Pessoas

Foto de Rosamares da Maia

CIDADANA

Cidadania

Nos campos e cidades Homens vagam,
Buscam entre ideais uma identidade.
Crianças maltrapilhas limpam pára-brisas,
Comem em seus doces sonhos os doces,
Olhados por detrás das vitrines enfeitadas.

Distante outras crianças preparam a terra,
Quebram pedras, secam suor e lágrimas,
Com mãos pequenas e magras reviram lixões. .
Mas são mãos de empunhar livros!

São apenas crianças, simplesmente pessoas,
Mas, não bebem todos da mesma água,
Nem comem todos da mesma comida,
Há uma violência comum que a todos alcança,
Mesmo em margens diferentes da estrada.

Somos iguais perante a Lei. – Somos iguais?
Mas não nos coube igual dignidade!
Há uma vontade que o dever não guia?
Injustiças e incoerências distribuem oportunidades.
Violência comum na mesma margem da estrada.

Quantos Homens terão a oportunidade de aprender?
Quando transformaremos o caminho que leva a estrada?
Quantos compreenderão a essência da dignidade?
- Cidadania?

Senhora liberdade os teus filhos não te negam!
Mãe Pátria, eles não podem fugir da luta!
Podemos produzir desejos maiores e melhores.
Liberdade é sinônimo de uma coerente igualdade.
Mesmo quando em margens diferentes da estrada.
Podemos produzir a essência da verdadeira cidadania.

Rosamares da Maia

Foto de Joice Lagos

Meu amor...Meu sonho bom

Por mais que eu me esforce ao tentar provar meu amor por você, não encontro em toda extenção do dicionário, palavras que possam explimir com fidelidade o que eu sinto.
Não sei falar de amor, sei apenas me deixar guiar pelas minhas mãos, e escrever o que a minha boca cala e não diz.
Através do papel, ou do teclado de um computador, eu deixo fluir as minhas emoções, tudo o que sinto de mais forte e mais intenso.
Em cada linha eu deixo tranparecer que você é o meu sonho bom, é o orvalho da manhã que faz crescer o meu jardim de sonhos.
Você é o vento que refresca, e me faz sorrir quando o sol se esconde entre as nuvens.
É a estrela mais brilhante, aquela na qual fixo o meu olhar, meus pensamentos. A estrela que me guia, que me fascina.
Você é o meu mar...suas ondas me levam a caminhos nunca antes percorridos, e me trazem o alento nos meus dias sombrios, e nesse mar seus braços são meu porto seguro, onde eu ancoro meu barco.
Você é a chuva que molha o meu corpo, e me faz delirar, flutuar nas nuvens de uma emoção sem fim.
Enfim você me faz segura, me traz paz e carinho.
Você me encontrou, me trouxe de volta à vida e me ensinou a ser feliz.
E pensando na melhor forma de lhe explimir o que sinto, não consigo a originalidade, tenho que usar as mesmas palavras que todas as pessoas apaixonadas usam...dizendo apenas que eu te amo.

