amor

Foto de Patrícia

Adoração (Guerra Junqueiro)

Eu não te tenho amor simplesmente. A paixão

Em mim não é amor; filha, é adoração!

Nem se fala em voz baixa

Foto de Patrícia

Canção Perdida (Guerra Junqueiro)

Hálitos de lilás, de violeta e d'opala,

Roxas macerações de dor e d'agonia,

O campo, anoitecendo e adormecendo, exala...

Triste, canta uma voz na síncope do dia:

Alguém de mim se não lembra

Nas terras de além do mar...

Ó Morte, dava-te a vida

Se tu lha fosses levar!

Ó Morte, dava-te a vida

Se tu lha fosses levar!


Com o beijo do sol na face cadavérica,

Beijo que a morte esvai em palidez algente,

Eis a Lua a boiar sonâmbula e quimérica...

Doce, canta uma voz melancolicamente:

O meu amor escondi-o

Numa cova ao pé do mar...

Morre o amor, vive a saudade...

Morre o Sol, olha o luar!

Morre o amor, vive a saudade...

Morre o Sol, olha o luar!

Lactescente a neblina pálida flutua,

Diluindo, evaporando os montes de granito

Em colossos de sonho, extasiados de Lua...

Flébil, chora uma vez no letargo infinito:

Quem dá ais, ó rouxinol,

Lá para as bandas do mar?

É o meu amor que na cova

Leva as noites a chorar!

É o meu amor que na cova

Leva as noites a chorar!

A Lua enorme, a Lua argêntea, a Lua calma

Imponderalizou a natureza inteira,

Descondensou-a em fluido e embebeu-a em alma.

Triste, expira uma voz na canção derradeira:

Ó meu amor, dorme, dorme

Na areia fina do mar,

Que em antes da estrela d'alva

Contigo me irei deitar!

Que em antes da estrela d'alva

Contigo me irei deitar!

Guerra Junqueiro (1850 - 1923)

Foto de Patrícia

Autópsia do Amor (Gomes Leal)

O Amor - essa paixão romanesca e fagueira -

que os vates têm cantado em bemol comovido,

é, na forma, uma coisa assaz brusca e grosseira,

como o assalto da fera e o ataque do bandido.


Tal e qual como o lobo assalta uma cordeira,

a empolga e lhe crava o colmilho atrevido,

assim ataca o Amor. - São da mesma maneira

o Espasmo, a Fúria, o Uivo, o Estertor, o Rugido.

Nas contorsões do Cio e os seus enlaçamentos,

há o ardor da Serpente, a enroscar-se nas preias,

e a estrangular o touro enorme e mugidor.

E quer cheire ao sertão, ou da Lais aos ungentos,

Nos rosais, num covil, ou de Nero nas ceias,

-são sempre os mesmos ais, o Pranto, o Espasmo, a Dor.

Gomes Leal (1848 - 1921)

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Desculpa (Jorge André)

Desculpa...

Se um dia me perdoar

Saiba que ainda meu coração é todo seu

Tendo meus olhos a te admirar

Meus ouvidos a te escutar

E de minha cabeça

Não irás escapar

Mas não vou tentar te surpreender

Pois a qualquer instante

você pode me esquecer

e se um dia a tragédia se cumprir

minha vida irei perder.

Jorge André

Foto de Paulo

Time (Paulo)

Tomorrow morning

is monday morning

The last day of everyday

The sun will bring

a ray of hope

New strenght

for me to cope


Sometimes I wish

the moon was always full

right here, inside my own cocoon

Pain keeps knocking on my door

But I never invited her

I wish I knew

How to make it go away

Instead, I keep asking her to stay

So don´t go away

Say that you´ll stay

Say you´ll be here

At the reach of my hand

´Cause I need more time

Just to make things right

Don´t tell me everything is all right

I can´t make promises anymore

Whisper you the things that I adore

´Cause I need more time

I can´t tell you why

Because I´m afraid you´ll cry

Don´t give up on me

You´re the wings that make me free

Paulo

Foto de quimnogueira

A viagem...(Quim Nogueira)



...Num tremendo desejo de sentir a beleza da descoberta, fiz as malas da imaginação e pus-me a caminho...

...Nada levei comigo a não ser o meu corpo, capa duma alma que albergo em profundas vagas de alterosos mares de espuma sedosa que salpicam o meu ser quando o vento toca o meu coração e o sinto bater...

...O caminho era longo e penoso e ao fim de muito tempo, a chuva caiu dentro do meu peito e senti um frio estalar dentro de mim quando o desejo de parar me invadiu...

...Mas o coração bateu ainda mais depressa e rapidamente o calor voltou ao meu corpo e pude prosseguir a viagem...

...Ali ía eu

Foto de quimnogueira

Poema do livro lido...(Quim Nogueira)



Deixem-me ser um poema !

Deixem-me ser todo eu um livro;

queria ser todo eu algo escrito,

algo para dizer ou ser dito !

Queria ser todo eu um poema

para em livro

Foto de quimnogueira

Poema do grito...(Quim Nogueira)

Na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

porque não pude ou porque não quis ?...

Eu revejo meus erros e me transformo em borracha;

borracha que apague a razão de aqui estar !

