angústia

Foto de WILLIAM VICENTE BORGES

MUNDINHO

MUNDINHO

Por: William Vicente Borges

Agarrou-se ao mundinho das
suas lamentações sem fim.
Não deu um passo a frente.
Se tornou indolente
Inconseqüente.
Pedante do infortúnio.
E até feder. Fedeu.

Foi no fundo do poço,
encontrou a lama,
o avesso da fama,
que a muitos inflama.
Mas não queria olhar
pra cima. Nadava na
imundície da perdição.
Quase não batia mais
seu fraco e duro coração.

Quase enterrado vivo.
Não tinha forças pra viver.
Perdeu a fé no todo.
Queria ficar mudo.
Mas não deu;
Gritou para quem passava.
mas quem ia dar a mão
a um ignóbil plebeu?
(Como você ou eu.)

Ah! Mundinho terrível esse.
O dele e o seu. Até o meu.
Mas ele decidiu gritar mais alto.
E de repente alguém ouviu.
Pulou no poço e o acudiu.
De lá alegre saiu. E Venceu!
Quem diria, ta limpo, ta vivo.
Ta pronto, ta redondo. Ta tudo.
Mas de quem o tirou do poço
ele se esqueceu.
Que mundinho ingrato,
o dele, o seu e o meu.

Foto de Giovanni Facciolli

(Me envolve no teu silêncio)

Me envolve no teu silêncio
Me tira a razão de viver
Quero que o mundo se acabe
E que eu morra sem te ver

Quero chorar o meu eu
Até ficar totalmente vazio
Quero morrer de calor
Ou mesmo morrer de frio

Quero que me procure
Quero que não me encontre
E sinta a dor que sinto
Quando você se esconde

Te busco no meu fugir
Esqueço até meu nome
Não ligue mais para mim
Eu troquei meu telefone

(Autor: Giovanni Facciolli)

Foto de Lucianeapv

O QUE SOU DA VIDA

O QUE SOU DA VIDA
(Luciane A. Vieira – 07/10/2013 – 07:44h)

Sou parte deste chão
Que arde infecto...
Profano...
Profundo...
E, ao mesmo tempo,
Fecundo a vida...

Sou parte desta terra...
Natureza vã
Que engole a ferida,
Maltrapilha,
E se permite abrir
Tal qual flor...
Singelamente vazia...

Sou parte deste solo
Que se abre em chamas...
Que tanto amor se planta...
Que tanto coração se espanta...
E se ilude...
E se fere...
E se perde...
E se mata...
E se ganha...
Sou parte daquele tempo
Que sangrou e se calou
Que de gelo e de mágoa
Se fartou do amor...
Aquele amor que não
Viu nascer...
Nem crescer...
Sequer sentiu seu morrer...
E...
Da cicatriz que não sentiu
Arder...
No vento...
No tempo...
Na espera da luz
Que não viu e ali
Se perdeu...

Foto de Eddy Firmino

BIOGRAFIA

Andando em círculos estou
Fugindo de mim mesmo eu sei
Já nem sei mais quem eu sou
Ou quanto tempo assim já passei

Só sei que nas minhas andanças
Trago nas mãos cicatrizes
Carrego na mente lembranças
Do passado das minhas raízes

No peito ainda dói as feridas
De amores que não voltam mais
Foram tantas as idas e vindas
De sonhos que ficaram pra trás

Agora tudo jaz tão sombrio
E a noite ficou mais escura
No quarto um eterno vazio
Apenas eu, com a minha loucura

Foto de P.H.Rodrigues

O Tolo

Somos tão bestas e banais,
ao buscarmos perfeições surreais,
cuidando para não quebrar certos conceitos morais.

Animais tão irracionais, sob duas patas.
Dotados pela imaginação...
Impedidos de voar,
a mais cruel prisão.

Gestos, toques, anseios, promissórias...
Temporárias...
Como tudo e o nada.

Perfeição, degradê em comunhão.
Ignorância fardada com escrituras.
Armas, que não vencem a língua.
Demagogia moderna. Erosão, fração...Ação

Foto de Delusa

Cidade

Cidade, cidade!
De corridas ofegantes,
Milhares de habitantes,
Saturada de maldade.
Atmosfera viciada,
Que a todos embriaga.

