Peito

Foto de Carmen Lúcia

Jeitinho brasileiro

Co-autoras: Fátima Cerqueira e Carmen Lúcia

Parece que vai dar errado
mas eis que na hora H,
basta um jogo de cintura
e pelo gongo é salvo...
aquele jeitinho improvisado
chega de mansinho e envolve
e o que ia “pras cucunhas”, resolve.

De repente, sai de cena,
deixando ao salvador da pátria
o mérito de todos os créditos,
toda a lábia que encena,
ao ser milagroso e inédito...

E os jeitinhos que por aí vivem,
por mais que se duvidem,
usam seu jeito teatral
até de maneira formal,
tanto para o bem, como para o mal.

Cada um quer seu quinhão:
correr atrás do prejuízo,
Cruzar a linha de chegada,
estar por cima da carne seca,
ser o rei da cocada preta,
mesmo que o fruto seja maculado.

Os meios justificam os fins.
E se respingos de lama sujam a honra,
o tempo é borracha.
É ficar ausente, atravessar o mar,
e voltar na surdina da noite.

Há exceções...
Basta abrir a janela de casa
e perceber que somos jeitosos,
quando nos solidarizamos na dor,
superamos nossas misérias,
e simplificamos as burocracias da vida.
O “jeitinho” pode ser também criativo,
solidário e benevolente.

Tudo parece normal
nesse país continental,
onde cada um age de acordo
com seu traço regional
ou com o que lhe é primordial.
Matar um leão por dia
só pra quem tem muita raça,
quem traz no peito registrada
Jeitinho Brasileiro, a marca.

(Carmen Lúcia)

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
15/08/2008

Foto de Alexandre Montalvan

Saco de pancada

Cheguei ao fundo do poço, esboço da vida desregrada
Das noitadas, anfetaminas, do excesso de namoradas
E agora seu menino, estou andando de bengala
Quebrei a cara, virei pancada, nas doces madrugadas

Já perdi todo o juízo, escalei de costas o Everest
Patinei de Jet uísque já virei filho da peste
E perdi muito dinheiro apostando em palitinho
E agora estou perdido precisando de carinho

Se você esta sozinha, precisando de um mala
Vem pra junto deste nego, que esta preso á bengala
Mas que ainda tem no peito coração que bate forte
Mas não sabe até quando vai durar toda esta sorte

Alexandre Montalvan

Foto de Fernanda Queiroz

O Show

Em meio aquela multidão eu me sentia perdida. Por mais que imaginasse nunca cheguei a pensar que pessoas poderiam ser tão apressadas e barulhentas.

Na hora de reservar meu ingresso optei pela geral, pensei que assim passaria despercebida, a idéia de camarote não me inspirava privacidade e sim destaque e como jamais tinha assistido a show de uma Banda famosa ou qualquer outra tudo era novidade. Minha experiência se resumia nas quermesses organizadas pela Associação Comunitária da Vila onde o som da banda dominical entoava valsas enquanto desfilávamos entre barraquinha de jogos e doces e aguardávamos os fogos, estes sim eram a estrelas das festas. Ficar olhando para cima vendo um pequeno zumbido se transformar em imensas partículas colorida era um espetáculo, mesmo que ás vezes acarretasse lembranças nostálgicas, eu amava aquele céu pontilhado de luminosidade.

Enquanto tentava entrar em um enorme recinto, daqueles que se vê somente pela TV, empurrada para lá e para cá por uma multidão que parecia não conhecer as normas da boa educação, estava pensando o que tinha me levado a tomar esta decisão.

Já havia se passado quase dois anos desde que falei com ele pela última vez, neste tempo tão forte quanto às lembranças que sobreviveram estava meu medo de saber o rumo que ele tinha dado a tua vida.
Afastei-me completamente do mundo das manchetes, onde certamente ele sempre seria destaque. Não lia revistas, jornais somente seção de investimentos e cultura, TV canal fechado sobre economia e agricultura, assuntos fundamentais em meu trabalho.
É claro que sem que eu pudesse evitar ás vezes os ouvia cantando, no radinho de pilha de algum operário, nas grandes magazines de eletrodomésticos na cidade, na faculdade onde os rapazes bonitos e famosos fazem à cabeça das garotas que até tatuavam em teus corpos nomes juntamente a desenhos exóticos.
No principio sofria muito por isto, depois sabendo que nada podia fazer, passei a ignorar, afinal quem tinha mandado me apaixonar pelo ídolo do Rock?

