Vento

Foto de Ricardo Barnabé

A ponte

Os pássaros fugiram
nas cidades descobertas, perderam-se
os dias cinzentos sobre
a luz das estrelas caidas
sendo o dia, a noite escura
e a tua pele, o meu deserto
tuas pegadas, os meus passos
e o meu corpo, é o barco
que navega nas tuas lágrimas
rumo ao teu rosto,buscando
um beijo teu, lutando contra
o vento das tuas incertezas
que te seguem no segredo
por isso, vem sem receios
adormecer nos meus braços
e acordar no meu conforto
que amanhã, as nuvens
do céu azul abraçarão
o nosso corpo, e o sol
irá surgir através do teu brilho
que se esconde na sombra
do teu medo,por isso, deixa-me ser eu
a ponte que junta o teu mundo, ao meu.

Foto de Deoleones

No Teu Olhar

Dentro do teu olhar Há algo de novo…
Paz? Amor?
Não sei!
Apenas sei que nesse encanto,
Revejo-me,
Tão menina tão mulher
Sedenta de amor e desejo atroz,
Como vento que passa levemente por mim Sem deixar rasto.
Com carinho olhas para mim!
Deixo-me ir!
Como onda que se desfaz na areia, Entrego-me a ti!
Na tua voz sinto o desejo do teu corpo, nas tuas maõs o carinho, a ousadia.
Saboreio com a alma, alma repleta de amor.
Amor que não entendo
nem quero; Mas que teima viver dentro de mim.
Olho para ti!
Como que suplicando, aconchego – me em teus braços
Estou aqui! Estou aqui!
Sinto o calor ardente de teu corpo, Trémula deixo-me embalar nos teus braços fortes aproveitando o momento, esqueço o tempo.
Feliz? ...
...Fui embora!
O teu sabor fica dentro de mim,
Amargo?
Doce?
Não sei!
Mas dentro do teu olhar algo de novo
Me fala!...

Deoleones

Foto de Deoleones

SONHO

Sonho
Hoje tive um sonho!
Era um grande campo coberto de flores.
Flores amarelas.
Ao fundo uma velha torre.
Tirei os sapatos soltei os cabelos e corri no meio delas.
O vento acariciava o meu rosto, os meus cabelos.
Tu!!!
sorrias para mim.
lentamente, senti as tuas mãos na minha cintura
aos poucos, deixei-me cair.
Flores amarelas fizeram de cama
o teu corpo as minhas vestes.
Na tua boca matei a sede,
em ti o meu desejo.
Hoje tive um sonho!
Era um grande campo de flores.
Flores amarelas!!
Deoleones

Foto de Raiblue

Memórias da pele....

Na pele
A eternidade do momento
O cheiro de amor
Misturado ao sal
Mar natural....

Memórias...
Histórias...
Aventuras da carne...

Que arde
Queima...
Trêmula
Macia ...

Na superfície
O cio
Dos amantes...
Águas agitadas
Ondulantes...

Noites com sol
Velas acesas
Velando o amor....
Veleiros ao vento
Turbulento do desejo...

Navegantes da epiderme
Única bússola, a fome
Que não cede...

(Raiblue)

Foto de carlosmustang

"MEU AUGE"

O meu auge é agora, nesse momento
Ele vem... e foi... com o vento...
De tudo que fiz(uff...como me preparei!!!)
Mas meu auge é só um pouco agora
Uma pequena gota de orválho.

É "muito pouco" esse pequeno tempo do meu auge
Tanto que cansei...
Tanto que esperei...
Para agora
Essa glória
Só um "minuto"
E tudo acabou
O meu mísero aúge
Ao tempo ficou...

Da mesma maneira que começou
O apíce do meu auge
Num piscar
Acabou.

Foto de Fernanda Queiroz

Lembrar, é poder viver de novo.