Cidade, cidade!
Onde o mal se pega,
E a simplicidade,
A cada passo se nega.
Mares de gente,
Aqui e além,
Mas não se conhece ninguém!

Cidade, cidade!
Mundo artificial.
Conheces tu,
A beleza natural,
A mansidão do sossego,
O voar do morcego,
O chilrear dos passarinhos,
E os solitários caminhos?

Conheces o aroma do campo,
O perfume natural das flores,
A lealdade das pessoas,
Ligada aos seus amores?
O espírito fraternal,
E a simplicidade dos pastores?
Conheces os que amassam
Com dureza,
O seio da própria natureza?
O cantar da água nos regatos
E a sua pureza?
A claridade do luar,
O ralo,
E o grilo a cantar à luz da lua?

O silêncio da noite,
Onde as pessoas conhecem,
Pelos passos,
Quem vai na rua?
Cidade, cidade!
Não me julgues mal,
Mas onde está a tua beleza,
Afinal?

Delusa

Foto de Delusa

Cega Evolução

Descontentamento, tristeza e dor
Sinto-a por esta simples razão
Se cada ser humano é um irmão
Porque não há entre nós verdadeiro amor?

A ganância cega-nos o temor
A ninguém estendemos a nossa mão
Maus filhos tiveste tu, pobre Adão
Vê esta irmandade que é um horror

O filho hoje o pai não conhece
A virtude de outrora vai morrendo
A palavra "honra" já não existe

Nesta civilização a moral desaparece
Velozmente a maldade se vai desenvolvendo
E por esta cega evolução me sinto triste

Delusa

Foto de Mitchell Pinheiro

Tão distante por um milímetro

A mente robotizada de uma rotina fria
Alimenta o medo do que é bom
Chama de loucura bela fantasia
Silencia o desejo e abafa o som.

O pensamento perdido de uma noite vazia
Condena o perjúrio da insossa formalidade
Sendo desnecessário momento de agonia
Se a razão é mentira e a emoção é verdade.

Quando o silencio solitário me conduz ao exílio
A mente condena minha sensatez
E se me toma como louco por evitar martírio
Então renuncio minha Lucidez.

Foto de Mitchell Pinheiro

SAUDADE INFINDÁVEL

Se um sopro repentino arrepiar-lhe a nuca não ti assustas, apenas encomendei ao vento um pouco do seu cheiro

Se um frio inesperado acometer-lhe o corpo não ti preocupas, apenas encomendei ao tempo um pouco do seu calor

Se um pássaro curioso fitar-te incansavelmente não estranhas, apenas encomendei a natureza um pouco da tua imagem

Se ti flagrares subitamente devaneando em nossas lembranças não ti condenas, é apenas minha saudade voltando no tempo pra reviver os melhores dias do meu passado.

Foto de Joice Lagos

Fugir de mim

Ás vezes a vida dói, mas eu nem sei explicar meus próprios medos.
Quem sabe seja toda essa a gente agitada que passa pela minha vida todos os dias, a fumaça e a buzina dos carros que passam apressados por uma avenida torta, por todas as cenas trágicas que vejo e nem consigo conter a emoção.
Ás vezes gostaria de fugir pra um lugar distante, longe de tudo e mais perto do céu.
Onde as pessoas fossem humanas e a natureza me ensinasse a sonhar de novo.
Queria apenas um instante num paraíso de emoções, então deixaria aqui as amarguras e estaria livre...
Livre para amar de verdade, sem medo, sem culpa, sem receios.
Livre pra sentir carinho por aqueles que me rodeiam, sem tanta pressa, sem tantas formalidades.
Queria olhar meu semelhante e sentir mais, muito mais do que sinto hoje.
Estou cansada de ser só um número nas estatísticas, de dedicar meu tempo ao meu trabalho e quase esquecer que sou humana e que tenho coração.
Queria apenas gritar bem forte, pra ver se expulso meus demônios e ver se sobram flores.
Eu queria ser mais e poder doar mais de mim, mas percebo que sou limitada.
Ao menos hoje quero dormir o sono dos justos, com a cabeça livre de temores, e com o coração preenchido.
E quem sabe assim meus sonhos me levem pra esse lugar distante e eu fique mais próxima de Deus.

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