Finalmente tinha conseguido entrar no estádio onde a multidão se aglomerava onde estar á frente era certamente um privilégio para expressar o fanatismo que alterava o comportamento das mais diversas maneiras.
E agora estava ali, há poucos minutos e metros de onde ele entraria, duvidando de minha sanidade em ter tomado a decisão de ir vê-lo. Talvez se não fosse próximo à cidade que estava a trabalho há dois dias, jamais teria ido. Fui exatamente para ficar dois dias resolvendo questões de Marketing, mas era impossível não ver todos os outdoors espalhados pela cidade. Minha primeira reação foi de pânico, queria voltar sair correndo ao fitar ele entre o grupo sorrindo, como sorriu muitas vezes para mim... Deus...as lembranças voltavam em avalanche fazendo meu corpo estremecer, meu coração disparava, como aquele ressoar de buzinas que soavam atrás de mim, foi quando me dei conta que estava atrapalhando o transito e com mãos tremulas segui em direção ao hotel onde me hospedara, parando somente em uma loja especializada onde adquiri um potente binóculo, se fosse levar esta loucura a frente ele seria necessário, pois pretendia me manter mais distante possível e algo dentro de mim gritava para ir...Eu iria.

Já se passava 1 hora do horário grifado nos cartazes, a multidão que formara era tudo que jamais tinha visto, parecia uma disputa de quem conseguiria gritar mais alto, ou agitar mãos blusas lenços ou faixas mais altos. De onde estava bem retirada da multidão a tudo assistia ocultando minha ansiedade.

De repente os gritos se tornaram mais forte e contínuo em resposta a presença deles no palco.
Minhas mãos suavam tremulas, meu peito parecia que iria explodir lançando meu coração ao palco, por um momento pensei em desistir e sair correndo para meu abrigo, meu canto onde meus segredos me protegiam... respirei fundo, ergui a cabeça, encostei em uma pilastra, como se ela pudesse segurar meu fardo de dor, estava cantando acompanhado eloqüentes pela platéia minhas mãos levantaram o binóculo sem a pressa de quem esperou tanto por este momento, lentamente o ajustei aos meus olhos onde avistei gigantes holofotes, estava tentando me orientar, olhei em volta tentando ajustá-lo. Vi o baterista movimentado ao frenético ritmo que me fez piscar várias vezes, parecia a minha frente, lentamente movi para a esquerda encontrei o saxofonista, voltei-me para a esquerda devagar, quase sem respirar para não perder o foco, quando o vermelho da guitarra coloriu as lentes senti um impacto tão grande que parecia atingida por um soco no estomago.Engoli saliva inexistente, tentei suavizar os ressequidos lábios passando a língua por eles, meu peito arfava e meus olhos buscava naquela potente tecnologia, tua face amada.

Recosta bem no fundo, longe da entusiástica platéia sabia que precisava vê-lo. Determinada, ajustei as lentes tentando reencontrar o foco reluzente de tua guitarra e lá estavam tuas mãos a segurarem firmemente, dedos firmes dedilhando-a, mãos de artista. Fui subindo, encontrei tua camisa alaranjada, Deus eu amava esta cor em você, lembra-se daquele casaco? Quando o vi sabia que tinha sido feito para você. Caiu como uma luva ficou lindo como sempre foi, será ainda que o guarda? Ou estará jogado e esquecido em algum armário?

Pela camisa entreaberta pude ver tua inseparável medalha segura pelo fino cordão de ouro que cismava em colocar entre os lábios quando estava nervoso, como naquela vez que esqueci o celular desligado por toda tarde exatamente no dia que te aconteceu um imprevisto, tinha que viajar, e não conseguia contato. Quando conseguiu falar, a primeira coisa que disse... já mastiguei todo meu cordão... risos, era sinal de perigo... mas também das pazes de teus beijos ardentes de tuas palavras que compunha as mais belas declarações de amor.

