Frio

Foto de Henrique Fernandes

NORTADA DE SENTIMENTOS

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Ao sentir que o tempo me foge na pele
Deixo cair o pensamento num fosso de razão
Parando o meu respirar no conforto de uma reflexão
Que não desmente o sentido sem prática que me adoece
As fantasias inóspitas que me enganam o ego
Sendo tocado por um vento frio de norte
Chegado numa nortada de sentimentos carentes
E desabrigados nos meus gemidos de socorro
Que me gelam o olhar com melancolias sóbrias
Quebrando-me a voz na alma embriagada de nada
Por vácuo de silêncio que exibo nas mãos
Mantendo-as estendidas a uma esperança ténue
Que ganha corpo no longínquo que me chama
Com chamamentos de um amor que não se apresenta
Nem a mim chega através de uma cortina de medos
Ao de leve absorvo uma paixão que bate á porta
Sinto-a como um chá bem quente de loucura
Um fervor percorre a todo o vapor o meu corpo
Vigorosamente desmaiado sobre um ninho de solidão
Onde evito lamentos e atiro-me em queda livre
Ao desconhecido que tão bem conheço
Tratando por tu os mistérios dos meus desejos
Após ter reflectido sinto-me perto de um sol verenal
E caminho pelo meu defeito por defeito de sempre
Em ilusões de uma guilhotina suspensa á minha espera
Baixada por desilusão que abraça o meu chegar até hoje

Foto de Andre Luiz M Brum

Solitária

SOLITÁRIA

Nas roscas da luxúria geme a virgem
Lasciva se abandona à vertigem
Impudente, tremeluz à luz da vela;

Sua forma revelada entre as cobertas,
As pernas arqueadas, entreabertas,
Estertora entre soluços a donzela.

Tola, se entregou a tal amante
Hirta e resoluta, jaz arfante,
Num doudo e ensandecido gozo;

Um rubro refulgir cobriu-lhe a face
No lânguido torpor do desenlace,
Sob o manto da penumbra foge o esposo.

Feéricas visões no teto dançam,
Luzes mornas no leito solitário lançam
Soturnas sombras, enleadas de langor;

Ele célere voltou p’ra outros braços,
Tredo, se aninhou noutro regaço,
E deletério, se entregou a outro amor.

Efêmera, translúcida alma,
Só agora te sobreveio a calma,
Só agora a solidão te basta;

Só agora aplacou seus medos
Só agora repousou seus dedos
Qu`agora brincam na cabeleira vasta.

Mas súbito a noite cai feito mortalha,
Nas árvores um vento lúgubre, farfalha,
Espalhando folhas secas pelo chão;

A ausência do amado tange o leito,
A ausência de amor lhe cinge o peito,
Qual adaga lhe trespassa e fere então. . .

Preada aos grilhões do sofrimento,
na falta do amado ,um tal tormento,
Que até mesmo dessa vida el`abriu mão;

Tens por sarcófago o corpo frio, por cripta o leito,
E por túmulo vazio, tens no peito,
uma lápide em lugar do coração.

Alva, transparente pousas nua,
Pálida, nitente à luz da lua,
Seu nítido contorno me seduz,

Debalde luta co`a tristeza, jaz cativa,
encerrada em seu sepulcro, morta- viva
qual vampira, refugia-se da luz.

Mas não! . . . basta! . . . um chamado,
Da vida, nas vertentes, ouço um brado,
Ë o sol qu`inda te clama, estais VIIIIIVAAA!!!

E te vejo ressurgir com passos tortos
Como Lázaro, rediviva, vens dos mortos,
Do étereo despertada, vens altiva.

Vem p`ra vida que é certo. . . Ah quem me dera!
Que um novo amor aqui `inda te espera,
Ademais, também, ainda sois tão bela.

Enterra os mortos e o passado lega à lama,
E sai desse torpor, formosa dama,
E vai viver a vida minha donzela.

BRUNO

Foto de Glórinha Gaivota

Chuva de outono

Hoje está chovendo
É você de mim distante
Sinto frio
Sinto fome
Do carinho do teu amor

Quisera eu tê-lo aqui
A agasalhar-me o corpo
A alimentar-me de amor

Dia triste de outono
Chove lá fora
E dentro de mim
Há um rio
De saudade de ti...

Glórinha Anchieta – GG
Poesias de outono/2008

Foto de Ednaschneider

Saudade

O vento assobia quando por mim passa
Na pele fica o arrepio.
No rosto um sorriso sem graça
Uma tristeza na alma tal como o frio.

Uma saudade apertada
Que parece sufocar.
Palavras tristes copiadas
Uma lágrima a pingar.

Saudade de um tempo
Que não existiu.
Como esse vento
Que assobia, mas ninguém jamais o viu.

Saudade de uma vida
Que ainda não foi vivida
Lembranças que ainda não foram entendidas.
Serão ilusões perdidas?

Joana Darc Brasil*

*Direitos autorais reservados.

Foto de Daemon Moanir

Fico a imaginar o futuro a sós…
Imagino que temos casa e vivemos nela,
Singela, prática, perfeita já que é nossa…
Entramos juntos, bem juntos para enganar o frio
Que fazia de fora. Assim vi.
Fechada a porta o calor aumentava,
Estavas bela, de vestido e eu vestido como sempre.
Olhávamo-nos, pedi para não te mexeres,
Aquela tua imagem teria de ficar gravada…
O calor aumentava… Um beijo, dois e já não parávamos…
Já estávamos enrolados um no outro
Impossíveis de separar, impossíveis de imitar,
Era só nosso… Perfeito.

