Terra

Foto de Carmen Vervloet

Temperatura Máxima

Hoje sou vácuo e vão,
o calor importuna insistente
neste escaldante verão...
Meu corpo pede que vente.

A mente embotada nada cria...
Queria ser alga no mar,
rasgo os versos da poesia,
ultimato do meu pensar.

Se ao menos uma nuvem perdida
viesse com chuva molhar
a terra comprometida
que tolhe até meu olhar...

Mas nada acontece no espaço,
o meu tédio é enorme,
sem ritmo e sem compasso,
o vento não sopra, dorme!

Foto de Lidia Lima de Oliveira Soares

O inverno chegou

Amor o inverno acabou,
E não colhestes o fruto maduro,
Agora ele já caiu no chão,
Perdeu todo sabor doce do mel.

Amor uma nova estação chegou,
Com ela veio o frio, o congelar bravio,
Do coração que se magoou...
Ah... Amor o inverno ainda não passou...

O tempo das frutas maduras,
Doce como mel parou...
A minha boca secou, como se
Seca a terra no deserto sem águas...
Quando a tempestade vem e não se acalma...

A madrugada chegou tão fria solitária,
Com ela meu coração parou, e quase congelou,
Buscou e nada encontrou...
As palavras se foram, a inspiração acabou,
Só restou um coração cheio de amor.

Meu amor o outono se foi, e com ele
Foi-se o sabor das frutas, e o mel das
Flores orvalhadas, que agora estão murchas,
Nestas horas da madrugada...

Mas não se entristeça meu amor,
A vida não acabou o amor ainda
Não passou, e ainda virão outros
Verões, outros invernos e outros
Outonos...
E neles os frutos da videira estarão
Maduros te esperando...

Quem sabe, em uma nova estação chegando,
Com ela virá às frutas maduras,
Cheias de mel, pra adoçar a tua boca,
Que tanto me encantou... Quem sabe amor,
A tua boca me deseje, assim como eu desejo a tua.

Lídia Lima de O. Soares

Foto de William Contraponto

Advertência

Eu bem que resisti
Já que nada ganharia
Mas resolvi advertir
Sobre tudo que é hipocrisia
E contar segredos estruturais
Dos templos espirituais

Ontem eles riam da diferença
Hoje agem por influencia
Tão intelectuais guiados em crença
Semelhantes descrentes na ciência

E vão vivendo assim
Seguindo com suas guerras
Julgam quem deve ter fim
Como se fossem os melhores da Terra

Uma situação parece inesperada
Esquecida, porém sempre eficaz
A reação vem sem hora marcada
Trazendo resposta e algo mais...

As mensagens enviadas do céu
Orientam profetas ocasionais
Na caminhada que busca o troféu
Para comandar poderes temporais

Toda religião tem o absurdo
De enfrentar a razão
Todas desejam ser Estado
Onde dogmas o conduzirão

Eu bem que resisti,
Mas resolvi advertir...

Foto de Maria silvania dos santos

Sou pequenininha...

Sou pequenininha...

Não sou quem penso, pois penso grande de mim, não posso pensar assim pois sei que sou pequenininha...
Grande é DEUS, Sou como um grão de mostarda que Deus semeou aqui na terra, sou pequenininha mas com Deus posso enfrentar a guerra...

Maria silvania dos santos p

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE - O Cantar do Galo

CRÔNICAS DA SAUDADE – O cantar do Galo.
De repente ouço um cantar de galo ao longe e o inusitado no mundo urbano abre uma porta para uma enorme nostalgia. Instalada no meu peito sem pedir licença, ela dói de forma aguda. Fecho os olhos, encho o peito de ar num suspiro profundo e como num filme, vejo caminhos de terra batida, dourados pelo sol em claridade tão intensa e morna que quase consigo materializar o momento. Vejo laranjeiras, goiabeiras, sinto o cheiro do mato orvalhado pelo sereno das madrugadas e flores e folhas se embebedando. O galinho que canta ao longe de forma repetida, insistente faz meu peito se abrir sem quer, ardendo de uma saudade com gosto de infância, de avó lavando roupa na tina de madeira do fundo da casa.
Tina de madeira para lavar roupas. - Alguém mais já viu isto? Eu lembro nitidamente, tinha um pedaço de madeira com costelinhas que se enfiava dentro da tina para o esfregaço. Vejo a enorme pedra arredondada bem no meio do terreiro desafiando o tempo. A pedra instalara-se ali, como prova material de que algum dia tudo naquele espaço fora um oceano.
Todos nós crianças e netos ou não, adorávamos brincar naquela pedra, e certamente ela, testemunhou muitas outras infâncias. Subíamos, pulávamos e caiamos. Meu irmão que sempre quis ser super-herói improvisava uma capa nas toalhas de banho ou algum outro pedaço de pano que estivesse para lavar e voava da pedra com sua espada de cabo de vassoura para salvar o Mundo.
A cantoria do galinho indigente que agora escuto, somente no sentido de remexer as entranhas da saudade, trouxe-me neste exato momento o cheiro da madeira queimando no fogão de lenha e do feijão, cozendo na panela de ferro, feijão que meu irmão um dia mexeu com um pedaço de pau em brasa, lenha do fogão. Minha mãe quis pegá-lo de tapas, mas minha avó, somente riu com as bochechas avermelhadas e mandou que ele fugisse para não apanhar dizendo: “Ora deixa o menino, isto é coisa de criança”. Ela protegia todos os netos, perto dela ninguém levava tapas palmadas, surra então, nem pensar.
Tenho saudade do meu irmão que hoje sequer fala comigo, mesmo estando ao alcance do meu abraço, pois ambos esquecemos como se abrem os braços e se abraçam fraternamente os irmãos. Do menino franzino que não conseguiu salvar o Mundo, nem mesmo o nosso pequeno mundinho. Estou com saudades da minha avó conciliadora, que jamais deixaria isto acontecer, mas ela, não está mais aqui e tudo mudou. Tem uma eternidade que não vou ao terreiro dos fundos da casa de minha avó, nem sei se aquela pedra existe mais. - Será que virou concreto? Sei que há muito deixou de existir a cozinha feita de “barro a sopapo”, com o fogão de lenha e as panelas de ferro em cima, cozendo com amor para a família.
O sol nasce a cada dia e continua banhando os caminhos. São ruas asfaltadas, cimento e concreto e ele, queima de forma impiedosa e dolorida a minha pele, não me faz carícias como no tempo de criança. De repente o cantar insistente do galinho me desperta do mundo para o qual me levou, lembrando abruptamente, num suto, de que eu também deixei de ser criança.
Rosamares da Maia

