Blog de Paulo Gondim

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Teu Corpo

TEU CORPO
Paulo Gondim
08\01\2009

Deslizo todas minhas emoções
Na pele macia de teu corpo
Como se fosse uma estrada estreita
Correndo o perigo que me espera
Em cada curva perfeita

E a viagem se torna mais alegre
No deslumbrar da paisagem do teu corpo nu
Na perfeição dessa simetria
Quando exploro tua geografia
E descubro que a beleza do universo és tu

E quando toco cada ponto de teu corpo
Explode em mim o maior desejo
Quando minhas mãos te acariciam
E respondes com a volúpia de teu beijo

É assim teu corpo, resumo de mim mesmo
Tudo o que sonhei e quis pra mim
Nele é que me encontro e, enfim, me realizo
Ele é meu tudo, meu princípio e meu fim.

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Texto escrito em Brejo Santo, Ceará, região nordeste do Brasil.

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Natal sertanejo (Cordel)

NATAL SERTANEJO (cordel)
Paulo Gondim
04/12/2007

O natal do sertanejo
Não tem muita regalia
Com pouca coisa se faz
Como é seu dia-a-dia
Vai à igreja rezar
Pede a Deus pra lhe ajudar
Pede paz, pede alegria

Não é dia de natal
É dia de Nascimento
Natal é coisa de rico
Que vive criando invento
É pra quem tem muito dinheiro
E o nosso pobre roceiro
Só ganha para o sustento

Por isso o bom sertanejo
Não faz festa no natal
Não se dar a esse luxo
É coisa bem natural
Nem por isso sente culpa
Nem sequer se preocupa
Se alguém vai falar mal

O rico, sim, é de festa
Com seu povo da cidade
Come e bebe como bicho
Tudo em grande quantidade
Se mostra ser poderoso
No seu jeito escandaloso
Com luxúria e vaidade

O rico faz muita festa
Mas nem sabe pra quem é
Coitado do Deus Menino
De Maria e de José
Por ninguém vão ser lembrados
Ficam sós, abandonados
Ali, num canto qualquer

É assim há muito tempo
Um natal de hipocrisia
De divino não tem nada
Só profano, só orgia
Só comércio, só consumo
Eis o mais triste resumo
Desta triste fantasia

Mas tem muita gente pobre
Que embarca nessa farsa
Quer fazer natal de rico
E acaba na desgraça
Se comprou não vai pagar
Quando a loja vem cobrar
Enche a cara de cachaça

Por isso que o sertanejo
É mais sábio, sim senhor!
Sua festa é mais discreta
Mas é cheia de amor
Não se mete com “gastança”
Mas não lhe falta esperança
E a Deus canta louvor

Sua festa é muito simples
Diferente da cidade
Nela se festeja a vida
Sem nenhuma vaidade
Não se bebe caros vinhos
Mas com todos os vizinhos
Se pratica a caridade

É com esse objetivo
Que se festeja o natal
Com respeito ao Deus Menino
Que vem combater o mal
Renovar a esperança
Reforçar a confiança
Num plano espiritual

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Perdas e danos

PERDAS E DANOS
Paulo Gondim
14/12/2008

Despi-me de tudo, na vida, por amor a ti
Censurei meu ego, esqueci a vaidade
Abdiquei de meus desejos, um a um
Só para satisfazer tua vontade

Ofereci-me em sacrifícios profanos
Em altares pagãos, de tua luxúria
Reduzi-me a pó na tua insensatez
Cego, diante de ti, na minha incúria

Padeci os horrores da subserviência
Movido pela paixão inconseqüente
Como cão, lambi tuas feridas
Aceitei tudo pacientemente

Cheguei ao fim dessa viagem, só.
Perdi-te na primeira encruzilhada
Toda uma vida de renúncia
Para acabar, assim, sem nada...?

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Eco vago

ECO VAGO
Paulo Gondim
14/12/2008

Algo fica no ar como inacabado
Numa sensação de vazio na alma
Como se fosse uma fuga incontida
Ou uma vontade incompreendida

Num instante, tudo parece longe
Como se pisasse em falso
Como se vivesse sob espreita
Encurralado numa rua estreita

E como escapar dessa angústia?
Impossível pelo domínio da saudade
Com a tristeza assim tão perto
Num lamentar tão rude e certo

São horas de profundo pesar
Um olhar perdido, um grito surdo
Um eco vago, que não responde
Ao chamado da alma que se esconde

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Face a face

FACE A FACE
Paulo Gondim

Vem, que te darei meu último beijo
Fruto de meu último desejo
Desse amor como castigo
Recebe meu último abraço
Como prova do fracasso
Que foram teus dias comigo