Foto de Joice Lagos

Um pedido de Deus

Um dia no auge da minha dor, do meu desespero, eu decidi me ajoelhar ao pé da cama, fazer uma oração a Deus, já que não havia mais esperança dentro de mim. Em minha oração eu pedia entre soluços e lágrimas que Deus me trouxesse de volta o que eu havia perdido, coisas e pessoas que acreditava serem imprescindíveis e de valor insuperável.
Após um longo período de oração e súplica, eu achava que Deus não ouvia as minhas preces, Cheguei a me indagar se Deus não me estava punindo, cheguei até a pensar que ele não existia, até que perdi a esperança e o abandonei.
Quando retornei a orar, vi que Deus jamais havia me abandonado, senti sua presença, e chorei, mas não de dor e sim porque entendi que ele me amava e quando tirava de mim o caminho que eu havia escolhido, não estava me punindo e sim me livrando do que é mal. Então eu disse: Deus seja feita conforme a tua vontade, se não queres este caminho para a tua serva, me mostra o caminho que devo seguir, afasta de mim as coisas vãs e, mesmo que isso agora venha a me causar a dor. Ensinas-me, o caminho a seguir.
Nesta hora meu coração se alegrou, senti a presença de Deus perto de mim, mesmo não sendo uma pessoa que freqüenta uma Igreja.
Hoje, eu vejo que os caminhos que eu havia escolhido, me trariam dor e infelicidade, caminhos que não me levariam a lugar algum.
E quando eu achava que Deus não ouvia minhas preces, ele estava ali me afastando do que é mal e escrevendo um caminho melhor.
Hoje Deus me deu muito mais do que lhe pedi, ele me deu paz, amor, saúde, felicidade e fé.
Por algum motivo hoje Deus tocou em meu coração para enviar esta mensagem para outras pessoas, levando meu testemunho, talvez porque em algum lugar esteja alguém que necessitas de uma palavra, para mudar o rumo de sua vida, talvez Deus queira tocar esta pessoa e lhe dizer que o ama e que o caminho que ele pretende seguir não faz parte dos planos de Deus para ele.
Mas saiba amigo que Deus está contigo em todos os instantes da sua vida, e se você acha que não há mais esperança, olhe ao seu redor, há tantas outras pessoas em pior estado que o seu, e que mesmo diante de tudo não fogem a luta, não se entregam e acima de tudo, tem força e vontade de viver. Olha mais um pouco e veja como é grande e vasto este mundo, tão repleto de maravilhas, que nunca temos tempo de apreciar.
E se não sentires vergonha olha pro céu e do fundo de seu coração peça a Deus que encaminhe seus planos, que ele faça conforme a sua vontade.
Entregue sua vida, nas mãos de Deus, confia nele e ele tudo fará.
Que Deus os abençoe sempre. Amém.

Foto de Joice Lagos

Momentos

Existem momentos em que tudo está em paz, eu olho pro céu e vejo as estrelas brincando de esconde - esconde como se fossem apenas crianças em busca de sonhar.
Eu fecho os meus olhos e vejo num sonho que as pessoas são melhores do que ontem, com sentimentos verdadeiros e amor pelos outros semelhantes.
Ai eu agradeço a Deus por estar viva e poder lutar com as minhas forças por algo melhor do que esse mundo mesquinho me oferece.
A presença dos anjos que me foram enviados por mãos divinas e que me doam um pouquinho de si.
Os gestos e palavras que carrego e quando estou só me aparecem como mágica inundando meu ser.
A saudade que sinto do dias que se vão, pois elas me fazem ver que valeu a pena ter vivido todos os dias.
Agradeço por todas as dificuldades que encontrei no caminho, porque me fizeram crescer e ver o mundo com mais flores e versos.

Foto de Joice Lagos

Fugir de mim

Ás vezes a vida dói, mas eu nem sei explicar meus próprios medos.
Quem sabe seja toda essa a gente agitada que passa pela minha vida todos os dias, a fumaça e a buzina dos carros que passam apressados por uma avenida torta, por todas as cenas trágicas que vejo e nem consigo conter a emoção.
Ás vezes gostaria de fugir pra um lugar distante, longe de tudo e mais perto do céu.
Onde as pessoas fossem humanas e a natureza me ensinasse a sonhar de novo.
Queria apenas um instante num paraíso de emoções, então deixaria aqui as amarguras e estaria livre...
Livre para amar de verdade, sem medo, sem culpa, sem receios.
Livre pra sentir carinho por aqueles que me rodeiam, sem tanta pressa, sem tantas formalidades.
Queria olhar meu semelhante e sentir mais, muito mais do que sinto hoje.
Estou cansada de ser só um número nas estatísticas, de dedicar meu tempo ao meu trabalho e quase esquecer que sou humana e que tenho coração.
Queria apenas gritar bem forte, pra ver se expulso meus demônios e ver se sobram flores.
Eu queria ser mais e poder doar mais de mim, mas percebo que sou limitada.
Ao menos hoje quero dormir o sono dos justos, com a cabeça livre de temores, e com o coração preenchido.
E quem sabe assim meus sonhos me levem pra esse lugar distante e eu fique mais próxima de Deus.

