Blog de Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Fim de Festa

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Ondas que seguem o vento
Desenham outras na areia;
Peixes nadam sobre plantas:
Obra-prima da Natureza.

Enquanto diamantes achegam-se,
João-de-barro, a água beija.
Enquanto a andorinha voa rasante,
A plantinha, ao sol, relampeja.

Chega o verão, pessoas desconhecidas
A tagarelar, afastam a orquestra
E, pássaros vão cantar distantes,

A máquina corta a grama enraivecida:
O som é de batuques, outra festa começa,
Que bom que eu vivi minha festa a cada instante.

Marilene Anacleto

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Biscoito de Fubá Frito (rende muuuiiiitooo)

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Uma xícara de fubá
Escaldar com pouca água,
Amassar pelas beiradas,
Sem pensar em qualquer mágoa.

Agora juntar três ovos
E mais um fio de óleo,
Coloque o sal, a gosto,
Com alegria nos olhos.

Depois juntar o polvilho,
Do azedo, são três xícaras,
Até que fique com liga.
Pense nas coisas boas da vida.

Aquecer o óleo, só um pouco.
Colocar para fritar, assim meio frio.
Vá fazendo pouco a pouco,
Para não estourar o biscoito,

Que estoure a alegria,
De prazer, a companhia.
Para a família e os amigos.
E para o teu amor, sabor,
Calor, afagos e harmonia.

Marilene Anacleto

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O Menino e a Poesia

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Diz o menino, alegre:
- Mãe, mãe!
Veja a lua caindo
E as borboletas subindo
Levando de volta
Rindo, rindo, rindo!

Diz a mãe, irritada:
- Menino mentiroso!
Não tem vergonha de mentir?
Onde já se viu a lua cair
E as borboletas suspenderem,
Cheias de alegria?

Diz o menino, tristonho:
- Desculpe, mamãe ...
Eu não menti não ...
Eu nem te enganar eu quis
Eu só queria te dizer uma poesia.

Marilene Anacleto

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Negritude

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Roubaram a minha vida
Arrancaram-me de meus queridos
Separaram-me da minha fé
Tiraram-me o sobrenome
E até disseram que não tenho alma.

Trabalhei de sol a sol
Para que tiveste o melhor
Usei trapos, ou muito pior

Carreguei enormes cargas
Para que tivestes estradas
E eu nem saí do lugar

Plantei sementes, frutos colhi
Para te saciar antes de dormir
E muitas vezes eu não comi

Criastes um padrão de beleza
De brancos e magros. Tristeza!
E são mais belas as nossas negras.

Amamentei todos os teus filhos.
Aos nossos, nenhum carinho,
Afastavam de nosso convívio.

Hoje sou músico, professor, poeta,
Empresária bem sucedida, atleta,
Advogado, arquiteto, escritor
Mas não sou julgado pelo meu valor.

Não quero gratidão, quero respeito,
Quero a educação a que tenho direito
Quero o progresso ao qual me dedico
Porque escolhi este País para criar meus filhos.

Marilene Anacleto

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Meu Corpo é Festa

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Ao descer das estrelas
Quando o sol aparece
Meu corpo é uma festa

É um tremeluz de energia
De saber qual é o dia
Que está a amanhecer

Estico os braços
Com pés descalços
Na ponta dos pés

E torço o pescoço
E giro o tronco
Ombros para trás.

Depois a higiene
Escovação e creme
Cabelo para pentear.

Este corpo que é festa
Sempre acha porta aberta
Para sorrir e abraçar.

O café bem reforçado
Um batom bem humorado
Estou pronta para amar

Meu corpo não é máquina
Nem fruto de uma culpa
E nem pecado, na certa,

Ele foi feito do amor,
De paixão e de ardor.
Meu corpo é uma festa.

Marilene Anacleto

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Brisa

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Suave alento
Na calmaria
Dos dias quentes.

Marilene Anacleto

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Toda Mãe é Como Maria Santíssima

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Em meio a tantas vocações, somente uma foi a escolhida:
Seguir Maria Santíssima e dizer o “sim” a uma,
A duas, a algumas vidas.
Não se importou com o corpo e suas transformações,
Do amado, possíveis rejeições, custos com médicos
E meses de desconforto.
Leite materno, magia eterna, sem importar a hora,
Tempo, saúde ou miséria. Depois, a alquimia continua,
Emocionada e benévola.
Com verdes, caldos e chás; com grãos, saladas e cozidos,
E massas para sustentar os sonhos, os sentimentos,
E os corpos doloridos.
À minha, imensa gratidão, e a tua, e à mãe dos meus amigos.
E a tantas, uma especial oração porque os seus bebês queridos,
Levados por bandidos,
Hoje são farrapos humanos e não vivem o grande sonho
Plantado em seus corações. São flagelos, são famintos,
E, alguns, até frios assassinos.
Cada mãe, amiga especial, chora pelo bebê das amigas,
Cuja graça, pela Luz Divina, aceitam em suas barrigas,
Para trazer mais alegria à vida.
Grinaldas de Ave-Marias enviadas a Jesus e aos Anjos
E à Amada Mãe Santíssima que viu sua Criança ser levada.
Sofreu tudo o que há no mundo
E pela fé foi consolada.
Que as mães de hoje, sofridas, tenham a força e a fé
Da Amada Mãe Santíssima. Pois, ser mãe é para sempre ser:
Do doutor, do padre, do professor,
Ou daquele que não veio a Ser.
Marilene Anacleto

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Enfim, o Abraço

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Enfim, a vida!
Tudo palpita
Mente, alma, coração.
Plexo, umbigo
Ah, nem digo!
Um terremoto, parece.
Que não seja de vulcão
Não saberia como
Conter as lavas.
Não saberia, não!

Tudo se torna canção
Envolvida na paixão
Do sentimento contido.
Pensamento colorido
Espalha do pé do ouvido
Ao ouvido do pé
Tudo eletricidade é.

No abraço de corpo inteiro
Explodiu em pó de estrela
A vida, mais uma vez.

Marilene Anacleto

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Mão da Vida

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A mão que cura o irmão
Ou que acarinha o amigo
Tem sobre ela outra mão
Que é a grande Mão da Vida

Às vezes não se compreende
O que se fez na hora certa
É a Mão da Vida a guiar
O que tem a mão aberta

Aberta para doar
Ser um ser de maneira pura
Cuidado ao outro cultivar
Alimentar a ternura

E a Mão acompanha aquele
Que divide sua luz
Tal brisa serena e breve
À paz, ao outro conduz.

E sua paz é gigante
Capta, repassa e é gerador.
Surpreende-se algumas vezes
Que de sua dor esquece
Quando a do outro curou.

Marilene Anacleto

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Borboleta

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Vem, querida!
Faz-me ser a tua flor,
Banha-me com tua cor,
Tira-me essas mazelas.
Não são minhas e insistem
Em tornar-me muito triste
Nesta rica primavera.

Pulula em minhas pétalas,
Acorda os sentidos mortos.
Se for mesmo necessário,
Faz-me desatar em choro,
Que lave e purifique-me o corpo.

Traga-me cirandas aladas,
E pipocas cor-de-rosa,
E passeios de mãos dadas
E as antigas danças de roda.

Semeie em mim novos sonhos,
Ou acorde-me os antigos
Espraiados sobre as flores,
Cristalizados nas ondas,
Desenhados em róseas nuvens.

Que as cores da primavera,
Trazidas por ti agora,
Sobreponham o inverno
De minha alma nessa hora.
Ajude-me a esquecer o agora.

Marilene Anacleto

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