Blog de Paulo Gondim

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Vigília

VIGÍLIA
Paulo Gondim
04/08/2008

Que me escutem os pássaros, o vento, o ar
Já que insistes em não me escutar
Que meu clamor chegue às nuvens, ao infinito
Quem sabe, assim, escutarás meu grito

Que venha a mim o silêncio da noite, o luar
Como companhia na minha solidão
Na vigília longa de tanto te esperar
No tormento insólito de minha solidão

Que me leve a ti o frio e gelado vento
Das noites úmidas de meu íntimo outono
No assobio dessa brisa leve, no açoite lento
Que me corta alma no meu abandono

Que me venha o sono, ora tão distante
Para que descanse minha alma triste
E quem sabe sonhe em forma de calmante
Para um coração que amar ainda insiste

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Insônia

INSÔNIA
Paulo Gondim
27/10/2009

Uma procura desmedida
Um ai gemido, uma vontade incontida
Ausência total de sentido
Um eco que ficou perdido
De um grito que não se deu

Assim, sou eu
No jogo de minhas perdas
Acostumado com elas
O adversário sou eu

E como mau contendor
As perdas já se avolumam
Inevitável o vazio...

O pensar confuso, de vez, me toma
Como presa do tanto que me exponho
Angustiado, vejo-me só na cama
Ah, se pelo menos me abraçasse o sono...

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Encruzilhada

ENCRUZILHADA
Paulo Gondim
08/10/2009

A cada amanhecer, novos mistérios
Que escondem os pesares do mal
A cada folha que cai, uma quimera
Que embalou o sonho e se fez real

Choramos, hoje, a mágoa de ontem
Sepultando-a em cova rasa
Nossas esperanças, nossas utopias
Na dúvida de tantas filosofias
Na angústia cruel que o peito arrasa
Vagamos sem lume pelas noites frias

E nos desencontros de nossas pobres almas
O vazio nos arrebata por completo
Cada um seguiu seu caminho errante
Afogado na mágoa, na busca constante
Do encontro verdadeiro e certo
E nunca olhamos quem está por perto
E sempre procuramos viver num outro instante

Perdemo-nos em nossos descaminhos
Preconceitos e discórdias foram nossas marcas
Esquecemo-nos do simples numa busca vã
Do impossível que não vem com o amanhã
Se nosso sonhos não se encontram
Desviam-se em cada encruzilhada
E seguem solitários, tristes, nessa estrada

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Inesquecível

INESQUECÍVEL
Paulo Gondim
19/09/2009

Vislumbro, na lua clara, seu olhar
Como flecha certeira de um cupido
Na brisa fresca dos campos, teu perfume
Como néctar que embriaga meu sentido

E sinto tua presença amiga em cada canto
Que me faz lembrar tua doce imagem
Num raro momento de puro enlevo
Que só minh’alma entende essa linguagem

Tu te mostras em forma de um lindo sonho
E desperta em mim a metade invisível
Na melodia que para ti componho

Numa sinfonia única, pura, indivisível
Apurada em toda a técnica que disponho
E, como sonho, sabe que és inesquecível.

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Troca

TROCA
Paulo Gondim
10/09/2009

Até quanto é preciso ser forte?
Ou será que é possível ser forte?
È possível.
Desde que se anule o caráter
Se desestabilize o ego
Se renuncie à vida

A via de mão dupla se fecha
E numa única vereda se transforma
Só vai. Não tem volta.
E o homem se vê só.

Na sua solidão, a tristeza
A incompreensão, a dor
A certeza do nada
O fruto perdido

Tudo, sem direito a lágrima
Tem de ser forte, somente forte.
Não lhe é reservado opção
Apenas fonte inesgotável
Não se admite falha
Deve ser a perfeição

E, no correr dos anos, a perda
Fria, cruel, inevitável
A troca ingrata da doação
Pela recompensa da incompreensão.