Foto de Joice Lagos

Enquanto

Pelo menos metade das pessoas que conheço sofrem de algum tipo de mal que as oprime. Por infinitas vezes as vi com o olhar perdido em algum lugar do horizonte, enquanto ao seu redor as coisas se movem e as horas apressadas voam pelo relógio.
Enquanto olhava dentro de mim, e buscava nessa imensidão que é o meu ser, possivelmente por instantes deixei de existir.
Enquanto busquei motivos pra ser feliz a felicidade cansou de esperar pelo meu sorriso, e as pessoas queridas foram ficando esquecidas em minha memória e derrepende me esqueci que elas me amavam ou simplismente esqueci de amá-las mais.
Enquanto eu sonhava, muitos se foram pra um lugar distante e agora só posso encontrá-las quando fecho os meus olhos e tento com todas as minhas forças mantê-las por perto, e senti-las vivas.
Enquanto eu chorava as crianças foram se tornando adolescentes e já não acham graça em minhas brincadeiras tolas.
Enquanto me olhava no espelho e lamentava não estar em um manequim mais apropriado, aqueles olhos que me fitavam encontraram olhos mais atentos.
Hoje eu vivo e vejo muito além que um simples sorriso de criança, eu vejo sonhos e vejo fantasia.
Hoje eu fecho os meus olhos só para recordar que Deus me deu mais um dia grandioso, onde pude doar um pouco de mim e que ganhei em dobro, porque trouxe muito mais de cada um que passou.
Finalmente meus olhos encontraram alguém para se refletir e agora sou muito mais do que um simples reflexo do meu espelho.
Hoje finalmente aprendi que o que sou é muito mais do que eu gostaria de ser, porque sou parte de uma imensidão de pessoas que se foram, mais que deixaram um pedacinho em mim de suas amizades e de seus ensinamentos.
Não preciso mais me esforçar para sentir a presença de pessoas queridas, pois carrego-os comigo.
E hoje cada palavra minha leva um agradecimento a todos que amo e que me amaram ou que simplismente doaram um minuto de seu tempo, de sua alegria, de suas promessas.
Ou que simplismente me ouviram quando precisei falar e não disseram nada quando as lágrimas insistiram em rolar.
Hoje as horas correm muito mais depressa, mas é porque o tempo tornou-se curto para viver.

