angústia

Foto de Eddy Firmino

Caminhada

Caminhando estou
Para onde não sei
Leste,Oeste,Norte ou Sul
Nem sei mais por onde andei

Seguindo sem rumo eu vou
Meu destino é incerto, se é que tenho algum
Mas sigo caminhando sempre em frente
Para algum lugar...Lugar nenhum

Na estrada da desgraça
Espero um dia encontrar flores
Não procuro redenção
Sigo em frente, carregando minhas dores

Caminhando, Caminhando...até não poder mais
Pés descalços, pés sangrando
Passo a passo sempre firme
Com a alma latejando

Foto de Costa e Abrantes

Meia-noite

Meia-noite

Meia-noite e meia
Meias fora do lugar
Meias palavras meigas
Poucas meias coisas para falar
À noite irei caminhar
Parar de nos problemas pensar
Sair do grupo da ânsia
E morrer de me alegrar
Navegar para longe desta súcia
Ter paz e relaxar
Meia-noite e seis
E tem certeza
Onde moras tu amor?
Leve-me ao seu lar

Resgata-me,
Oh sereia!
Ensina-me a nadar
Sou humilde de natureza
Não me importo em ministrar
Traga paz para esta guerra
Sete pugnas para afastar
Meia-noite e dez
Hora, ora, haja hora à beça
Aperfeiçoa o meu versar.

Foto de JessyRNL

Meu teto de hoje.

Não me lembro das pessoas.
Lembro-me dos tetos.
Alguns eram altos, outros mais baixos.
Mas não me recordo, nunca um tão sufocante quanto este que esta sobre minha cabeça.
Alguns de cores fortes, outros não.
Mas nunca cor tão fosca, tão sem graça.
Não me lembro dos nomes mas lembro dos efeitos das luzes que cada janela causava em cada teto.
Lembro-me dos de madeira que por mau cuidado por aqueles que não me lembro, continha uma fresta, um buraco, dava pra ver o céu, de alguma maneira isso me acalmava.
Lembro-me de tetos embolorados, sendo deteriorados acima daqueles que não me lembro, que não me lembro que eram mas lembro deles sentados, frustrados, apenas esperando que o teto caísse sob suas cabeças.
Lembro-me de um teto preto que se tornou branco em uma noite, e lembrou-me o que aconteceu depois disso.
Mas nenhum teto era tão acobertador a ponto de ser angustiante, nenhum era tão denso quanto este.
Esse teto tem sua historia, devo-o respeito.
Mas um dia eu sei, o fim dele também chegará.
Enquanto isso, finjo não olhar pra ele e sim para as pessoas que ele contém abaixo dele.
Imaginando qual delas irei lembrar quando o tempo chegar.

Foto de Arnault L. D.

Ensimesmado

A luz de meu raciocínio
ilumina meus pensares atormentados,
não possuo o dom da loucura.
Apenas a consciência em domínio,
a vislumbrar, abismos revoltados
e deste mal não tenho cura.

A bebida não me embriaga,
apenas me faz doente e tonto.
Como alérgico, sei quem me ataca,
a minha própria natureza, a chaga,
que feri e a qual confronto
desde a longa primeira data.

Meus olhos vêem demais
e a surdez não me ronda...
Minhas réguas nas mãos, sem saída,
meço a alma que se perde entre ais,
palmeando a somar o que estronda:
A realidade trágica da vida.

Foto de Arnault L. D.

Pequeno mundo

Eis um pequeno mundo,
que para o menor parece enorme,
e um pequeno céu,
que a rã vê do fundo de um poço.
Relatividades, que confundo
enquanto a conveniência dorme,
enquanto é doce e não fel,
enquanto sou a rã do fosso...

O mundo de um é pequeno,
mas, é tudo que se tem.
Nas palavras, o todo cabe
como o tempo no relógio...
Mas, o ponteiro é mais ameno
que o impalpável do zen,
do muito que não se sabe,
o tudo que chamo, é só vestígio.

Foto de Arnault L. D.

Senhor

Quando não tenho o que falar
e as idéias não vem, eu creio.
Quando as mão não podem alcançar
esticando a vontade, eu creio.