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Desolação

DESOLAÇÃO
Paulo Gondim
25/08/09

Relâmpago de fogo numa noite fria
Corta o céu num estrondo surdo
Num eco que se esvai e fica mudo
Num clarão intenso, imenso
Enche os bosques, as montanhas
Num tremor sinistro, esquisito
Que remove o íntimo das entranhas

E no furor da tempestade, o rasgo
Da pedra que rola do penhasco
Na corrente bruta, nefasta
De força incontida, sem medida
Que tudo à sua frente arrasta

No final das águas, o desprezo
De tudo o que foi vida e sucumbiu
À desmedida luta sem vitória
A desolação, visão inglória
Tudo virou lama, barro só
O orgulho debelou-se
E o homem volta ao pó

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Vazio

VAZIO
Paulo Gondim
14/08/2009

Algo faz falta em mim
Como uma nuvem que se desfez
Um dia que escureceu
Uma estação que passou
Um sonho que não se sonhou

A solidão nem fere tanto
As mágoas são esquecidas
Diante desse vazio imenso
Nem o frio é tão intenso
E o inverno aos poucos se vai

Acho que me acostumei
A fria existência é como um filme
Que se repete em sessões escuras
Com ele, vão as amarguras
Os calos, o desconforto

Mas algo foge de mim
Eu sinto que não me pertence
No tédio a que mergulho
Na solução que procuro
Não sei o que fazer

Algo está vazio, sem sentido
Tudo é estranho, sombrio
Como tudo em minha volta
Saio, olho a rua, nada vejo
Não sinto vida além da porta

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Enlevo

ENLEVO
Paulo Gondim
01/08/2009

Sua lembrança sempre povoa meus pensamentos
Como uma brisa leve, com o cheiro do campo
Quando as gotas de orvalho se iluminam
Com os primeiros raios do sol.

Pensar em você é como o alvorecer
Que aos poucos se faz dia claro
Trazendo novas esperanças
Espantando as incertezas
Alimentando a fé

É assim que me sinto nesse sonho
Como pluma que voa ao sabor do vento
Na ternura que me vem no pensamento
Na lembrança sua, no desejo
Do que posso viver e vejo
Que o sonho pode ser real.

E entre dúvidas e incompreensões
Falar com você é um bálsamo
Um lenitivo para minhas angústias
Conforto-me no simples pensar
E me entrego ao enlevo
Desse momento de paz

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Compaixão

COMPAIXÃO
Paulo Gondim
29/07/2009

Eu vivia isolado, quando você apareceu
Segurou aminha mão e me deu forças
Quando tudo parecia perdido
Fez-me levantar suavemente
E olhar a vida com coragem
Quando de tudo já havia me esquecido

Você me fez ver de novo a esperança
Me mostrou o azul do céu e o brilho da lua
Quando tudo para mim não ia além da rua
A outra calçada era outro mundo

Ai você me levou a caminhar a seu lado
Me pegou pela mão e me conduziu
Por caminhos de sonhos na realidade
Transformando mentira em verdade

E em cada nova parada, você sorria para mim
E me indicava novos caminhos, novas paisagens
Você me levantou. Você me socorreu
Quando tudo parecia morrer
Um mundo novo me fez ver
E estancou meu sofrer.

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ILUSÓRIO

ILUSÓRIO
Paulo Gondim
26/07/2009

Faço de ti, na solidão, meu conforto
O pensamento não evita esforços
Prodigaliza na busca constante
E te trás a mim, a todo instante

Faço de ti, na tua ausência, meu guia
Que me transporta pela noite da saudade
Trazendo-te para perto de mim
Para meu prazer e minha felicidade

Faço de ti, em meu desejo, meu prazer
Como doidivanas de meus anseios
Na volúpia intensa de teu carinho
Mesmo que eu viva, aqui sozinho

Faço de ti, no fervor de minha fé
O lenitivo para minhas dores
Como sutura para minhas feridas
Na longa espera, de noites perdidas

Faço de ti, na visão do infinito
Um ponto luminoso que me indica
Teus braços abertos a me esperar
Mas sei que é sonho, não consigo chegar.

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