Foto de Bruno Silvano

A Mafia

O Vento batia continuamente na fresta da janela do quintal e produzia um leve e suave assobio, que embalava a mais belas das bandeiras, em tons cintilantes, simples e repletos de significados, que naturalmente se encaixava com aquela cidade e atraiam a atenção das pessoas que por ali passavam, os raios solares realçavam o amarelo, as nuvens em tom de algodão o branco e a camada escura de solo fértil que abria por instantes rente a neve derretia, representavam o preto. Era uma bandeira tricolor, que apesar de poucos saberem o que ela realmente significava, já a adoravam. Essa era a minha vista de quando olhava através das janelas de vidro.
Era apenas um brasileiro, criciumense para mais ser preciso, ou apenas mais um criciumense perdido e sozinho na Europa. Havia mudado recentemente para a cidade de Oxford, cidade essa cheia de cultural e beleza, um dos principais centros universitários do país. A oferta de estagio da garantia de experiências e grandes aventuras me atraíram àquele lugar. Não foi uma das escolhas mais fáceis que tomei em minha vida, longe disso, teria que abrir mão de muitos hábitos e principalmente do meu amor.
Minha cidade de natal fazia muita falta, costumava falar com as estrelas, dizem que as estrelas são boas companheiras, principalmente pra alguém quanto eu que precisa de alguém para se animar, pedia todos os dias para que meus amigos pudessem estar comigo, não que eu estivesse descontente com aquilo ali, talvez a imaturidade e inexperiência me fizesse sentir medo, me fizesse questionar o que estava fazendo ali, muitas vezes acordava assustado ao ver as arvores, os carros, os jardins repleto de neve, acreditava ainda estar dentro de um sonho. Meu passatempo era acordar cedo todos os dias, tomar um cappuccino quente e ficar em frente a lareira observando a bandeira do meu time do coração, que havia cuidadosamente enfiado em frente a casa. Esse era o meu hobbie enquanto não precisa ir trabalhar.
Seguia o mesmo caminho quase todos os dias para ir trabalhar, morava a 3 quadras da empresas, sempre ao sair de casa encontrava dois meninos e uma menina jogando futebol no pouco espaço onde a neve ainda não tomava conta, justamente em baixo aos redores da bandeira, que além de bonita servia como trave pra diversão da criançada. A cada dia que se passava o numero de crianças aumentava e todos tomavam gosto pela bandeira pela sua capacidade de iluminar e proporcional diversão para os mesmo.
Minha vida se tornava uma mesmice naquele lugar, chegara a imaginar que meu um dos meus maiores sonhos, acabara por se tornar pesadelo, era uma ainda muito sozinho repleto de solidão, mal eu imaginava que aquilo pioraria muito, mas que também passaria por muito bons momentos.
Não me importava que as crianças jogassem ali, muito menos com as varia perguntas tolas que recebia de pessoas curiosas sobre a bandeira.
Não me lembro ao certo que dia era, mas a previsão do tempo apontava a vinda de uma forte nevasca para a região, porém muitas crianças ainda brincavam no meu jardim, muitos se assustaram com o barulho das fostes rajadas de ventos que se aproximavam e saiam correndo para suas casas, mas um deles o mais novo da turma que tinha por volta de 4 anos ficou tonto, completamente desorientado, não sabia à que lado ir, logo corri par retirar o menino da rua e leva-lo pra dentro de casa, porém a hora que cheguei ele já não estava mais lá,. Apenas ouvi o barulho de um grande estouro e desmaiei, daí em diante não lembro mais nada.
Quando acordei, demorei a conciliar onde estava, o ambiente cheirava a hortelã, mas tão logo percebi que estava em minha própria cama, no lado tinha uma xícara com chá de hortelã com mel, acompanhado de um bilhete com as seguintes palavras “Cuide-se e da próxima vez tente não sair correndo como um louco na rua, no meio de uma nevasca. Da-lhe Tigre!” Seguido de risos e um beijo estampado a batom. O Chá ainda estava, ainda sentia um cheiro de perfume no ar, tão cheiroso quanto qualquer um outro que já senti outras vezes. Corri a porta pra ver se encontrava alguém, porém tarde demais, a porta estava emperrada devido o excesso de neve. Meu guarda-roupa estava um tanto quanto bagunçado, mas talvez já estivesse assim, devida a minha organização. O dia estava amanhecendo, foi ai que me dei conta que fiquei desacordado por mais de 12h.
Os telejornais avisavam a paralisação em algumas escolas e empresas devido a nevasca. Não iria precisar trabalhar, então fiquei deitado o dia inteiro tentando entender e lembrar de mais alguma coisa sobre o que havia acontecido no dia anterior. Porém todos os meus pensamentos foram interrompidos pela noticia de que entraram o corpo de um menino, por volta de 4 a 5 anos de idade, morto com sinais de asfixia, em um terreno próximo ao da minha casa.
Estava extremamente curioso para descobrir o que havia acontecido, e ainda mais quem era a pessoa que havia me trazido pra dentro de casa, minhas únicas pistas eram, o perfume, o idioma e a letra com que a pessoa havia escrito, e a julgar pelo batom imaginava se tratar de uma mulher, de fato não estava errado. Mas a questão é, o que estaria ela fazendo ali, se a única pessoa que vi era um menininho inocente e indefeso? Ao menos foi isso que imaginei ter visto, pelo menos através do vidro fosco das janelas.
Passaram-se dois dias sem que eu tenha mais informações sobre o caso, porém através de denuncias, feita por uma mulher, que não quis se identificar, que relatou me ter visto com a criança. E como a criança costumava brincar sempre no meu jardim, fiquei sem ter como me defender e as suspeitas sobre a morte do menino recaíram todas sobre mim.
Passei varias tardes respondendo inquérito e prestando depoimentos, haviam encontrado luvas com o emblema do Criciúma perto da cena do crime, o mesmo que estava na bandeira, que por sinal também havia sumido. Peritos constaram que a luva me pertencia e que eu havia sumido com a bandeira, pra não levantar suspeitas e ligações entre luva e bandeira. Mal eu sabia, que a profissão que sempre sonhava em ser, se voltava contra mim, em um mero descaso do destino.
Não entendia o que fazia uma luva do criciúma, era o único criciumense que morava na região. Tentava montar em minha cabeça parte por parte, mas faltava um detalhe, pra mim essa historia não fazia o menor sentido, quanto mais para um chefe do departamento de investigação. Que por sinal era mulher, uma bela mulher, muito me parecia familiar, era baixinha, não tinha mais do que 1,65 metros de altura, possuía cabelos ruivos puxando pra loiro, seu perfume, ela era misteriosa, e isso me atiçou a desvenda-la.
A luva era a prova concreta contra mim, pelo menos para me deportarem para o Brasil, alguns dias antes essa seria uma boa noticia, mas agora já estava muito envolvido no caso e faria de tudo para desvenda-lo, e por ventura provar minha inocência.
Em um dos depoimentos cara a cara com a chefe do departamento criminal de Londres, ela deixou cair alguns relatórios de perícia em cima de mim, havia algumas anotações em português, logo reconheci a letra, como a mesma do bilhete deixado em meu quarto. Estava ai, frente a frente com a pessoa que poderia me salvar, me defender. Ela leu em meus olhos que havia descoberto quem se trava ela, porém não me deu tempo de reação, me deu um beijo, tão suavemente quanto um de cinema, e mandou eu segui-la rapidamente e que me explicaria no caminho, mas que precisa que eu embarcasse no avião e voltasse para o Brasil. Não sei se essa foi uma das atitudes mais inteligentes que tomei, porém segui-la.
Ela me levou a um depósito velho onde trabalhará sozinha como detetive particular, e um dos seus casos era de uma máfia formada dentro da empresa em que estava trabalhando. Máfia essa que aliciava e menores idades inclusive eles que haviam cometido o assassinato do pequenino e estavam me usando pra atrair as crianças. Explicou ainda que se a culpa do assassinato caísse sobre mim era a única maneira de me defender da máfia, e por isso ela se encarregou de implantar as provas.
Detalhou: “Você estava indo salvar a criança, eles estavam atrás dela, ao perceberem que tinha alguém por perto tentaram lhe matar, porém apenas te desacordaram, e antes que tivessem mais tempo, cheguei e eles recuaram, então levei você até a cama e tratei de você, até porque temos muito mais coisas em comum do que você pensa..” Nessa parte fomos interrompido por barulhos de tiro. Corremos em direção ao carro, porém cai na armadilha e fiquei na mira da arma de um dos membros da máfia, um tiro e era certo que eu morreria. Ele engatilhou e atirou, fiquei meio surdo com o barulho do tiro, porém ela a delega havia se joga em minha frente, rebateu o tiro, porém não se livrou do ferimento. Havia sido atingida a altura do pulmão, dava pintas de que não resistiria, deu-me mais um beijo, o melhor deles, e desmaiou.
A ambulância não demorou a chegar, porém não escondia a aflição do medo em perde-la em nunca mais a ver. Porém vi em seus braços uma tatuagem “Da-lhe tigre” e logo entendi que não era apenas destino. Os médicos disseram que ela havia perdido muito sangue, porém ficaria bem. A partir desse dia descobri o que era a paixão, algo que começou a alguns anos em jogos do criciúma, e que se estendeu mais além, além de continentes, um clube que reuniu meus dois amores

