Foto de maxpinto

Isso sim é amor!

Hoje eu percebo que te amo, hoje percebo o valor deste sentimento
Hoje posso dizer que o que sinto por ti é amor!
Porque já não suporto essa ausência, essa saudade!
Não consigo comer, não consigo me concentrar em nada
Não penso em mais nada a não ser você
Não desejo mais nada a não ser os teus doces beijos
Não toco em nada a não ser em teu lindo corpo
Não vejo nada a não ser os teus olhos

Sim, teus olhos são como um candeeiro que nao se apaga
Iluminaste a minha vida desde a primeira vez que te amo
E não me importo que as pessoas digam que eu seja frágil
Eles não sabem o que dizem, porque eles nunca amaram
Meu coraçao montou um palco para tu brilhares nele
Tu és mulher.. mulher que me ensinou a amar
Isso sim é amor!
Quando percebemos que só somos nós mesmos, quando encontramos a nossa outra-metade!

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