amor

Foto de Nuno

Sete Letras (Alexandre Bragga)

Desfolhei as sete letras

com que escrevi a saudade

dos momentos de alegria

em que sentia a verdade

de teus lábios melodia

A solidão traz a lágrima

e a mágoa da partida

o meu cântico de amor

é já ausência ferida

e um silêncio de dor

De Eurydice uma miragem

Cantava Orpheu na floresta

Eu canto com nostalgia

de ouvir o teu riso em festa

e um fogo que em ti havia

Saudade tem sete letras

sete pétalas de dor

ainda sinto o perfume

e do teu corpo o calor

da combustão do teu lume

Alexandre Bragga

Foto de LEOANDRADE

Labirintos (Leonardo Andrade)

Nossos corpos, como que imantados

não conseguem se separar,

como duas metades que separadas não tem vida,

eles precisam se unir, se encaixar...



Preciso beber seus beijos molhados,

me alimentar do seu corpo,

ser abelha num mundo de vespas

e sugar de você seu mais saboroso mel

Te dar a vida

inundando de prazer

seus vales e depressões,

num eterno ciclo de prazer, o cio da nossa terra.

seu corpo é um templo

onde eu , ora conquistador, ora servo

insisto em profanar

para depois adorar... repetidas vezes...

Nessa loucura que nos leva ao mundo de êxtase

numa longa viagem através de suas curvas,

com paradas estratégicas e obrigatórias,

nunca canso de buscar novos percursos...

Explorando cada vez mais os arredores e cercanias

desse universo perfeito do seu corpo

onde me perco e me acho

pelos seus labirintos ...

Cada chegada é o prelúdio

de um novo começo

que tem o infinito como meta,

tanto de prazer quanto de amor...

Leonardo Andrade

Foto de Nuno

Olhos verdes (Alexandre Bragga)

São da terra, são do mar

Teus olhos de linda cor

Há o sal do verbo amar

E muros que trazem dor

O verde cor de esmeralda

Não se perde na distância

Em meu peito agora escalda

Uma paixão feita em ânsia.

As ondas com alegria

Os beijos n'areia dão

Mas não encontro uma via

Que leve a minha canção.

E como algas

Foto de Trajano

Meu erro (Trajano)

Para você...

Espero que possa um dia me perdoar, pois te magoei sem querer, espero que possa um dia te olhar sem medo de te esquecer, espero que um dia possa de abraçar sem medo de te ferir.

Nunca te desejei fazer algo de ruim, fui

Foto de LEOANDRADE

Your Latest Trick (Leonardo Andrade)

Sim, essa era a música , o solo de guitarra tornava-a inesquecível, quase antológica.

Ela tocara a primeira vez que foram juntos para a cama no apartamentinho de três cômodos de fundos que ela alugava.

Chegaram quase sem roupa tal era a ânsia de se terem, iam com a pressa dos amantes de primeira viagem, com a urgência que só o tesão tem, com a voracidade arquetípica dos caçadores de sentimentos ...

Aquela noite era totalmente “unforgettable”, a troca de beijos e carícias rapidamente deu lugar aos movimentos rítmicos e coreografias do sexo. E tudo fluiu tão perfeitamente que quase podia se ouvir aplausos no final.

A calmaria pós-prazer cheia de beijos carinhosos e corpos abraçados foi um justíssimo prêmio a irrepreensível performance de ambos.

Muitas noites seguiram-se a essa, mas para ele, a emoção ia reduzindo, quase imperceptivelmente, mas ia, o que era incontestável lentamente transformava-se numa incerteza.

Seu quadro perfeito de felicidade vinha esmaecendo nas cores, tornando a imagem difusa e ele começava a achar defeitos nele.

Agora, aqui estava relembrando a primeira vez e achando que essa era a última, sua última chance ...

Ele novamente pensou em conversar com ela, a cena aqui descrita era repetição “si ne qua non” das últimas noites e ele já nem lembrava da cena original, mas não suportaria o choro ou as perguntas que ela faria, ele não estava embasado em razões palpáveis para explicar nada, ele apenas não queria mais.

Ela deveria entender isso. Como as mulheres são difíceis!

Olhou para ela, não parecia a mesma mulher-deusa que ele moveu céus e terras para conquistar, parecia tão comum.

