Multidão

Foto de Carmen Lúcia

Estratagemas (a vida em ão)

Perco o chão,
prendo a respiração,
ouço meu coração...
Vibro de emoção,
morro de paixão,
transbordo excitação...

Canto uma canção,
toco um violão...
Digo sim e não,
qualquer que seja a razão.
Fico na solidão,
só, na imensidão...

Grito um palavrão
em prol da libertação...
Saio da prisão;
o sol embaça a visão,
habituada à escuridão.

Olho pra multidão
andando sem direção...
Arrisco uma reflexão,
faço uma confissão,
entrego-me à oração,
me doo à conversão,
me agarro à religião
libero a devoção
sem noção ou pretensão...

Discuto a relação,
eterna procura de solução...
já tenho o não;
quem sabe um sim, então.
Por que não?

Procuro temas,
estratagemas,
cenas...
isentas ou não de problemas,
obscenas ou serenas,
profundas ou amenas...

Enfim, busco da vida
o poema.

Carmen Lúcia

Foto de Diario de uma bruxa

Detalhe

Teu olhar
É como fogo que queima
Tira-me do sério
Deixa-me elétrica

Faz com que meu
Corpo te chame
Desejo e paixão
Em plena multidão

Sabedoria imersa
Em uma simples conversa
Pelo orelhão
Faz com que você queime de paixão

Imagens perfeitas
Sobre uma teia
De corrupção

Sorriso falso
De um homem descalço
Tentando enganar-me
Por forte tesão

Não é fácil me levar
Sou um detalhe
Uma pequena letra
Em uma página do diário
Escondida no cabeçalho
Da sofrida paixão.

POEMA AS BRUXAS

Foto de Paulo Gondim

Juras perdidas

JURAS PERDIDAS
Paulo Gondim
11/02/2010

Remexi no baú de meus sonhos
Lá encontrei, na minha saudade,
Tua lembrança boa e amiga
Que faz de meus sonhos realidade

Na caixinha da lembrança, teus beijos
Teu sorriso e olhares insinuantes
No calor terno de tua voz
Em sussurros tão inebriantes

Encontrei a juras perdidas
Que não passaram de ilusões
O lenço manchado de sangue
Que verteu de nossos corações

Mas foi tudo muito rápido
Vi teu vulto sumir na multidão
Num segundo, vi cair meu mundo
Me senti só, sem os pés no chão.

Foto de Fernando Vieira

Mercado central

Um mercado de idéias
O lugar da atração
Entre becos e vielas
No meio dessa multidão

O que se vê nesse mercado
É muito mais que consumir
Olhando com atentos olhos
O preto, o branco e o colorir

Mercadorias de um tudo
Criando a arte casual
Na extensão desse mercado
Que em outro lugar não há igual

É gente aqui, é gente ali
Que se parece até uma dança
Coreografias de um mercado
Seguindo o compasso da andança

Nesse mercado de idéias
O que importa é se criar
Imagino uma platéia
Então começo a dançar

E nesse palco imaginário
Que não se cobra em Real
Entrada franca para todos
Aqui no Mercado Central

Foto de Carlos Henrique Costa

Ao meu povo

É, meu povo! De novo jaz teu filho!
Chora e implora pelo pedaço de pão!
Pão feito de farinha de trigo, de milho,
É a fome que consome essa tua nação.

Não, meu povo! O renovo de um brilho,
Só brilha para poucos, não há multidão!
Multidão sem jeito, que anda no trilho.
E o nome de cada homem é: indagação!

Sim, meu povo! Há um povo com razão,
Por ter Deus no coração tem há solução,
E a vida amarga que tens nessa vida,

Só terá na ocasião dessa estúpida lida,
Que caminha na linha bamba da imperfeição!
Acorda meu povo! Para essa nova criação.

Foto de Graciele Gessner

O Beijo. (Graciele_Gessner)



Já reparou como o beijo tem o poder de nos revelar? O beijo pode nos colocar até em grandes apuros se não distribuído de maneira consciente e responsável.

