Folhas

Foto de Otávio Gomes

Fada Madrinha

Fada Madrinha sob o luar, que encanta meu mundo,
e com cantos profundos me faz sonhar.
Sonho contigo num campo colorido,
bebendo as gotas de orvalho,
sobre as folhas do carvalho florido.
Fada madrinha, contigo tudo é tão belo,
dês de teu olhar caramelo,
aos seus cabelos loiro amarelo,
fada dos sonhos que habita meu castelo.
Fada madrinha te desejo com apenas uma condição:
Não deixe esse lindo sonho transformar-se em mera ilusão,
assim te farei a princesa;
Aquela que brilhou diante de meus olhos,
e ilumina toda a vida em meu coração.

By: Otávio Gomes.

Foto de Arnault L. D.

Azaléias

Um pouco em silêncio ficar,
deixar o desespero das idéias
qual soltando mala pesada demais.
Quero o presente de um pouco de ar,
a imobilidade das azaléias...
Existir sem saber, como os vegetais.

Não para sempre, mas, por uma vaga...
O tempo aproximado, sem exatidão.
o tempo que o tempo ser.
Para que a estação leve e traga
novas folhas, e quem sabe no verão,
uma flor até vir florescer...

Só então, abrir os olhos novamente
e acordar a humanidade.
Com o sangue mais linfa e menos rubro.
Espero o brotar de uma semente
para em mim matar a saudade
quando no espelho descubro.

Foto de Arnault L. D.

Juntando as flores

É tudo apenas uma coisa:
Quebra-cabeça, enorme e incompleto.
Não sei dizer de forma concisa,
por mais que de palavras sou repleto.

Por mais que eu diga, mais podia.
Meu peito é maior que a consciência.
E até mesmo o que elevo à poesia,
é mero fragmento da essência.

Vejo todas juntas e mesmo ainda
sei que irá faltar, outras que serão.
Outra mais, que ainda não vinda,
somará de novo à mesma emoção.

As palavras e letras, são as petalas
a formar botão, depois braçada e olor...
Enquanto há tempo busco as falas
que se aproximem do meu, teu, amor...

A cada trova, somo um pouco mais,
destas flores tais, a formar buque.
Todas numa só... Tulipa e edelweiss,
rosa e jasmim, amor-perfeito... você.

Que verso a transpor-me aos delírios,
a me fazer terra para se plantar,
rego em lágrimas pra brotar os lírios,
para cada flor, vir desabrochar.

Ah... Se eu pudesse... Se pudesse... Além
do pólen das musas a inspirar.
Trocar jardins das folhas que se lêem,
morrer em ti... Semente a germinar.

Foto de Xaverloo

Inventariando

*
*
*
*
Eu e as minhas mãos vazias
No passo apressado de toda correria
Deixamos ao mundo tudo que trouxemos
Inventariamos nossos sonhos não alcançados
Abrimos mão dos nossos fardos
E roubamos da vida o direito de viver enquanto se faz possível.

Eu e meus pés descalços
Degustamos o sabor da terra nua
Caminhamos nos versos das canções da vida
Escrevemos nas páginas das folhas ao chão
Deixamos nossos livros não escritos à mão
Para registrar a longa vida que viveremos neste curto espaço de tempo.

Eu e meus olhos nostálgicos
Na captura das partes que se não deixam perdidas
Ricocheteamos toda boa imagem que testemunhamos
Fiquem com flores que pretensiosamente roubamos
E espalhamos as pétalas em forma de fantasia
Porque na nossa vida, escolhemos o perfume que o vento em flores trazia.

Eu e meus ouvidos atentos
Na sonha de distinguir os sons do silêncio
Partituramos o canto que não viaja nas ondas da invenção humana
Transcrevemos as vibrações de emoções inexplicáveis
Que a cá neste mundo suspiramos
Alardeando o choro, o grito, o sorrir e o desespero dos aflitos
Na esperança da felicidade que por vezes nos tateia e nos deixa.

Eu e meus lábios culpáveis
Beijando a ousadia de tentar descrevê-la
Sob a ótica desse instante que transforma-se constante
Entrego a prepotente vontade de desnudar a vida e explicá-la
Decido vivê-la e não mais
Até experimentar o sabor que tem a morte
Que por certo também faz parte da vida.
Prometo, por seu doce sabor, nunca mais perdê-la.

Xaverloo

Foto de Carmen Lúcia

Até o pôr do sol...

O sol estava se pondo...
Tarde de outono!
Observo minha mãe
Num denso sono...
Nem percebe as folhas que caem
E amareladas se esvaem,
Tocando seu inexpressivo rosto.

Parece querer de pleno gosto
Ir de encontro ao sol se pondo
Sem resistência, sem confronto...
Espera que a leve a luz tênue da tarde
Sem barulho, sem aviso, sem alarde...
Frágil como a pluma a dançar no ar.

Logo ela, que se lançava aos desafios,
Entrega-se agora...Nem luta, nem chora...
Desiste a cada dia, definha a cada hora...

