Pão

Foto de Sonia Delsin

GOSTO DE AMAR

GOSTO DE AMAR

Gosto de me deitar de bruços.
De rolar na cama.
De deitar na grama.
Gosto de quem ama.
(Profundamente).
De quem é gente.
Gosto de crianças.
De gente sorridente.
Gosto de andar na rua.
De admirar a lua.
De ficar nua.
Gosto.
Gosto de viver...
Ó, tanto, eu gosto.
Gosto de doce de mamão.
Daquele que só minha mãe sabe fazer.
Gosto de escrever.
E ler.
Gosto tanto, tanto de aprender.
Gosto de flores.
Todas.
Como vou falar que uma é mais bonita?
Se a outra de ciúmes grita.
Gosto de cachoeira.
Da água gelada.
Gosto de rua molhada.
De flor orvalhada.
Gosto de dar risada.
Gosto de circo, parque.
De roda gigante.
De gente elegante.
Gosto de gente simples.
De casas pequenas, singelas, belas.
Gosto de humildade.
De sinceridade.
Gosto de entrar nas igrejas.
Ficar quietinha olhando nadinha.
Sentindo tudinho.
Gosto de pão quentinho.
De nadar devargazinho.
Gosto de andar.
Cantar.
Gosto de amar.

Foto de Sonia Delsin

UM DE MEUS ANJOS

UM DE MEUS ANJOS
(para Fannyzita...minha amada amiga)

Hoje estou com o coração preso.
Preso num de meus anjos.
Este anjo de cabelos avermelhados.
De olhos esverdeados.
Ah, anjo meu!
A vida tanta coisa te roubou.
E tanta coisa te deu.
Estou presa às tuas palavras.
Teus olhares.
Teus falares.
Estou presa a tua janela.
Às folhas novas.
Ao sabor do teu pão.
Estou presa ao teu nobre coração.

Foto de Darsham

O Amor...Incómodos à parte

Tenho um problema com o amor, um grave problema! Ouço dizer por aí, pelas bocas do mundo, pelas letras soltas que vejo e revejo em papéis perdidos em cada canto de vida que o amor é a coisa mais bela que existe…
Chega a cansar os meus ouvidos de tanto ouvir a palavra AMOR!!!
Enaltece-se de uma forma sublime…em filmes…em palavras…em livros…em poesia…na música…Vê-se e ouve-se amor em todo lado (para os ouvidos e corações atentos, claro está) que chego a sentir-me profundamente enjoada.
Não, ao contrário do que possam pensar, eu não sou uma pessoa insensível, pragmática, vazia, distraída…Eu escrevo poesia, sou a voz do amor para quem não pode ouvir… Eu ouço Beethoven, Chopin, fado…choro ao ver uma peça de ópera, comovo-me com filmes românticos, voo para longe enquanto leio cada linha que Nicholas Sparks escreve…e tenho em mim todos os sonhos do mundo…
O que me incomoda não é a existência do amor, ou até é, não sei…é tudo muito dúbio…
Incomoda-me a banalização, o dizer por dizer, o falar por falar…e o coração? Será que ainda alguém sabe o que é amor? Amor sem razão, daquele que nos atraca o coração e nos despe a alma? Daquele que nos sacode os bolsos da sensatez…daquele que nos amarra sem cordas, nos cala a voz…daquele que nos tira a respiração e nos faz acreditar que vamos morrer por não termos espaço em nós para estacionar este avião que invadiu o nosso coração…
Será que entre a pausa para o café, e os pagamentos do mês ainda se tem tempo para reflectir sobre o amor? Será que todas as bocas que expressam a palavra amo-te atribuem o verdadeiro valor a este sentimento tão sublime e majestoso?
Incomoda-me, claro que me incomoda ver almas vazias e desprovidas de sensibilidade, que faria revirar na sepultura grandes poetas que a historia não esquece, verbalizar, assim, como se fosse uma pancadinha nas costas a palavras amo-te…amar não é só falar, é praticar, é encher-se de vida e gritar ao mundo que no peito nada cabe mais…
Incomoda-me também que não existam teses sobre o amor, em que expliquem tudo o que há a ser explicado sobre ele, para que o possamos conhecer e reconhecer, para que saibamos quando encontramos o nosso amor, o verdadeiro, a outra metade de nós, que nos completa…podemos viver toda uma vida com a pessoa errada, sem sabermos onde está a certa, ou sabermos, mas nada podermos fazer, porque o tempo já é outro e construíram-se outras histórias, das quais não fizemos parte, por termos construídos outras, paralelamente…
O amor rege a nossa existência; determina quem somos; representa-se nas nossas convicções, princípios, crenças e atitudes e descreve a sua rota nas linhas do nosso rosto, no brilho do nosso olhar, abrigando-se no nosso sorriso…à espera da noite…ou do dia…
A dualidade do amor… isto também me incomoda, de verdade, esta sombra dúbia que me chicoteia por dentro, que me finta o discernimento e me espanca a razão…tanto nos pode elevar às estrelas, como nos faz cair e bater em cheio com a cara no chão…sussurra ou grita-nos, queima-nos ou gela-nos, dá-nos o sorriso ou a lágrima, protege-nos ou abandona-nos…e aquilo que é contrário do bom, não é bom e dói…
Quando temos amor por alguém a vida fica tão mais fácil, não temos medo de nada, somos capazes de atravessar o mundo se for preciso e sorrimos muito, muito mais …se o amor parte, uma parte de nós também vai com ele e tentamos dia após dia, encontrar razões que nos façam sorrir, procurando formas de conviver com a solidão, para que não doa tanto…o coração fica apertado e lentamente vamos encontrando o nosso caminho, descobrindo novos horizontes, navegando para outras margens…renascemos numa nova vida e colocamos mais uma pedra no castelo da nossa identidade e unicidade. Encontraremos outro amor, que nos devolverá o sorriso, de uma forma espontânea e tudo faremos para que os erros que sejam cometidos nesta nova história (sim, porque os erros fazem parte de nós) tentem ser compreendidos e ultrapassados, tentando edificar estruturas sólidas em termos relacionais…
Porventura, voltará a suceder-se o mesmo e o ciclo recomeça, ou poderá realmente dar certo naquela vez, mas por mais voltas que a vida dê, por mais labirintos que percorramos, haverá sempre uma porta aberta para o amor.
O amor transporta-nos em viagens alucinantes por caminhos desconhecidos no nosso interior…já procurei mil e uma maneiras de descrever este sentimento tão…tão…indecifrável e transparente ao mesmo tempo e nunca consegui passar para as letras a magnitude, a cor, o som, a temperatura, a textura, o odor, a mistura, a mescla de coisas unas e simples que nos invadem a alma e nos descabelam a lucidez que se apossa de nós quando experimentamos o amor…
Porém, encontrei uma “definição” que até hoje me pareceu a mais perfeita e a mais simples. É uma pequena parte de uma passagem da Bíblia, que integra «1Cor.13», e é assim:
“…O amor é paciente, o amor é prestável, Não é invejoso, não é arrogante, nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê. Tudo espera, tudo suporta…”