Aquela boca se aproxima, mas não sonhe acordado, o limite é até o rosto. Entretanto, sempre tem aquela boquinha mais atrevida, que chega de mansinho e provoca arrepios quando toca na trave. Diga-me, não é uma bela provocação?!

O beijo é um ato de carinho, de respeito, de amor, de admiração... Às vezes o beijo é algo tão íntimo, tão reservado, que o melhor é não se expor perante a multidão. É aquele dilema, beijamos quem queremos, e não medimos esforços para isso. Beijamos quem quer receber, quem se permitir a tal façanha, sem pedir de volta, sem regras. Convenhamos ninguém em sua sã consciência vai sair beijando um desconhecido. Beijar pede vínculo afetivo, afinidade, ou simplesmente, se sentir bem ao lado daquela pessoa.

Quem beija muitas vezes ultrapassa aquele abraço gostoso, representando num beijo a imensa gratidão, o reconhecimento.

Lembrei-me até que Jesus Cristo foi traído com um beijo. Então, o que pensar de um beijo? O beijo pode ser até a demonstração falsa de sentimento. O beijo deveria ser algo único e de infinita simbologia do amor e respeito, mas sabemos bem, que o mundo anda revirado, e que o beijo é sempre mais um beijo e nada mais.

Infelizmente, recebemos beijos em nosso semblante por obrigação, por etiqueta, ou puro figurino do momento. O beijo dado por obrigação é o mesmo que não exprime emoção. O beijo sem emoção, não tem sentido, torna-se algo fútil e sem vida.

No entanto, o beijo dado com a leveza da alma, é o mesmo que dado com a intensidade de um relâmpago. É o beijo capaz de fornecer toda a eletricidade que uma pessoa precisa, produzindo ondas de energias positivas.

Então, antes de beijar, pense em sua verdadeira intenção. Antes receber um aperto de mão do que um beijo sem emoção.



17.01.2010

Escrito por Graciele Gessner.


*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Saroski

Passagens...

Vivia no meu conto imaginário, de aventura e solidão,
Sonhava com aquela história de criança, onde reina o perdão,
Se vive de ternura, cumplicidade e compreensão...
E se aprende a dizer sim em vez de não.

Depois acordei, deparei-me com a realidade,
Deixei de sonhar e desejar,
Pois quando conheci a triste verdade,
Parei de acreditar...

Percorri o meu caminho, desapontada talvez,
Mas a sombra do meu sonho, me alertava...
Após aventuras e desventuras, decidi parar de vez...
Parar de procurar, de querer, de sofrer ao sonhar com quem não me amava...

Até que no meio da multidão te vi..
Nada desejei, nada procurei... Tudo temi..
Teu sorriso, teu calor, teu coração,
Ofereceram-me protecção, encheram-me de emoção...

Agora a teu lado, vivo o meu sonho de criança,
Encontrei a ternura, o amor e o perdão.
Aprendi a partilha, a cumplicidade e a esperança...
Agradeço-te por teres feito de mim. alguém que recuperou o seu coração...

Foto de AjAraujo poeta humanista

Conto de Natal: Os três meninos!

Chegava o Natal.
Aqueles três meninos observavam a correria daquela gente.
O relógio da torre marcava 8 horas da noite, muitas lojas cerravam as portas.
Um vento frio fazia tremer o corpo e doíam os ossos. Recostavam-se uns aos outros na espera do pai que tentava (em vão) comprar algo para a ceia.

Tempos ruins aqueles, haviam sido despejados e agora dormiam em um trailer abandonado, com pouca lenha para aquecer nas longas noites de inverno que se anunciavam.

Um dos meninos, que se chamava Juan, olhava para a algazarra de um garoto típico da cidade, escolhendo os presentes mais caros e bonitos que jamais vira, deixava-se levar pelo pensamento, sonhando também tocar aquele presente, momentaneamente parecia-lhe viver aquela cena.