Espera ver o pôr-do-sol levá-la embora.
Triste saber que ela desiste...
Vacila entre o existe e o inexiste.
Tão triste vê-la
triste...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Momento único (para minha mãe)

Um doce enlevo me conduz à recordação,
trazida pelo vago entre a tarde que morre
e a noite que se anuncia...
Pela nostalgia que se espalha no ar
e pelo espaço vazio entre os dois momentos;
final da tarde e início de noite...
Pelo surgir, de qualquer canto, da saudade
que invade e toma forma,
pra se fazer notar...

Então a vejo...
A tez clara em oposição à contraluz do lugar;
brilho ao mesmo tempo fosco e esfuziante...
Cabelos discretamente dourados,
como folhas de outono, apagadas...
Olhos que me acariciam, me adornam...
E me deito em seu colo
tentando retroceder o tempo...
Queria esse tempo agora!

Utópico pensamento que me consola.
Suas mãos macias em meu corpo
me fazem renascer...
Adormeço com o seu cântico
a me embalar ... e de novo me gerar.

Minha mãe...Eterna morada...
Acordo... enquanto o doce enlevo se desfaz;
olho para o espaço vazio
entre a tarde que se vai
e a noite que ainda vem.
É o momento de a reencontrar...

Carmen Lúcia

Foto de Otávio Gomes

Lembranças ao vento dançante


Esparge, a lua, num brilho sem luz
No anoitecer do inverno, as folhas de uma Ipê rosa em dança,
Onde sintilante o vento, a dama árvore conduz
O vento sou eu te guiando no passado da lembrança

A lua te ilumina em pequenos feichos,
E na grama brinca, por sua sempre criança,
Em teu sorriso me envolvo e vos brinco
Tu se solta aos suspiros irradia confiança.

Paira o anjo, de leve em meu ombro
Como o cisne se movimenta com exatidão
Abre tuas exuberantes asas ao espaço longo
A Ponta dos pés se esticam com tamanha perfeição

Eu senti o talento de tu minha luz de aurora,
Da minha criança bela, mulher querida,
Carregada pela doce inocência da sua história,
Que os ventos trouxeram para ser minha, por toda minha vida.

By: Otávio Gomes

Foto de Marilene Anacleto

Outono

Outono

Muda-se o verão para o outono,
As folhas aventuram-se pelo ar.
Almejam liberdade, grande sonho
De voar, voar e revoar.

Estonteantes de alegria,
Achega-se às gaivotas.
Burburinho e cantoria
Acompanham cambalhotas.

E conhecem outros seres,
Respiram outros perfumes,
Misturam-se a outras espécies.

Dançam, soltas pelo vento,
Coreografias de lumes
Até o chão que as recebe.

Também assim é a vida,
A mudar de estação.
Que sejamos bem felizes
Para não morrer pelo chão.

Foto de Ayslan

Eu te amo (Triste)

Eu tentei consertar tudo, tentei esconder as magoas
Eu já não conseguia ver meu caminho
Por quê me distanciei das palavras?
Para não lembrar que um dia tanto te amei

Ate mesmo as lembranças mais lindas
parecem que nada realmente foi verdadeiro que
sentimentos só estão presente em poemas tristes
Eu não sou um poeta, sou apenas um homem

Um homem que chorou feito criança procurando um jeito de não ser real
Nada volta a ser como era antes e o que sou
me desconheço a todo instante minhas palavras parecem
vazias e jogadas em um imenso esquecimento

Meus sentimentos em pedaços escrito folha por folha
Já não se unirão novamente mesmo que todas as folhas
se juntem faltará um pedaço de me e um pedaço de te,
Pedaço esse que foi embora em lagrimas

Teus olhos Meigos, ternos... Olhar esse que me fez te amar
Desapareceu procurei-te bem no fundo mais tudo estava tão escuro
O brilho que te nomeou estrela desapareceu
Eu morri em cada lagrima que se distanciava de meu coração levaria junto
meu amor agora cada vez mais distante e difícil de senti-lo

Um dia procurei um jeito de te dizer o que sentia
Durante vários dias distante de te fui tentando descrever esse sentimento
Levar meu amor em ritmo, rimas inocentes, em versos tímidos,
objetivo único terminar dizendo Eu te amo!
para Priscila...
Eu te amo... Só que agora é triste...
Hoje de olhos cheios de lagrimas por que quero voltar
vou chamar a saudade e trazer as lembranças só para
te olhar entre as brechas da janela.

Foto de Carmen Lúcia

Estações do tempo...e da vida (inspirada no texto de pe Fábio de Melo:Outonos e Primaveras...)

Final de inverno...
Lacradas estão as folhas
que esverdearam sonhos,
derrubadas pelo vento,
sepultadas pelo rigor do frio
no silêncio das sombras
na escuridão do chão...

Embaladas pelo outono
que tristonho se foi
e ansioso espera
ver renascer a primavera
que adormecida sob o solo
nos priva da visão
de sua germinação...

Fase que não vemos
mas que nela cremos..

É o ciclo de vida e morte...
Vida que não se finda,
morte que não se acaba...

Processo que se encaminha sem pressa,
movimento que vai se cumprindo em partes,
o cair das folhas, fecundidade,
cumplicidade do tempo,
canto das cigarras, assovio dos ventos,
o ressurgir da aquarela , o florido sobre a terra,
o renascer da primavera...

Cumprida a missão, o outono agora espera
o retorno de outra primavera...
a sua ressurreição.
Assim como a vida...
a próxima estação.

_Carmen Lúcia_

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