Foto de diny

CRIANÇA

CRIANÇA

Você menina.
Que nada anima!

Você criança,
Que já abriga no peito,
Um coração desesperado;
Que não tem jeito!

A vida te ensinou muito cedo,
o que é desesperança, medo!
Você parece um bichinho assustado,
E com muita razão!

Como entender um mundo alucinado?!
Com uma cara medonha,
Onde pessoas, aliás;
Mais parecem restos de violência
Que vergonha!

A autodestruição humana se expande,
E você criança, na sua inocência,
Sente medo de viver e crescer,
E de um dia ser:
GENTE GRANDE!...

Diny Souto

Foto de cafezambeze

CARTAS COM ESTÓRIAS DE ÁFRICA (I/VII)

O DIA EM QUE TEU PAI LEVITOU/O DIA EM QUE SEU SANGUE FRIO E SUA INEGUALÁVEL PONTARIA SALVARAM UM AMIGO

Belém, 27/01/2006

Cara sobrinha

Faz tempo me perguntaste se não tinha fotos do teu pai quando em África, pedido que encaminhei para os meus imãos e que creio, devem ter dado uma de baianos. Amanhã... Amanhã...

Esta semana pegaram uma sucuri, prima da anaconda, com uns 4 metros, que passeava no galpão da empresa onde trabalho. Houve comentários e estórias e me lembrei d'algumas onde o teu pai foi a personagem. Não são fotos... mas tentarei enviar-te de vez enquando alguma estorieta.

