Blog de Arnault L. D.

Foto de Arnault L. D.

Morrer é não amar

Sangra o peito vazante ampulheta,
rubra areia esvai, o tempo a fluir...
Subtrai do existir vida e paleta.
Onde Deus compõe tons, cenário a cobrir

Bate-me um relógio, adentro a pulsar;
ponteiros regredindo a cada mover.
Som do coração, um tiquetaquear,
do engenho a meçar o que resta viver...

Mas, s'existe uma corda á engatilhar,
tal motriz do não ser a abastecer,
a chave desengrena ao apaixonar...

Horas remidas somam-se no estancar,
libertas, não mais correm ao fenecer.
Perde a morte; que é viva ao não se amar.

Foto de Arnault L. D.

A lua e minha Lua

Quando a Lua fica encoberta
a noite fica tão e só, escura...
Quando... a Lua está triste.
A noite inteira fica incerta,
incompleta, nada fulgura.
O breu vem e persiste.

Quando a Lua é escondida
o ar fica atro e mais frio...
As estrelas não tem tanta luz
para o céu encher de vida.
Mesmo estando lá, fica o vazio.
Apenas a lua seria jus...

Quando a Lua fica escura
a noite não é mais que escuridão
e a garoa faz geada...
E eu, seu poeta, mais a conjuro:
Lua, volta, a brilhar a imensidão!
Para que o escuro seja madrugada...

Em cada pessoa há uma madrugada.
A minha, é toda vez que os olhos fecho.
E lá também uma Lua existe.
E se é minguante, torna em nada,
meu céu escurece e nada acho.
Sem seu brilho o céu fica triste...

Foto de Arnault L. D.

Todos sabem que a amo

Não vejo mais nenhum motivo,
para não dizer, que a quero.
Se não é nada furtivo.
Todos. sabem que a venero...

Mas, não usarei de grito.
Usarei de sussurro e calma
e silenciosamente será dito:
É meu amor e minh'alma.

Quero seu beijo mais doce
e seus olhos de chamada.
E se temor, por mais que fosse
esquecerá, minha amada.

Meus lábios querem prova-la...
No beijo, trocar a eternidade,
que se expira em infinda ala
paralela a verdade, intimidade.

Não sei dizer de desejo,
sem dizer seu nome...
E o lirismo vir do que vejo.
Meu eu, vem, e me tome...

Seu amor está em mim,
em loucura, silêncio e canto.
E meu amor, trocado assim,
mora em você, é dele o manto.

Não quero acordar o mundo;
quero adormecer contigo
e o sono mais profundo.
Além do sonho contigo, sigo...

A amo, e você bem sabe...
E mesmo que não venha a dizer,
nos olhos meus já não cabe
e o silencio não pode esconder.

Foto de Arnault L. D.

Coordenadas

Como posso encontrar,
o que eu mais nem sei?
Pois, tudo eu já dei.
Não sei como procurar...

Como posso chorar,
se estou tão vazio?
Resta o seco onde o rio
turbilhava p'ro mar.

Como posso ouvir,
se o vácuo é pleno?
Sequer um som, ameno,
ao silêncio ferir...

Como posso partir,
se nem mais me pertenço?
E o pés não convenço,
afastar, não querem ir...

Não vou mais peguntar.
Não intento respostas.
Seguir, é dar as costas
e aqui quero ficar!

Onde posso encontrar,
se perco-me distante...
Onde que a alma é amante,
bem lá é meu lugar.

..............................................................

Quando em você.. me completo.
a fração faz-se inteira
e por desta maneira
que por você sou repleto

Então traço, arquiteto.
Navego em rotear o amor
que onde esteja, e aonde for
me localizo, em seu afeto...

Foto de Arnault L. D.

Lapidação

Lapidar é tirar da preciosa
tudo que lhe encobre e adere.
Mas, com sutileza e não grossa,
ou toda beleza se fere...
Pétalas destroçadas da rosa.

Num sonho, de suave dormir.
Zelado os olhos por mascara,
a pele, sedosa, é o cobrir
no pulso do coração a joia rara,
que o Sol levante vem abrir.

Gema preciosa, ao sol igual,
é o amor enterrado por dentro.
Nas quimeras ditas do racional.
Mas, aquiete a alma e vá ao centro,
e há clareza, límpida, no cristal...

Desbaste o que a “aranha fia”...
A encobrir das facetas o brilhar.
Um diamante em fulgor já havia,
nestas terras, que tendem a embotar.
É pedra, mas o que não se via.
Seu diamante a luz a esperar...

Foto de Arnault L. D.