Digo que para mim esta é a definição mais perfeita do amor que já li, pela sua simplicidade e no entanto faz-me questionar e pensar tantas coisas…ou o amor entrou em vias de extinção, e as únicas espécies sobreviventes que o encarnam vivem no outro lado do globo, ou então esta pequena passagem sobre o amor, que tanto gosto, não passa de uma utopia, um discurso naif…publicidade enganosa?
O certo é que, aparte as utopias, a publicidade enganosa e os incómodos de que me queixo, o amor é o pão-nosso de cada dia, é o nosso alento, a nossa motivação, muitas vezes o perdão…sem ele, o amor, a vida é a preto e branco, o mar é só uma enorme porção de água, os dias não têm propósito, a música é só mais um barulho que chega aos nossos ouvidos, somos gelo…somos parasitas...
Incomodam-me muitas coisas no amor, mas o que me incomoda de verdade, é não amar, muito mais do que não ser amada…ao não amarmos não reconhecemos nem valorizamos o sentimento do outro, não sentimos, não somos, não se é! Porque o amor é o milagre, é o sentido, é a matéria de que somos feitos, é como que um culto a seguir…
Porque o amor é querer ser muito mais do que ter! É a harmonia entre histórias, atitudes, pessoas, credos, cores, partidos, clubes…a vassoura da diferença e indiferença, é a medida certa…qb (quanto baste) …
Prefiro amar, e só amar, ainda que nunca amada, pois de contrário não serei abençoada…
Beberei eternamente pelo cálice do amor, mesmo que sede não tenha e darei a beber de quem da secura padeça…

Depois de dar nós ao cérebro para tentar tirar o itálico do resto do texto, acabei por desistir, antes que o computador ficasse com ferimentos graves (risos). Se alguém me puder ajudar agradeço!

Beijinho
Darsham

Foto de DAVI CARTES ALVES

NÃO VÁ PELO CAMINHO DA ESTUPIDEZ

Não vá por aí
Onde o Ciclope tem muitos olhos
Onde a alma, outrora brisa
Se faz abrolhos

Não vá por aí
Caminho escarpado
Lírio despadaçado
O sensato dilacerado

Não vá por aí
Foge da palavra – lamina
que busca o mel escarlate
ruído que machuca
Quasímodo insensivel que late

Não vá por ...ai!!
Folha verde que cai
Beijo que trai
Flecha que erra a maçã...
Ai, ai, ai...