Teu rosto... Deus... a barba feita, cabelos desalinhados como sempre te dando um ar de garoto, tua boca em movimento, cantando ... para a platéia...para o mundo, como gostava quando cantava só para mim que entre risos sempre podia ouvir dizer que me amava... muito, fitando-me longamente com este olhos da cor do oceano e infinitamente maior, pois era a janela que me transportava para as portas do paraíso que meus sonhos tanto almejaram.

Deus... é ele, meu eterno amor, há poucos metros de distancia, no palco, no teu show, no teu mundo.
A lente ficou turva, lágrimas desciam copiosamente por minha face, uma dor física me invadiu fortemente fazendo-me escorregar pela pilastra até encontrar o abrigo do chão, pensamentos desatinado trazia o passado de lembranças onde o presente se fundia em uma imagem com o olhar perdido na platéia.

Teus olhos sorriam as manifestações enlouquecidas, gritavam teu nome em todos os tons, gestos, mãos erguidas, cartazes, onde os pedidos nítidos requeriam tua atenção... teus olhos vagavam acompanhando em um misto de alegria e encantamento.
Olhos para o flash, foi como me disse um dia. Que era um olhar reservado á todas outras garotas do mundo... que para mim sempre seria um único e eterno olhar.
E agora? Que olhar era este? De flash? E se pudesse me ver, me olharia de novo como se tivesse me inventado? Como se tivesse me feito nascer a partir de teu olhar?

Levantei-me cambaleante, tonta, ouvindo o frenesi se tornar mais acentuado, você jogava rosas...a toalha que usou para secar teu rosto...como se doasse um pouco de você...e tudo de mim.

Às vezes vivemos em minutos, muito mais que em dias ou meses, minha mente parecia entorpecida diante da lente que deixava você tão perto quanto eu queria estar, teu rosto, teu sorriso, teu corpo... você do jeito que eu sempre amei... no mundo que não conhecia...no palco...na fama...tua vida, tua carreira, teu destino.

Sai caminhando devagar, virar as costas me custou muito... muito mesmo... nunca saberá o quanto...
A menos que um dia queira assistir um show... em um palco diferente... cheio de galhos e flores... talvez se quiser se juntar á platéia dos passarinhos... ouvindo somente o som de minha flauta, que mesmo tocando baixinho pode-se ouvir além do horizonte...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Elias Akhenaton

O Voo Livre da Poesia

A poesia é concebida livre na nascente
Do coração. Não dar para ser medida
À grandiosidade, à força da corrente.
São emoções... Retratos de uma vida...

Que escorrem do peito para a caneta,
Num papel em relevo de espinho e flor -
São Marcas, Impressões d’alma do poeta,
Que canta seus versos na verve do Amor.

Há quem diga que sua emoção fica nos dedos.
Ledo engano! Fica mesmo é no coração
E lá não existem sentimentos em segredos.

À janela de sua alma está sempre aberta,
Tudo é mostrado e é motivo de inspiração.
Assim, à poesia voa em suas asas. Liberta!

-**Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com.br/
http://eliasakhenaton2.blogspot.com.br/

Foto de Elias Akhenaton

O Teu Cheiro

O cheiro sensual de tua pele me seduz,
Impregnado na deliciosa perfeição
De tuas curvas, silhueta, que me conduz
Aos teus carinhos numa louca atração.

Teu perfume me deixa em desatino
Despertando todo o meu desejo, vigor.
Que faz de mim um maroto menino,
Alucinado com o teu aroma sedutor.

Aqui ou alhures, na terra ou no mar,
Estarás em meu peito e no pensamento;
O teu cheiro, teu beijo, teu modo de amar.

Tu és à mulher, dona do meu sentimento.
É um deleite estar contigo, te desejar,
Te sentir a cada instante, a cada momento.