Assim vi uma casa sólida.
Vi uma casa de paredes fortes, onde o amor transbordava.
Vi uma casa… Vi uma vida e outra juntas,
Vi um sonho que por desejo se fez realidade.

Foto de diana sad

** amigo**

Depois do sonho
As janelas foram abertas
Eu me acordei tonto
Sem vontade de ver o que me esperava.

Eu estava sozinho em casa
E meus dias eram exaustos
Sempre os mesmos
Sempre as mesmas reticências
O mesmo banho frio
As mesmas músicas a me distrair
O mesmo apetite
As mesmas vontades

Eu sonhei com meu amigo
Com o real significado dos seus olhos.
Com a harmonia singular de suas opiniões
Eu sonhei com meu amigo
Com meu amor escondido
Com meus versos de ternura e ódio recorrentes.

Eu já descrevi te conquistando
Amando-te.
Detestando-te
Perdendo-te
Eu já te descrevi...

Hoje descrevo o que você é literalmente para mim
Um amigo!
Que posso ser mentiroso
Por que seu rosto eu não conheço
Um amigo!
Que me cativou de uma forma incrível
Um amor platônico
Um amigo invisível.

Foto de Bira Melo

ME DESPEDI DA VIDA...

Me despedi da vida...
Era noite de inverno,
Meu corpo ardia de tanto frio
Procurara sua presença
E somente constatara
Que apenas me despedi da vida!

Me despedi da vida...
Era o nascer do luar invernal,
O céu em raias tristes
E sentindo bem o gelo de minh'alma
Procurei o sentido dela e vira
Que apenas me despedi a vida!

Me despedi da vida...
Ao acreditar no seu amor, na sua completude
Apenas de um ignóbil animal
Senti bem frio na sua partida e sei sim,
Agora que vivo porque me despedi da sua vida!

PS: esse foi feito logo que parei de fumar para aplacar a saudade que sentia...

Foto de Daemon Moanir

Mensagens - II

Tenho o som de cada pinga que caiu naquele dia
Gravado na memória,
Todos diferentes, todos sós,
Cada um na sua vez
Batem ainda na minha face virada para Deus
Escorrem, encobrem o medo e eu cubro-me com ele
Porque quero estar sozinho, abrigado com meu bafo,
Pelo meu amor-próprio e pela solidão.
Que sou sem ti Beatriz?

Tenho medo agora que vivo
De perder vida, de te perder
E de me voltar.
Não me quero voltar, estou a sofrer,
A deixar de querer ficar acordado e escrever
Que me deixa miserável e triste.
Mas quando acabo, ó meu Deus como é bom
Sentir que fui feito para rabiscar sentidos meus.

Tapo-me bem, porque o frio vai voltar
Eu já o sinto em cada osso,
Cada um na sua vez de tremer gélido por calor
Gemer de dor de alma, gemer alto, gemer.
Em sobressalto amar e sofrer, sentir-te tão longe e gemer.
Não quero mais isto,
Este horror a passar por mim
Este ser criador de linhas escritas e não ser feliz
O ser feliz e não ser poeta,
O prazer ao sofrer
E não escrever, mas ser ditoso
Sofrer para ser? Esquecer-me e não ser, mas feliz…

O belo, o belo és tu Beatriz.
O mais belo de sempre que existe
Ou para lá da vida, és tu o mais belo.
Quero o teu cheiro e sabor para sempre,
Amor, quero-te a ti.

Foto de syssy

Um Grito em Mim

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Aqui onde é ermo o caminho,
Onde ando em espinhos e
Vejo a noite acabar.

Aqui onde vaguei a Solidão
No meu desejo de absorver teu beijo,
Bate descompassado um coração.
Que só que te amar.

Aqui onde tudo é saudade,
O ponteiro enlouqueceu e
Para longe te levou, ouço apenas meu grito
Que nesse infinito se perdeu.

Aqui onde ouço o grito é frio,
E como folha seca o ar me leva
E nas relvas de brumas postas vai
Chorando do sempre, sempre teu.

E vou chorar

E vou gritar

E vou aquecer meu coração.

Meu amor não enxugará as
Lágrimas que caírem, também
Não acalentará meu coração e
Também não calará meu grito e
Dessa vez insisto como é cruel soltar
Meu grito em vão.

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Foto de Civana

Vazios (Coletânea de poemetos)

**Vazio**

Saudade de tudo
que não conheço.
Vontade de nada
que já tive.
Gosto docemente lindo,
que amarga cruelmente.
Sons puros e melodiosos,
que embalam a desarmonia.
Lembranças sufocantes
do...nada.

**Vazio II**

V ento frio
A migos perdidos
Z elo esquecido
I nsatisfação...
O mal que fere o coração.

**Vazio III**

Desprezo, raiva
decepção
mentira, falsidade,
traição
desconfiança, abuso
desilusão
mesquinharia, futilidade
omissão
cobiça, inveja
pretensão
trapaça, deslealdade
dor,
foi o que restou.

**Vazio IV**

Calada
inerte
fico
GRITO!

Após tantos vazios...

A lua se despe
e deita na rua,
encontro de corpos
vazios,
vorazes,
vida crua.
Choro de almas
sonhadoras,
sofridas,
morte nua.

(Civana)

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OBS: Fiz essa coletânea de poemetos, formando um único poema, mas retirei do "5º Concurso Literário" os mesmos que havia postado separadamente.
Bjos

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