Não vá por aí,
Fique em paz por aqui, acalme-se
traga-me, por ternura
“ um banquinho, um violão,”

Cante comigo esse quadro:
as formiguinhas ali tão tranqüilas
mordiscando a casquinha da laranja,
arrastando farelos de pão.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Armando Tomaz

Homenagem ao meu amigo Chico Mineiro...

PENSA... QUE SAUDADES , NÉ CHICO!!!

Eu era garotinho, ainda me lembro, ajudava meus pais na roça, pisava descalço no estrume do gado e isso não tenho vergonha de falá pra trabaiá na lavoura, Meus Pais me ensinaram a carreá e os burros chucros da fazenda, eu tinha que amansá.
Tinha que entregá o redomão bem prontinho e bem mansinho prá o Velhão ir passeá.

Papai também me ensinou a laçá boi no carrascá, e ele era exigente;
Tinha que travá o mestiço pelas guampas, tinha que apartá as orelhas e ele falava, cuidado moleque porque o cipó vai esticá.
Eu gostava daquela lida, vibrava quando via o cruzadão lá embaixo na ponta do laço berrá.

O potro enfiava os cascos no chão e o marruá na chincha podia sapateá, que não ia escapá.
Fui culateiro, fui ponteiro de boiada, até berrante aprendi a tocá, porque parece que já desde pequenino eu já campiava o meu lugá.

Mas um dia o velhão chegou prá mim, botou a mão no meu ombro e falou, senta aí meu filho que nós vamos proseá,
essa vida de roceiro e de peão de boiadeiro não vai te dá muito dinheiro e você vai ter que estudá.
Gostava do que fazia, mas os conselhos do papai eu não podia retrucá.

Meio a contra gosto, fui prá cidade grande e com muito sacrifício e com as economias dos meus pais eu consegui me formá.
Me especializei em eletricidade, profissão que a gente não pode errá.

A parte burocrática eu tinha que administrá, as equipes de plantão e manutenção, eu tinha que supervisioná, tava meio enjoado daquela vida, mas tava tudo muito bom, porque era alí o meu ganha pão, mas um dia, pensei comigo mesmo, esta minha rotina eu vou ter que alterá.

Enfiei a mão no bolso, comprei um par de botinas, um chapéu preto, e as festas do RODEIO comecei a acompanhá.
Gostava de ver a Marrucada entrá na roda pra bate e prá girá, ficava na beira da cerca observando os Potros Redomão corcoviá,
Oiava pra cima e via a poeira levantá, e garrava a imaginá ...

Será meu " Deus " será ?

Um grande amigo, parceiro de verdade, pelas iniciais de J. A. ( Júnior Aliberti), me orientou, norteou e as grandes ginetiadas comecei a narrá.
A partir de fevereiro de 1993, comecei a apresentá Rodeio e acho que o negócio vai virá.
Meus amigos, meus companheiros, o Povo Brasileiro me chamam de Chico Mineiro e este nome eu tenho que zelá.
Já rodei praticamente o Brasil inteiro, tô morando na nossa querida Limeira, mas sou nascido e criado na minha saudosa Ibirá.
O meu maior orgulho é ter o sobrenome Rombola.

Ao nosso Pai Celestial eu agradeço e, peço a Ele pra que a minha voz nunca venha a faltá.
Porque lá em casa tenho duas piazinhas pequeninas ainda, pra acabá de criá, uma até já cresceu, tá até querendo namorá, mais a cartucheira tá armada atrais da porta e se o gavião aparece por lá, é só pena que vai avuá ...
A Nossa Senhora, a Imaculada Conceição Aparecida, agradeço à Nossa Santa Brasileira por tantas Graças Recebidas e peço a ela prá que os meus passos continue a iluminá.

Porque quando termina a Festa do Rodeio, bate uma saudade danada e prá casa a gente tem que vortá.
Porque lá na minha palhoça, eu tenho uma muchacha bem charmosa, esperando com muito amor e carinho pra me amá.
Meu sucesso devo ele todo aos Meus Pais, pois foram eles que souberam me educá.
Mas o nosso Destino é só o Arquiteto do Universo, o nosso Deus absoluto, Ele sim é quem sabe até onde a gente vai poder chegá.
A nossa vida não pode parar e a emoção tem que continuar...