Vem, recebe meu último sorriso
E sente o quanto amenizo
Tua dor, tua saudade
Vem, recebe meu último afeto
Goza o abrigo de meu teto
Pois já morre tua vaidade

Vem, sepulta a última quimera
Vês o que foste nessa terra
Apenas desilusão
Descortina teu sorriso triste
Não negue o amor que ainda existe
A quem lhe abriu o coração

Olha para mim
Face a face, assim
Sem trama, sem falsidade
Pela última vez, não finja
Não converta a verdade em cinza
Encare a realidade

Vai, pois te sentes nas alturas
Não temas as sepulturas
Que se abrem para ti
Bate de frente com a morte
Entrega-te à própria sorte
Vês a morte te sorrir

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Teus olhos

TEUS OLHOS
Paulo Gondim
11/12/2006

Quero ver a lua brilhar em teus olhos
Como se fossem a própria lua
Pelo brilho de felicidade
Quando me abraça
E me envolve
Por inteiro

E no sabor
De teus lábios
Na ternura do abraço
Que me prende como laço
Tua alegria preenche meu espaço
E olho mais uma vez teus lindos olhos

E não me canso, e quero outra vez olhar
E sinto novamente o brilho intenso
E o calor deste amor imenso
Me tomar toda a alma
E me vem a calma
Do sussurrar

E nesta paz
Com tua presença
Reclamo e quero mais
Que este momento assim fugaz
Seja eterno, e o tempo seja demorado
E por teus olhos, seja eu um eterno enamorado

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Entregue à sorte

ENTREGUE À SORTE
Paulo Gondim
09/12/2008

Viverei até quando for possível
Embora fraco, me pareça forte
Mesmo que o tempo algo me prive
Do muito que da vida contive
Nada será por mim desprezado
Faz parte do grande aprendizado

Renovar conceitos, reviver lições
Reaprender, reciclar, reviver
O que se pode ser aproveitado
O que ainda falta ser semeado
Para que se torne fruto
E possa ser guardado

Recordar álbuns de fotografias
Separar frases, juntar figuras
E, de retalho em retalho, um a um,
Coser a colcha que será calor
Para aquecer o que resta do amor
Que por vezes foi negado
Que em breve nem será lembrado

Um ciclo começa a se fechar
E que talvez se apague
Se nada serve para ser lembrado
Nova batalha surda se avizinha
No silêncio de min’alma sozinha
Desnuda, exposta na linha de corte
Não me acovarde e me entregue à sorte.

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Amores esquecidos

AMORES ESQUECIDOS
Paulo Gondim
07/12/2008

Estrela da manhã que me vista
Na sua luz intensa, traz pra mim
A alegria de um novo dia
Nas flores brancas de um jasmim

E traz consigo a saudade eterna
Do amor primeiro, que perdi
Como os anos juvenis
Que sem saber, eu não vivi

Porque a vida corria
Com toda pressa adolescente
Com o tempo cansativo
Que passava indiferente

Mas, me traga, estrela minha
O beijo doce da garotinha
De que nem fazia conta
E que por mim chorava sozinha

Na escalada do tempo,
Caminhos foram percorridos
Diz-me, estrela minha
Dos amores que foram esquecidos

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Questões

QUESTÕES
Paulo Gondim
07/12/2008

O que se espera da vida
Quando não se têm projetos
Quando os desejos são abjetos
E piores que a fúria do ter?

O que se fazer do sonho
Se foi esquecido
Nem sequer vivido
E deixado de lado?

E o que se fazer sem fé
Nesse materialismo
Perdida no consumismo
Como meta de vida?

E por que insistir
Nessa hipocrisia
Sem a fantasia
Da simplicidade?

E o que resta da vida
Se ela passou
Se o que restou
A mágoa consome?

Só resta a tristeza
De tempo perdido
Que não foi vivido
Que não volta mais.

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Nossos caminhos

NOSSOS CAMINHOS
Paulo Gondim
02/12//2008

Seguimos caminhos diferentes
Rotas bifurcadas, sem fim
Que se alongaram no tempo

E esse mesmo tempo passou
Entre encontros e desilusões
Cá estamos, frente a frente
Num acerto de contas
Juntando o que sobrou

Caminhos não percorridos
Precisam ser trilhados
Precisamos refazê-los
Remover as pedras
Extrair os espinhos
Cortar os calos
Cura as feridas

Recomeçar de onde deixamos
Cada sonho, cada vontade
Cada soluço, cada sorriso
Todas as queixas e lágrimas
Reabrir o peito, ceder o ombro
Redescobrir a cumplicidade
Manter nosso segredo
Reabrir veredas
Mesmo em outra realidade.

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