Única

Embora muito me esforce,
a cada dia os fatos se diluem.
Perco detalhes na lembrança,
feita a renda que se esgarça,
perdendo laços, que se excluem
ao esquecimento que avança.

A cada vez que recordo,
as linhas são mais fragmentadas,
as cores tem menos contraste.
Porém, nesta nau ainda abordo...
E ela me leva ao céu, qual escada,
que a cada passo do chão me afasta.

A realidade torna-se imprecisa.
Mesclada, a confundir-se ao sonho.
Talvez, lembre tal real o que sonhei,
e os vendáveis diga sentir em brisa...
Teu perfume, por mais que estranho,
sinto junto a mim... e apenas lembrei...

Mas, obstante a cada traço
que o viver eruda, a tornar distante...
No fim, inda haverá o que esquecer. Sei.
Enorme amor, mesmo se em mínimo pedaço,
ainda haverá, quando findar todo restante.
Talvez sem história, lembre apenas que amei.

Foto de Arnault L. D.

Para um Beija Flor

Se soltar a sua mão
você não irá cair.
Deixa a alma voar,
livre o seu coração,
porque, todo partir
também gera um chegar.

Liberte do seu amar,
o que toma em própria mão.
Se prender vai escapar...
Não há como segurar.
Se quiser ficar, ou não.
Você não pode forçar...

Faça seu jardim florido,
para que o “beija flor”
fique sempre junto a ele.
Seja por ele querido...
Mesmo assim é o amor,
faça o querer, vir dele.

Foto de Arnault L. D.

Triste canção

Como pode ser tão triste
e mesmo assim, ser tão lindo?
Possível não devia ser...
O amor que ainda persiste,
torna em lágrimas, caindo
em canção a me comover.

É linda, por mais que triste.
Cheia de sombra e tormento,
como tempestade no mar.
A melodia que ouviste
com o sussurrar do vento,
torna ao oceano a chorar.

A beleza de um amor
é o amar; é o quanto.
Não é tanto pelo afim,
pelo prazer, ou pela dor,
pelo alegrar, ou pranto.
Se o belo é o seu fim.

Amor de tanta beleza,
por mais que se torne em cruz.
Mas, é belo e não espanto...
O chorar da vela acesa,
torna-se um ponto de luz.
E é desta luz que eu canto.

Foto de Arnault L. D.

O sonho do Pierrô

Do que versar agora,
se me inspirava o sonho,
e vem surgindo a aurora.
O sol ao qual não me exponho...

Como retornar ao sonho,
se o acordar já me queima,
e retornar bem suponho,
seja uma inútil teima.

Como ser poeta assim?
Sem delírio, sem a musa...
E a ilusão, que teve fim,
na esperança que se escusa.

Um Pierrô vaga a rua,
de fantasia rasgada,
e em seu rosto figura
uma lágrima não pintada.

Agora o Sol vem dizer,
que Colombina não torna.
Que dela, pode esquecer,
que ao dia ele já não orna.

Do que versar, se a poesia
se rompeu a claridade...
Como durante o dia,
o orvalho tornou saudade.

Foto de Arnault L. D.

Esse amor, meu amor... ( Fim da poesia )

Esse amor, meu amor,
foi assim perdido.
Boiando, num mar de lágrima
até o horizonte, onde ido.
Até o além do sentido,
até o romper da “ânima”...

Foi-se indo, de mansinho,
lentamente, a mim sumir...
Seguindo noutro caminho
distanciando o meu seguir.
Nada, além é a paisagem,
do não ter prosseguir

Mas, quando, aonde, esteja.
onde a mão se cansa;
onde eu não mais veja;
no morrer da esperança.
Na inanição do que almeja;
no esforço do que não alcança.

Por quando, onde, haja,
o não saber que se eterniza.
Nas rimas de uma poesia,
no coração, que o paralisa.
Num oculto de fantasia,
que ao sonhar, me ameniza.

O amor meu, que não é meu,
nos olhos, verdes, brilhante.
O sorrir, calmo e feliz,
que para mim já se deu...
mas, o mesmo obstante,
por mim, nada mais diz.

As palavras que me disse,
usadas foram de novo.
Já não mais para mim.
Agora e como se novo,
como se o eco repetisse
o amor que não sabe o fim.

Ah... tristeza que me mata,
que em ecos reflete-se,
que transpassa e refrata,
tanta que entorpece.
E o querer se esquece,
de querer-se e fenece,,
mas, se outro eu tivesse
não trocaria o meu mal.
Esse amor... meu amor,
terminou... Sem final...

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