Boiadeiro preparou, ajeitou, analisou, autorizou, decolou, a cancela abriu foi embora, viajou :
espora batida, bateu, puxou, rasgou, trouxe na aba do arreio, arrepiou o pelo do potro, cutuca menino aproveita, sacodi o galho no limoeiro, ginetiada linda, espetacular, colosso seguuuura... pode pegá.
Nóis fala errado porque nóis que ... estudado nóis é.
Um grande abraço aos amantes apaixonados pelo Rodeio Brasileiro, à minha família, e em epecial ao meu pai João Rombola.

Homenagem de Armando Tomaz

Foto de Cecília Santos

O PÃO DE CADA DIA...

O PÃO DE CADA DIA...
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#
Pai nosso, dai-nos hoje.
O pão de cada dia.
Em cada canto do mundo,
tem uma boca a espera dele.
O pão que recebemos com o
suor do rosto.
O pão que chega com o abraço
do esforço.
O pão que chega com a canção
do trabalho.
O pão que chega pela bondade
do próximo.
Mas nunca deixa de chegar.
Pai nosso, dai-nos hoje.
O pão que alimenta seus filhos.
Continue senhor! multiplicando
os pães, todos os dias.
Pra que nenhuma boca fique
com fome.
Dai-nos Pai o fruto do nosso
esforço.
De acordo com nosso merecimento.
Faça senhor! que a flor se torne
o fruto.
Que o fruto se torne o alimento,
e que em nossa mesa não falte.
O pão nosso de cada dia.
Amém...

Direitos reservados*
Cecília-SP/07/2008*

Foto de Vadevino

COITADINHO!

O pardal se empanturrou
Comendo massa de pão.
De repente, enfartou,
Caindo morto no chão!

Foto de Sonia Delsin

A DOR DO MUNDO

A DOR DO MUNDO

Ando cansada.
Não é do mundo.
Não é de ir ao fundo.
Ando cansada.
Não aborrecida.
Ou de mal com a vida.
Ó, não!
Ando cansada de ver gente sem coração.
De ver tanta corrupção.
Violência.
Gente que nem tem pão.
Ando cansada de ver sofrer o meu irmão.
Precisamos sempre estender a mão.
Estamos nesta terra em evolução.
A dor do mundo é a minha dor.
Precisamos entregar mais amor.

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" SONHO COM UM MUNDO DIFERENTE "




Sonho um sonho real,
Quem sabe talvez sobrenatural...
Devido os acontecimentos,
Do momento onde só se ve,
Sofrimento desentendimento lamento.

Sonho, com um mundo diferente.
Onde vejo as pessoas contentes.
Onde vejo o sorriso de toda gente.
Tocando sua vida pra frente.

Sonho com um mundo,
Sem guerras, sem injustiças,
Sem desamor sem fome, sem medo.
Medo que tira de todo o sossego.

Sonho com um mundo,
Onde todos trabalham,
Para ganhar seu pão.
E que não induza o pobre
Coitado virar ladrão.

Quisera eu ter o poder.
E fazer meu sonho acontecer.
Mas a realidade é nua crua e dura.
Vem violentamente,
Tirando-me os sonhos.

E quando me dou conta que acordei
Fica um pensamento vazio.
Um sonho sombrio que é real.
Eu vivo nesse mundo?
Ou no mundo sobrenatural?

Talvez meus sonhos possam ser desejos.
Mas meus desejos não são sonhos,
São reais dentro de mim!

“Como sonho com o mundo diferente!”

*-* Anna A FLOR DE LIS.

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Foto de Sentimento sublime

Amizade! Osvania_Souza

Amizade!

Sinônimo de lealdade
Companheirismo, amor cumplicidade.
Amigos de todas as horas
Raças, etnias nacionalidade ou idades.
Não se importam com as dificuldades
Ultrapassando grandes ou pequenas barreiras
Sempre unidos por uma vida inteira
Defendendo um ao outro
Mãos estendidas, fonte segura.
Na mais feliz ou triste aventura
Amigos nas tristezas, alegrias e saudades.
Dividindo sempre ao outro na infelicidade
O Pão nosso de cada dia.
Amigo que é amigo!
Não espera acontecer
Faz o brilho nos olhos do amigo
Da tristeza em alegria converter
Estarão na vida sempre unidos
Dando apoio, ombro amigo.
Vibrando nas vitórias
Palavras de conforto um ao outro
Sonhos que juntos sonharam
Hoje guardados na memória
Que um dia será relembrado
Contando suas vidas, suas histórias.
Amizades como essa
Hoje em dia é jóia rara
Brilho com o tempo lapidado
Parece um sonho jamais alcançado
Mas por incrível que pareça
Por menor que seja tua crença
Amizades sinceras hoje em dia
Se depender de você
Pode ser que aconteça
Vamos pelo menos tentar
Antigas ou novas amizades
Nos bons e maus momentos
Com amor, fidelidade e respeito conservar.
Osvania_Souza

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