Que Deus, há de ouvir meu vazio,
que meu silencio lhe chame a atenção...
Que não me resta nenhum brio,
somente o arfar da respiração.

Eu acredito, que na parte escura,
se esconda ainda um anjo de luz.
Que ao meu lado, a amável figura
me venha em ajuda, ah, meu bom Jesus....

Que a teimosia, que me faz em pé,
não seja apenas a vontade bruta
Mas, seja a certeza etérea da fé,
que ainda resta e que por mim luta.

Ah, Senhor Deus... ah, meu Senhor...
ouve-me as preces emudecidas,
porque eu te amo... e és amor...
em ti espero nas forças vencidas.

No impalpável, meus olhos procuram
diante a cegueira um milagre que for,
mas, se não vejo, fecho, os olhos curam.
Na certeza creio ... creio em ti senhor.

Foto de Arnault L. D.

Dolorosa

Minha alma anda tão triste
que apagou as luzes,
desligou o som.
Que buscou o canto da parede,
o chão do canto da parede
e ali se encolheu.

Respirando de pouquinho,
quase como esquecendo,
a chorar lágrimas mornas,
a engasgar de boca aberta.
Só querendo junto a luz,
apagar a dor.
Ou se fazer invisível,
inalcansável fim do mundo.

O chão do canto da parede
tem um quê de fim do mundo,
como o umbral de uma cova.

O corpo teso, cada músculo
queimando em estafa.
Testa vincada, pulmões travados,
olhos vazios de esperança,
olhos de naufrágio...
No canto escuro, no silêncio,
solitário, das almas doloridas.

Um grito fibrilante é o silêncio.

Foto de Valeria Sampaio

O dia em que eu decidi ficar com você

Mas que um momento
Do que a mera coincidência
O dia em que eu decidi ficar com você
Partiu do meu desejo
Da nossa sintonia
Das coisas em comum
Dos dias em que você
Mesmo me amando
Esperou de mim um ato inspirador
Era pra ser diferente
Duas pessoas com vidas ocupadas
Um sentimento que uni e ao mesmo tempo separa
Separam duas histórias
Destrói para então reconstruir
Uma nova etapa
Um novo começo
E ainda sim escolher
Não será uma tarefa fácil
E sempre haverá muita discórdia
Muita ira, não por nós, mas pelos nossos...
Por isso mesmo que seja dolorosa a escolha
Decidi que o melhor é manter essa atual relação
E cortar um mal pressagio logo
Antes que o ferimento seja uma vastidão de sangue.
Ainda precisamos viver
E viver para evitar o reencontro de duas pessoas que se amam
Mas que esse amor veio depois e não antes
Como deveria ser.
Quebro o elo entre nós
Antes que me mate...

Foto de Kiss_Kiss

Pensei...

Pensei

Pensei que voce seria forte,destemido,eu pensei imaginei,desejei
que vc me salvasse de mim,que me tirasse do chão, me segurasse pela mão
que me daria asa para voar, me ensinaria a planar,cortar o vento
sentir livre de mim...
Livre dos meus medos... me faria ser forte...que me ensinaria a lutar vencer,crescer .eu pensei,desejei ser livre com vc
kiss_kiss
beijo tão amargo quanto fel

Foto de Arnault L. D.

O Banquete ( ao mestre Augusto dos Anjos 1988 )

Transcende a dor a fria lápide
em que se escondeu, óh amada minha
em que se acabou tão doce boca
beijando aos vermes
de voraz fome mesquinha

Transcende a dor o beijo deixado
nos lábios já mornos de fermentação,
e o sangue parado, estagnado,
dá um tom arroxeado
em tua decomposição

Vai-se de presto suave aroma
trocado por fétida podridão
que molha a mortalha,
implode o ventre,
corroi e lambuza as bordas do caixão

Visceram-se as banhas;
expostas as tripas em sutura.
Como bananas maduras
“eles” devoram as entranhas.
E suas pupilas castanhas
são chupadas em vil banquete
Já me és total estranha.
E os vermes com tal cobiça
descarnam-te qual piranhas
sorvendo toda a carniça,
és deles farto banquete.
Não vejo-te amada minha,
já me és total estranha.

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