Lembranças que trás ainda mais recordação, deixando um soluço em nossos corações.
Lembranças de minhas chupetas, eram tantas, todas coloridas.
Não me bastava uma para sugar, sempre carregava mais duas, três, nas mãos, talvez para que elas não sentissem saudades de mim, ou eu em minha infinita insegurança já persistia que era chegado o momento delas partirem.
Meu pai me aconselhou a plantá-las junto aos pés de rosas no jardim, por onde nasceriam lindos pés de chupetas coloridas, que seria sempre ornamentação.
Mas, nem mesmo a visão de um lindo e colorido pé de chupetas, venceram a imposição de vê-las soterradas, coibidas da liberdade.
Pensei no lago, poderiam ser mais que ornamento, poderia servir aos peixinhos, nas cores em profusão, mesmo sem ser alimentação, prismaria pela diversão.
Já com cinco anos, em um domingo depois da missa, com a coração tão apertadas quanto, estava todas elas embrulhadas no meu pequenino lenço que revestia meus cabelos do sol forte do verão, sentamos no barco, papai e eu e fomos até o centro do lago, onde deveria se concentrar a maior parte da família aquática, que muitas vezes em tuas brincadeiras familiar, ultrapassavam a margem, como se este fosse exatamente o palco da festa.
Ainda posso sentir minhas mãos tateando a matéria plástica, companheira e amiga de todos os dias, que para provar que existia, deixaram minha fileira de dentinhos, arrebitadinhos.
Razão óbvia pela qual gominhas coloridas enfeitaram minha adolescência de uma forma muito diferente, onde fios de metal era a mordaça que impunha restrição e decorava o riso, como uma cerca eletrificada, sem a placa “Perigo”.
O sol forte impôs urgência, e por mais que eu pensasse que elas ficariam bem, não conseguia imaginar como eu ficaria sem elas.
A voz terna e suave de papai, que sempre me inspirava confiança e bondade, como um afago nas mãos, preencheu minha mente, onde a coragem habitou e minhas mãos pequeninas, tremulas, deixaram que elas escorregassem, a caminho de teu novo lar.
Eram tantas... de todas as cores, eu gostava de segura-las as mãos alem de poder sentir teu paladar, era como se sempre poderia ter mais e mais ás mãos, sem medos ou receios de um dia não encontrá-las.
Papai quieto assistia meu marasmo em depositá-las na água de cor amarelada pelas chuvas do verão.
Despejadas na saia rodada de meu vestido, elas pareciam quietas demais, como se estivessem imaginando qual seria a próxima e a próxima e a próxima, e eu indecisa tentava ser justa, depositando primeiro as mais gasta, que já havia passado mais tempo comigo, mesmo que isto não me trouxesse conforto algum, eram as minhas chupetas, minhas fiéis escuderias dos tantos momentos que partilhamos, das tantas noites de tempestade, onde o vento açoitava fortes as árvores, os trovões ecoavam ensurdecedores, quando a casa toda dormia, e eu as tinha como companhia.
Pude sentir papai colocar teu grande chapéu de couro sobre minha cabeça para me protegendo sol forte, ficava olhando o remo, como se cada detalhe fosse de suprema importância, mas nós dois sabíamos que ele esperava pacientemente que se cumprisse à decisão gigante, que tua Pekena, (como ele me chamava carinhosamente) e grande garota.
Mesmo que fosse difícil e demorado, ele sabia que eu cumpriria com minha palavra, em deixar definitivamente as chupetas que me acompanharam por cinco felizes anos.
Por onde eu as deixava elas continuavam flutuantes, na seqüência da trajetória leve do barco, se distanciavam um pouco, mas não o suficiente para eu perdê-las de vista.
Só me restava entre os dedinhos suados, a amarelinha de florzinha lilás, não era a mais recente, mas sem duvida alguma minha preferida, aquela que eu sempre achava primeiro quando todas outras pareciam estar brincando de pique - esconde.
Deixei que minha mão a acompanhasse, senti a água fresca e turva que em contraste ao sol forte parecia um bálsamo em repouso, senti que ela se desprendia de meus dedos e como as outras, ganhava dimensão no espaço que nos separava.
O remo acentuava a uniformes e fortes gestos de encontro às águas, e como pontinhos coloridos elas foram se perdendo na visão, sem que eu pudesse ter certeza que ela faria do fundo do lago, junto a milhões de peixinhos coloridos tua nova residência.
Sabia que papai me observava atentamente, casa gesto, cada movimento, eu não iria chorar, eu sempre queria ser forte como o papai, como aqueles braços que agora me levantava e depositava em teu colo, trazendo minhas mãozinhas para se juntar ás tuas em volta do remo, onde teu rosto bem barbeado e bonito acariciava meus cabelos que impregnados de gotículas de suor grudava na face, debaixo daquele chapéu enorme.
Foi assim que chegamos na trilha que nos daria acesso mais fácil para retornar para casa, sem ter que percorrer mais meio milha até o embarcadouro da fazenda.
Muito tempo se passou, eu voltei muitas e muitas vezes pela beira do rio, ou simplesmente me assustava e voltava completamente ao deparar com algo colorido boiando nas águas daquela nascente tão amada, por onde passei minha infância.
Nunca chorei, foi um momento de uma difícil decisão, e por mais que eu tentasse mudar, era o único caminho a seguir, aprendi isto com meu pai, metas identificadas, metas tomadas, mesmo que pudesse doer, sempre seria melhor ser coerente e persistente, adiar só nos levaria a prolongar decisões que poderia com o passar do tempo, nos machucar ainda mais.
Também nunca tocamos no assunto, daquela manhã de sol forte, onde a amizade e coragem prevaleceram, nasceu uma frase... uma frase que me acompanhou por toda minha adolescência, que era uma forma delicada de papai perguntar se eu estava triste, uma frase que mais forte que os trovões em noites de tempestade, desliza suava pelos meus ouvidos em um som forte de uma voz que carinhosamente dava conotação a uma indagação... sempre que eu chegava de cabeça baixa, sandálias pelas mãos e calça arregaçada á altura do joelho... Procurando pelas chupetas, Pekena?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