Agora ele podia entender quando diziam que a divindade era algo necessariamente cultuado

Foto de FERNANDO_JOSÉ

Que saudade... (Fernando José)

Para a minha Rosinha

Queima a alma, que não acalma...

Queima a vida, que é sofrida...

Murcha a flor, com tanta dor...

Minha Rosa multicolor

Meu jardim, contigo assim...

Já de belo, é só perfeito...

Cantar-te assim, é o meu jeito...

Inda que por verso, tão imperfeito...

Mas amor, por nós nascido...

Nosso amor, assim vivido...

È o sol, que nos ilumina....

É a vida, que floresce...

É a chama, que nos aquece...

É loucura, que entontece.....

És uma Rosa, de amor bonita...

És um desejo, que florifica....

És minh’alma, que por ti grita...

És meu jardim, és minha vida...

És meu carinho, és meu mimo...

Em ti me sinto, homem...

Em ti me sinto, menino...

Fernando José

Para a minha querida mulher Rosinha com muita saudade

Foto de Carlos

Meu amor, meu Amado, vê... (Florbela Espanca)

Meu amor, meu Amado, vê... repara:

Pousa os teus lindos olhos de oiro em mim,

- Dos beijos de amor Deus fez-me avara

Para nunca os contares até ao fim.



Meus olhos têm tons de pedra rara

- É só para teu bem que os tenho assim -

E as minhas mãos são fontes de água clara

A cantar sobre a sede de um jardim.

Sou triste como folha ao abandono

Num parque solitário, pelo Outono,

Sobre um lago onde vogam nenúfares...

Deus fez-me atravessar o teu caminho...

- Que contas dás a Deus indo sozinho,

Passando junto a mim, sem me encontrares? -

Florbela Espanca (1894-1930)

Foto de Carlos

Dinamene (Luís de Camões)

Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste

Quem não deixara nunca de querer-te!

Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,

Tão asinha esta vida desprezaste!


Como já pera sempre te apartaste

De tão longe estava de perder-te?

Puderam estas ondas defender-te

Que não visses quem tanto magoaste?

Nem falar-te somente a dura Morte

Me deixou, que tão cedo o negro manto

em teus olhos, deitado consentiste!

Oh! Mar! oh Céu! oh minha escura sorte!

Que pena sentirei que valha tanto,

Que inda tenha por pouco viver tanto?

Luís de Camões (1524-1580)

Foto de Glasswaltz

Por acaso (Glasswaltz)

Para a nuka

Como pelo brilho da manhã

Uma folha desperta do seu ramo

Como um sinal ou sintonia

Sem aparente razão

Ela sai do seu casulo

Desperta para um novo mundo

Um mundo onde tudo interage

Onde vê tudo pela primeira vez

Mostro o belo da vida

Mas ela recua...

Sem saber qual o seu destino ela

Revela-se um pouco distante

Talvez na desconfiança

Desconfianca que a vida

Não hesitou em lhe dar

Talvez seja das circunstâncias

Um acaso da vida

Um destino inconstante

Uma verdade escondida

Mas ela não resiste

Talvez seja a curiosidade

Talvez esteja perdida

Nesta vida inconstante

Nesta vida perdida



Glasswaltz

Foto de Carlos

O Crescimento do Amor, ou a Primavera (John Donne)

Mal acredito que o meu amor seja tão puro

Como pensava que era,

Porque tem que suportar

Vicissitudes, e estações, como a erva.

Penso que menti todo o Inverno, quando jurava

Meu amor infinito, se a Primavera o aumentou.

Mas, se o amor, este remédio, que toda a mágoa cura

Com mais, não for qualquer quintessência, é mistura

De todas as matérias afligindo a alma. Ou dos sentidos,

E ao Sol rouba o seu vigor operativo.

O Amor não é tão puro e abstracto como costumam

dizer os que por amantes têm a sua Musa.

Mas como tudo o resto, sendo também elemental.

Por vezes será contemplativo, outras agirá.



Mas nem por isso maior, apenas mais eminente

Se tornou, com a Primavera

Como, no firmamento,

Com o Sol, as estrelas, se mostram mas não aumentam.

Como botões num ramo, ternos gestos amorosos,

Da despertada raiz do amor florescem agora.

Se, no agitar da água mais círculos procedem

De um, também assim o amor se acrescentará.

Esses iguais

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