Um de seus irmãos, Rodrigo, parecia ter o olhar perdido na multidão, nada dizia ou gesticulava, contemplava em silêncio uma noite que nada prometia de diferente de outras tantas vividas.

O terceiro e mais velho dos irmãos, Jose, preocupava-se em observar o pai, que em longa confabulação, tentava convencer o dono do armazém a lhe vender algo fiado. Em desespero, o pai mostrava os filhos no frio, ao relento, como última cartada para obter algo para levar para casa.

Nada feito. O pai sai cabisbaixo do armazém, mal podia divisar os olhares de seus filhos, não cabia em si de abatimento e revolta. Quando subitamente, ao atravessar a rua, vê uma criança desprender-se das mãos de sua mãe e postar-se indefesa em frente a um bonde em velocidade.

Trêmula, o medo a impedia de movimentar-se. O pai dos meninos pobres se lança como uma flecha e consegue tirar a menina da frente do bonde, mas o destino cruel lhe reservou uma peça, uma de suas pernas ficou presa nas rodas da composição.

Os meninos correram ao pai e todos os passageiros do bonde e os passantes em solidariedade àquele corajoso homem conseguiram libertá-lo das ferragens do bonde e levaram-no a um hospital.

A criança salva por ironia do destino era nada mais nada menos que a neta do dono do armazém.

Aquele gesto generoso expondo a própria vida, estava prestes a custar à perda da perna do pobre senhor.

Então, eis que subitamente, surge uma senhora de alvos cabelos e tez macia e se oferece para prestar ajuda ao pobre pai.

Durante 7 dias cuidou dos ferimentos, da ameaça de gangrena e o pai já começava a mexer os dedos dos pés, quando ao acordar na véspera do novo ano, ao chamar por tão especial senhora, apenas ouviu de seu filho mais velho:

"Pai, quem cuidou de você foi Nossa Senhora. Ela já se foi pois você está melhor. Quem a chamou foi a menina que você salvou. Ela me disse em sonho para você orar, não entrar em desespero, pois na vida temos provações que são desafios para que mostremos o quanto somos determinados para enfrentá-los com serenidade, fé e determinação."

Ao sair do Hospital, todas as luzes se apagaram e toda a gente da cidade viu um asteróide riscar o céu em belíssima luminosidade.

Enquanto caminhava, todas as pessoas acorriam para ajudá-lo, ofereciam suas casas para a ceia daquela pobre família e brinquedos e roupas para seus filhos.

Um milagre havia acontecido naquela cidade. Um milagre no espírito do Natal.

A generosidade e a solidariedade andam juntas, e aquele pobre senhor bem poderia ser Jesus Cristo e as crianças famintas, os jovens pastores em sua cabana.

Um conto de natal, um conto de solidariedade, homenajeando Charles Dickens e as pessoas que fazem a diferença, pregando e praticando atos que mantém acesa a chama da esperança.

Foto de uilton

Da Timidez

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre que-bram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!" só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são urna multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.

Foto de Phellipe Aleixo

Até O fim

Não quero mais seu beijo falso
A muito tempo ja não sinto seu abraço
Nossos olhos não se cruzam mais
E pela porta dos fundos o sentimento se vai
Não sei mais como me sentir
Porque ate isso você tirou de mim
A cada hora que passa eu espero pelo fim
que desta vez não sera um final feliz

Você podia ser minha
Tudo que eu queria você tinha
Agora feche os olhos e tente penssar
Em tudo aquilo que ja tentei te falar
E não me olhe assim
você sabe que não estamos no fim
Então sente ao meu lado
E sussure no meu ouvido
Tudo aquilo que você tinha me falado

Agora me de um tempo
Porque preciso penssar
Em tudo que estou vendo
e vou tentar deixar
Tudo aquilo que estou fazendo
Para me misturar com a multidão
E seguir meu coração
Com passos largos o segui
Mais era tarde demais
E no final foi você quem eu vi
Me dizendo exatamente assim
Você me isnspira levar a vida até o fim

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