**Texto não concorrendo.**

Foto de Osmar Fernandes

No útero da madrugada

Ele olhava triste o lindo luar.
Quem, naquela imensidão estaria solitário?
Encabulado, sentou-se numa mesa de bar.
Era viúvo o velho Genário.
Começou a beber todas e a sorrir à-toa.
Percebeu que ao lado, alguém o paquerava.
A noite agora estava de vento em popa.
O velho matuto voltou a sonhar...
A velha donzela estava no mesmo barco.
Desejava alguém para ficar.
Aquele flerte já era encanto raro.
O velho tomou coragem e resolveu arriscar.
O vento soprou um destino camuflado.
O cupido flechou... A lua queria ser amada...
De mãos dadas o casal foi rumo ao gostoso pecado...
O lírio os levou ao útero da madrugada.

Foto de Rosita

A NATUREZA

Vem... segura a minha mão
Vamos correr por esta relava encantada
Onde o vento faz que pareça ondas
Que a luz do sol faz brilhar como esmeraldas.

Vem... confia em mim
Sente a brisa suave e doce que está em todo lugar
Que vem suavemente beijar nossas faces
Envolvendo nossos sentidos de prazer e amor
E nos faz com a vida vibrar.

Vem... vamos juntos
Passear entre as mais belas flores
Sentir-nos envolver por inebriante perfume
E receber da natureza as mais belas cores
De matizes variados e perfeitos.

Vem... vamos ver o que há de mais belo
Ao olhar uma cachoeira ou um sinuoso rio
Que segue o caminho para ao mar se entregar
E quem sabe uma aliança de arco-íris poder usar.

Vem... vamos agora
Por tantas belezas infinitas agradecer
E para que um dia não desapareça
Vamos fazer por onde merecer e cuidar
A natureza que Deus nos deu e que devemos amar.

Rosita Barroso
18/10/2007

Foto de Maria Goreti

O ENCONTRO

Neste momento olho para você.
Vejo-te em mim, vejo-me em ti.
Busco dentro de mim a minha alma gêmea,
a minha cara metade!
Está escuro!
Acendo a luz de minh’alma e
vejo cores, flores e um imenso jardim.
Sinto desabrochar em mim uma nova mulher,
movida pela melodia sussurrada do vento,
do som das árvores e do canto dos pássaros que,
embora não os vendo, certamente gorjeiam por aqui.
Ouço música.
Sinto uma enorme vontade de cantar
dançar e fazer muito amor!
Encontro-me!
Despudorada, ardente, com o coração pulsando forte,
sigo o meu caminho em direção ao mar!

©Maria Goreti Rocha
Vitória/ES - 15/08/2003
(após workshop de pintura espontânea realizado na UFES)

Foto de Emerson Mattos

Tudo Muda

Autor: Emerson
Data: 01/09/05

Um dia minha manhã surgiu
Uma manhã bela e alegre
Cujas alegrias eram constantes
E muitas manhãs brincavam
E minha manhã estava com elas

Sutil o entardecer veio chegando
O entardecer era muito bom
Pois era o entardecer juvenil
Em cujas forças e alegrias
Estavam, ainda, o vigor da manhã

Mas o entardecer ia desfalecendo
Havia sem dúvida um pouco de força
Mas a alegria estava desgastada
O próprio tempo a havia saturado
E no horizonte já se podia ver a noite

A noite até que surgiu esplendorosa
Não havia arrependimento pela sua vinda
O céu estava claro e a brisa lhe fazia carinho
A verdade bela em um lençol de estrelas
Não era esperada uma madrugada sombria
Pois melhor do que estava, estragaria

Mas de repente o tempo se fecha
O lençol estava entorpecido pelo breu
A Lua não podia mais se mostrar
O clima sumariamente começou a gelar
O vento mais forte começou a soprar

Estava tudo deserto em todos os lados
Não havia um corajoso que ali ficasse
Pois a noite, agora, metia medo em todos
Aquele dia: manhã, entardecer e noite
Havia desaparecido até mesmo da memória
Tudo acabou numa noite consternada

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