-**Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com.br/
http://eliasakhenaton2.blogspot.com.br/

Foto de Alexandre Montalvan

Entre o Amor e o òdio

Entre o Amor e o Ódio

M'alma tão triste padece
das dores da indiferença
E mesmo na tua presença
Tu olhas-me só por olhar

Não percebo mais teu carinho
Quando vinhas sorrindo baixinho
E aquele sublime jeitinho
Tão doce, ao me falar

M’alma em algemas é presa
Entre o amor e O ódio
Na imensa masmorra da dor
Mesmo que eu tenha certeza
Este ódio invade o meu peito
E destrói este amor

Entre o amor e o ódio eu me calo
Um terrível fim. . .
Tenebroso este inverno
Vivendo m'alma em inferno
Por viver assim

Entre o amor e o ódio eu me permito
Pois do amor que julguei infinito
Apenas restam gemidos
De amor. . . para mim. . .

Alexandre montalvan

Foto de Elias Akhenaton

Amor e Poesia!

Quero falar da nobreza do amor
Em todos os momentos do dia.
Ter em minh’ alma a mística flor
E transcender nos versos da poesia.

Também acalentar sonhos por certo,
O poeta e ninguém vivem sem sonhar.
Ter o peito completamente aberto,
Para todas às boas formas de amar.

Agradeço a Deus pela inspiração,
Pelo o amor e poesia em meu caminho.
Duas em uma, unidas, chuvas de emoção.

O amor está em meus pensamentos
E no canto da poesia – um suave carinho
Que afaga, fluindo em doces sentimentos.

-**-Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com.br/
http://eliasakhenaton2.blogspot.com.br/

Foto de Alexandre Montalvan

Chagas

No teu peito explodem velhas chagas
Apodrecidas, negras e fétidas
Lágrima silenciosa de ti se apiedas
E escorre lenta em tua face cinza

Queixas ao franzir a testa ardente
Gotas de delírios neste eterno mar
Vestes soberbas em celestes panos
Dor infinita não quer largar

É a vida, e viver nesta loucura
Ter nos olhos sonhos de doçura
Com a alma paralela ao holocausto

Refazendo sempre em plena agonia
Em espelhos que refletem a sinfonia
Deste corpo apodrecido desgraçado

Foto de Carmen Lúcia

Bem perto...

Te procurei por tanto tempo,
Nas sombras que me seguiam,
Nas manhãs de todos os dias,
Na luz do sol que em meu rosto ardia,
Nas estrelas, que não mais luziam,
Nas fases da lua...cheia e nova,
Em tudo que se renova
E que não volta atrás...
Te procurei ardentemente,
Nas almas vibrantes dos amantes,
Nas paixões alucinantes,
Nas emoções irradiantes,
Nas fantasias sexuais,
Nos espaços transcendentais,
Na lucidez e na demência,
Na penumbra e transparência...
E te descobri tão perto,
Perto de mim, demais...
Trago-te dentro do peito,
És essência, és fundamental,
És a supremacia de um parto,
És a poesia que faço.

_Carmen Lúcia_

11/02/2008

Foto de P.H.Rodrigues

Centurião: Rio

Seguia o Centurião em mais um dia de sua jornada.
Nas margens de um rio, um barco, em um tronco amarrado.
Sem tripulação, ou aviso. Simplesmente, largado.
Ao nada. Ele pensa, e vê, que o barco pode lhe ajudar.

Sobe. Porém, nada tem para remar, e não sabe ao certo,
onde tais águas o irá levar. Inapropriado, mas usa sua espada.
Mesmo cortando as águas turvas, e quase não saindo do lugar,
uma direção tem que tomar.

Desce o rio observando a paisagem. Vê várias formas Bizarras, outras elegantes.
Algumas, tão belas, que nem parecem ser reais. Sente-se um pobre delirante.
Sente no peito, um aperto de saudade. De algo que ainda não aconteceu.

De textos lidos, que ninguém escreveu. Anceia logo, pelo porto seguro.
Navegará sem parar. É tudo que sabe. Não sente medo dos monstros que há de encontrar.
Sente receio de que não encontre uma costa, para atracar.

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