Foto de raziasantos

Saudade do Meus Tempo de Menina!

Saudade do meu tempo de menina.
Onde eu corria entre as montanhas...
Subia no alto da colina para enterrar meus segredos, colecionava sonhos na certeza que todos iriam se realizar.
Saudade do meu tempo de menina onde jogava amarelinha
Caminhava sozinha sem medo de o lobo mau me pegar...
Corria entre os cafezais, nadava nua no rio, ouvia os cânticos dos pássaros, sempre a festejar!
Quando o sol ia se pondo ao longe ouvia o berrante tocar.
Anunciando que a noite seria de cantoria e modinha pra dançar.
Saudade da menina, de pés descalço dançando no brilho do luar.
Entre o verde colorido bailava inocente sem medo de a noite chegar.
Ao cheiro do agreste a terra molhada pelo orvalho de mais uma noite de luar.
As estrelas sorridentes aplaudem a menina pequenina que sorrir sem parar.
Dança inocente menina...
Ouça o canto da sábia, corram entre aos campos verdes coloridos!
“Amanhã você vai crescer e tudo ficará para trás”...
Saudade do meu tempo de menina onde os sonhos eu podia embalar.
E a noite não me trazia medo, pois sabia que ao amanhecerem os pássaros iriam me acordar.
E ao cheiro da terra molhada, o vento como caricia espalharia o perfume das flores no ar.
E um novo dia iria recomeçaria sem medo dos vilões que viriam para meu mundo verde destruírem...
Saudade do meu tempo de menina de ouvir novamente o canto da sábia!

Foto de Moisés Oliveira

O amor sumiu da terra

Não se acha mais, na vida não há perdão,
já sumiu da terra, foi embora sem razão.

Ele deixou saudade, frase por completar,
não se acha o sentimento, tudo fora de lugar.

O dia sem ele é noite, violência sem razão,
o jornal escorre sangue, nem doi mais no coração.

De quem estamos falando? Não preciso explicar.
Falo do amor mas pode ser tudo, nada parece funcionar.

Foto de Alexandre Montalvan

Casa Vazia

Era casa vazia e muito pouco fazia

Não havia vida, ouvidos para ouvir.

Partes da história nela se perdiam

Pois vida ali inerte deixava de existir

Havia véus que cobriam seus medos

Tentando esconder velhas conversas

Faladas na beira das nervuras rasgadas

Meias palavras perdidas em segredo

Apenas vazia e sem alma a pobre casa

Cansada era corpo assentado na terra

Era ave sem bico sem penas sem asas

Era casa era sonho era dor era espera

Tudo e nada, era apenas o que restara

Incrustada na beira morta da estrada

Efêmero coração (em dia de ventania)

Uma lágrima rolava umedecendo o chão

Alexandre

Foto de Lucianeapv

O QUE SOU DA VIDA

O QUE SOU DA VIDA
(Luciane A. Vieira – 07/10/2013 – 07:44h)

Sou parte deste chão
Que arde infecto...
Profano...
Profundo...
E, ao mesmo tempo,
Fecundo a vida...

Sou parte desta terra...
Natureza vã
Que engole a ferida,
Maltrapilha,
E se permite abrir
Tal qual flor...
Singelamente vazia...

Sou parte deste solo
Que se abre em chamas...
Que tanto amor se planta...
Que tanto coração se espanta...
E se ilude...
E se fere...
E se perde...
E se mata...
E se ganha...
Sou parte daquele tempo
Que sangrou e se calou
Que de gelo e de mágoa
Se fartou do amor...
Aquele amor que não
Viu nascer...
Nem crescer...
Sequer sentiu seu morrer...
E...
Da cicatriz que não sentiu
Arder...
No vento...
No tempo...
Na espera da luz
Que não viu e ali
Se perdeu...

Foto de Moisés Oliveira

Caminho

Me carrega pra tua vida?
Carinho, beijo e abraço não deixo faltar.

E se não funcionar, qual a saída?
Não basta dizer que ama, tem que me amar.

Essa estrada longa, é dolorida?
Me dê sua mão, eu faço a dor passar.

Ao final do caminho, se acha a terra prometida?
Enquanto estiver na estrada, não quero encontrar.

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