O DIA EM QUE TEU PAI LEVITOU

Eramos garotos. Eu com uns 10 anos e teu pai com uns 13.
Moravamos em Vila Pery, mais ao menos no centro geográfico de Moçambique.
A alguns quilômetros da vila, destacava-se no horizonte uma formação rochosa conhecida como a Cabeça do Velho.
Não sei mais de quem foi a idêia, acho que dele, mas resolvemos escalar a Cabeça do Velho. Menos temerário, me lembro de atentar para o problema das cobras que eram uma praga. Que nada, argumentou, vamos levar o cavalo marinho do pai (um chicote feito de couro de hipopótamo com um metro e meio mais ou menos), uma chicotada na cobra que aparecer e quebramos-lhe a espinha.
Pegamos um lanche, cantis com água e um caixote kodak e, lá fomos a pé.
A escalada correu bem e em poucas horas chegamos ao topo. Depois de algumas fotos (que ainda devem existir) começamos a descida.
Seguiamos por uma espécie de trilha ladeada por capim seco. Teu pai caminhava uns 5 metros à minha frente quando duas cobras resolveram atravessar a trilha.
Eu gritei e, instintivamente, talvez alertado pela restolhada das cobras no capim, teu pai pulou. Como em câmara lenta e com o coração querendo sair pela boca, vi as cobras de cabeça levantada passarem por debaixo das pernas dele.
Devem ter sido talvez frações de segundo, mas ele ficou parado no ar, de pernas encolhidas. Só caiu depois das malvadas terem passado.
Do susto, me vinguei por uns tempos aconselhando-o, todas as vezes que saíamos, a não esquecer o cavalo marinho para o caso de aparecer alguma cobra.

O DIA EM QUE TEU PAI, SEU SANGUE FRIO E SUA INEGUALÁVEL PONTARIA SALVARAM UM AMIGO

Teu pai, desde pequeno, sempre foi um exímio atirador, tanto à bala como com arma de cartucho.

Devia ele ter uns 14/15 anos, quando fomos fazer uma caçada na farm de um amigo. O Aguiar.
Fomos de bicicleta, eram só 14 km. Na propriedade nos reunimos com o Aguiar e os irmãos, e lá fomos nós. Além das fisgas e pressão d'ar, a arma que levávamos era uma 410 (cartucho) de 5 tiros. Uma adaptação feita com uma culatra de fuzil Mauser.

Depois de matarmos algumas rolas e galinhas do mato (cangas), já de volta para a sede da farm, um dos funcionários que nos acompanhava começou a gritar:
Inhoca! Inhoca! (Cobra)
Era uma senhora Mamba Negra (veneno suficiente numa mordida para matar 10 pessoas em pouco tempo), bem grossa, que serpenteava rápido. Enquanto ela corria, teu pai fez quatro disparos e, embora depois constatássemos que todos a tinham acertado, eles não a pararam.

A bicha se arrastou para um grupo de arbustos, e esse nosso amigo Aguiar correu com um pau para afastar os arbustos à procura da cobra. Logo que ele se chegou aos arbustos, vimos a cobra levantar-se à altura da cabeça dele. Tudo se passou na velocidade de um raio. Um tiro e a cabeça da cobra voou... O susto veio depois quando nos apercebemos de como a morte nos rondou.

O Aguiar ficou branco como papel e sem conseguir falar por um bom bocado.

Foto de Edson Rodrigues Simões Diefenback

NÃO TRANQUE O VELHO AMOR FALIDO EM VOCÊ.

NÃO TRANQUE O VELHO AMOR FALIDO EM VOCÊ.

Acredito que o ser humano é capaz de amar mais de uma vezes. Se não fosse assim quem “perdeu” uma grande paixão estaria condenado à solidão. O pior é que tem gente que coloca isso na cabeça e se apega, se humilha, se sujeita a qualquer coisa para ter a pessoa e volta. Ao invés de trancar em você aquele seu velho amor falido, abra novos espaços e inaugure um novinho em folha dentro do seu coração.
Quando você parar de procurar ser amada ou amado, você irá sentir que o mundo e as pessoas começarão a te amar mais.
Por isso, fujas e não crie expectativas e ilusões, aprenda primeiro a se amar a conquistar o seu Eu, criando assim uma auto estima e verá realmente o mundo estará leve e te amando e a pessoa certa aparecerá nas circunstância adequada a que você merece. Para isto é preciso ter consciência que mundo não gira em torno de ti, é preciso que você faça por merecer, pois tem muita gente “morrendo” de expectativa e se afogando nas próprias ilusões criada.
Mas não aches que a pessoa certa é bonita de rosto e de corpo, com dinheiro e muita fartura, a pessoa certa é aquela que irá te ajudar nas suas necessidades e não seus desejos e caprichos pessoais.
Quando a gente espera de mais para que aconteça não acontece, às vezes as coisas só acontece quando a gente menos espera.
Mas se você acha que é chapeuzinho vermelho certamente existe lobo mau.

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