Na solidão do meu erro, do cometido consciente

ou do inconsciente assumido,

eu choro pelo vazio não preenchido,

pela vaga existente...

Por ficar, não ter ido...


Na solidão da minha mágoa sentida eterna e cadente,

eu revejo a ternura que em ti vive,

o carinho ardente do amor que busquei e... não tive.

Parto então em nuvens de gritos abafados

dum coração que arde sangrando,

não pela cruz que carrego mas pela cruz que outros,

irmãos meus, vão transportando.

As nuvens abafam meus gritos

sufocando as gargantas dos Deuses,

que nos seus pedestais,

me negam suas existências para num só Deus,

eu me mergulhe no cais.

Cais onde aporto meu arfar;

cais onde aporto meu ardor;

cais onde me fico, onde me sinto,

onde sou aquilo que sou !

As amarras então se me soltam e do cais me vejo partir...

Para onde vou ?...

Se é aqui que sinto que sou !...

Então, me agarro mais uma vez

e as ondas me embalam devagarinho...

ora fortemente, ora docemente...

E, então, o frio me invade.

Mas é nesse frio que me aqueço;

no frio das lágrimas dos que lentamente

enchem os sulcos do meu mar, deixando antever,

num só olhar, os adeuses perdidos

os choros sentidos

dum barco, só...a navegar !

E as amarras se me soltam...

e as ondas se revoltam...

e os outros barcos nunca mais aportam !

E na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

sinto-me voar em altos céus

desejando vencer a inércia do meu desejo,

lutar a teu lado, meu Deus,

sentir-me junto, como um afago,

vencendo os medos,

vencendo os choros,

vencendo as ondas,

vencendo os gritos !

Quim Nogueira

Foto de quimnogueira

Ouvindo a noite...(Quim Nogueira)



alguém a ouve?...

...sentado nesta cadeira de frente para o meu computador, numa mesa de madeira, branca de sua cor, eu teclo nas letras paradas ao redor dos meus dedos...preparo um texto, sem contexto, com uma textura qualquer, talvez de amargura...não me preocupa a forma, nem as palavras que me vão deslizar pelos dedos e destes para o écran que, de vez em quando, olho prevenindo um possível erro de escrita...não me preocupa o tema, mesmo que sem lema não se torna um dilema neste plural sistema de escrever prosa ou poema...

...trata-se de fazer deslizar apenas o teclado pelos meus dedos e deixar sair as palavras da minha mente numa constante busca da semente do significado para aquilo que estou a fazer neste momento...e que faço eu, nesta hora, aqui, sozinho e agora, batendo lento ou apressado nas teclas do meu teclado...olho em frente e vejo um relógio que marca as horas lentas que passam por mim e que marcam o tempo de viver a sorrir e a amar...tudo e todos, sem olhar a quem...somente por amar...

...e que espero eu obter desse amargor doce da alma que sofrendo não chora, pelo contrário, vive e implora...e que espero eu senão encontrar o caminho mais leve que me percorra o corpo como quente neve branca como o luar que lá fora, no céu cinzento, teima em espreitar numa noite fria de chuva que se aproxima do meu solitário estar...

...não percorro os corredores do dia que passou nem choro as lágrimas que retive dos acontecimentos que por mim passaram como uma brisa leve pousando no lugar onde estou e me sinto pairar dentro do meu próprio eu...

...procuro o sentido da vida que não encontro, numa procura constante de mim mesmo, na luta insana da loucura que afasto de mim nem que seja por um instante...

...e esse instante está chegando na forma da noite que se aproxima, daquele estado de espírito que me anima, pois a solidão resta a meu lado sem um mudo som nem qualquer grito abafado de dor...

...e aqui fico...

...esperando a noite chegar para nela me agachar e aninhar...povoar nela os meus sonhos de aqui me sentir e de aqui gostar de estar, neste lado do meu mundo, sozinho, de dia ou de noite, a mim próprio mentindo...

...mentindo-me em constante delírio duma busca que ufana luta me provoca na mente que, pensando, não me escuta...

...e não me oiço a pensar, nem quero sequer isso imaginar; oiço apenas a noite chegar e a sua escuridão me abraçar, sem me possuir nem me ter, apenas me rodeando de um leve prazer por ouvir os seus sons sobre mim verter...

...e vertem-se esses sons em pancadas surdas de palavras mudas, livres e desnudas de sentido ou de intenção...

...a noite traz paz ao meu coração...ouvindo-a, fico sossegado e dou a mim próprio a minha própria mão...segurando-me para não a possuir...para ficar aqui e não ir...

...senti-la apenas num, pequeno que seja, luxuriante som...

...ouvindo a noite, parto para o êxtase do meu ser, não pretendendo ver, apenas ouvi-la...

...dentro de mim, a bater...

Quim Nogueira

Foto de LEOANDRADE

Volta ao Começo (Leonardo Andrade)

Hoje eu não quero questionamentos nem explicações, se o amor não possui esses vocábulos em seu dicionário, por que deve tê-los ?
Não quero desculpas nem meias palavras, quero que os sentimentos fluam intensamente como o mar invadindo a praia e ignorando todos os obstáculos

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