Silêncio

Foto de Raiblue

Juramento

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Como se o mar
Invadisse a noite
Marulha o silêncio
Em meu ouvido
Sussurra lembranças
Penetra poros
Dilata veias
Por onde você
Corre, em ondas
Que me engolem ...
No espelho
São seus olhos
O meu reflexo
Vestida de você
Desapareço
Dissolvida,abduzida
Por alguma força mística
Poção mágica
Grudada nas retinas
Castanhos delírios
Sinestesias...
Alquimia de corpos etéreos
Explosão de átomos
Mistura volátil
Encontro marcado
Numa noite lúdica
Fluida
Quase música...
A guardar em suas notas
A respiração ofegante
Do beijo imaginado...
Adormeço sobre a seda
Do seu corpo astral...
Sobre as sobras dos sonhos
Amanheço...
Procuro o espelho
Preciso do ópio
Dos seus olhos
Só por mais uma noite
A última
Eu juro...
Depois...depois...
Quebro o espelho...

(Raiblue)

Foto de Mentiroso Compulsivo

GRITO DE SILENCIO

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Uma saudade do tempo
Das horas da vida que passo
De tamanha crueldade
Em forma de lamento…

… É o tempo que perdi…

Ao tempo pedi que parasse
No olhar que deixei em ti
Mas a luz cedeu na tua face
E eu senti que te perdi…

… É o amor que deixei…

A sombra atrasada do passado
Fez-me ver o que não se vê
Num sonho muito apagado
Acordado por tudo o que se crê…

… É a fé que concebi...

A vida que dá sentido
A tudo que muda e renova
Acaso ou destino definido
Em outra manhã nova...

… É a esperança que criei...

Esta grande contradição
Deste poema vão e vazio
Com o verbo sem definição
De uma lágrima caída ao frio…

… É o mistério que descobri…

Um grito de Silêncio
Deixado neste momento…

................É toda a porção medida,
É tudo o que chega na minha vida.

© Jorge Oliveira / 5.MAR.08

Foto de Salome

Eternamente

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No meio de um mundo transbordando de dura ambição,
Me deparei com você, um ser fora do comum, um sonho,
Que soube desvendar-me, dissipar esta minha confusão
E inesperadamente... em meu coração semear a paixão

Pouco a pouco... o homem que você é, semeou em mim
A frágil semente de algo incomparável, que foi crescendo
E germinando num sentimento puro sem começo nem fim,
O mais nobres dos amores que jamais havia conhecido...

Vivemos momentos de encanto nesse nosso próprio infinito,
Sem máscaras, nem preconceitos no intímo do nosso mundo,
Mas bem logo a tua verdade me atingiu e eu quiz te deixar ir
Para evitar sofrer... e teu caminho iniciado, tu poderes seguir

... No templo desse transcendente amor que soubemos criar,
Me preparei para a triste despedida entre lágrimas amargas,
Mas tu entrastes sem mais, prestes a não me deixar escapar
E pela primeira vez, me fizestes provar o sabor do desejo...

Sussurastes meu nome sensualmente contra meu ouvido,
Beijando meu pescoço... despertando chamas de puro ardor,
Tua boca sugando minhas duvidas... e dando início ao fogo
Que aos pouco consumiu meu corpo num desejo arrebatador

Lá fora a chuva não parava de caír sob as ruas desertas...
Como os rios de desejo líquido que deslizávam por meu corpo,
Sob a febre da tua boca atrevida... escravizando-me ao prazer,
E as tuas carícias ousadas que viram de novo meu corpo nascer

Nessa noite despertastes em mim uma feroz e ardente paixão,
Com a audacía da tua arte carnal e essa tua impediosa sedução;
No pleno silêncio que depois envolveu nossos corpos exaustos...
Soube que em mim, teu nome cravastes no eixo do meu coração.

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Salomé

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Poema - Dezembro 2007
Copyright ING/PRT - Direitos do Autor Dezembro 2007 - MK

Foto de Darsham

Apetece-me...

Estou num daqueles raros momentos em que me encontro em perfeita comunhão comigo mesma…Como se nada mais existisse, como se nada mais importasse, a não ser isto, aqui e agora…Adoro estar neste mundo que é só meu, neste estado de fusão…
É como se visse tudo pela primeira vez, como se as palavras fossem todas novas, como se os sons fossem perfeitos, como se me inventasse e reinventasse, como se tudo fosse irrepreensível…
Sinto uma inspiração sem igual, que ocupa o meu coração, sem razão, sem racionalidade…
Apetece-me rir, gargalhar, chorar, sem triste ficar…apetece-me voar…
Voar para um sítio distante e mesmo assim perto…tanto faz que seja praia ou deserto…
Apetece-me o aconchego, sem medo…apetece-me criar, sem imitar…
Apetece-me a sedução, a absorção, sem absolvição…
Apetece-me apetecer…querer, mesmo sabendo que não posso ter…
Apetece-me ficar assim…a olhar…para dentro de mim…sem julgar…
Apetece-me escrever e dizer, falar até a alma se cansar e quase rebentar…
Apetece-me acender o escuro, aquecer o frio, perder-me no obscuro, enquanto me anestesio…
Apetece-me pintar…com cores que não existem…
Apetece-me rimar…desejos que subsistem…
Apetece-me silenciar…um silêncio gritante…desconcertante…
Apetece-me falar…procurar o sorriso constante…
Apetece-me abrir a porta…deixar entrar…inalar…o cheiro que me conforta…
Apetece-me ouvir…sentir…sons que me amansem a alma…e possuir a minha calma…
Apetece-me escrever cartas para ninguém, sabendo que no outro lado estará alguém…
Apetece-me ser criança… viver sem insegurança…
Apetece-me colorir o céu…vesti-lo com um véu…
Apetece-me chamar as estrelas para conversar…sem nada falar…
Apetece-me agir sem pensar…acordar sem dormir…
Apetece-me viver sem existir…
Apetece-me beber palavras em copos de cristal e saborear…ser anormalmente normal….
Apetece-me estar aqui e dizer… que sem poesia o mundo não seria igual…

Vânia Santos

Foto de Henrique Fernandes

ESPÍRITO DO DAR

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Hora zero de uma noite fria, acalentada pelo brilho de enfeites luzidios que reflectem o piscar multicolor de lâmpadas vigorosas de sustentáculos cintilantes, como estrelas que iluminam a noite numa bonança que pernoita diante de um sublime manto branco de neve; todo pintado a gelo.
A alegria vagueia pelas ruas sem deixar pegadas, flutuando um silêncio interrompido por uma sinfonia de emoções, escutando melodias que tilintam no espaço e no ego o espírito do Dar!
Ao olhar através da vidraça que expunha a rua nessa noite, encontrava-a trajada de encantamento, como sucedia em todas as ruas, encontrei-a coberta por um costume de mil pigmentações em combinações de paz e concordância! Eu estava solitário, vigilante e submisso a este prodígio que a alma compreende, a qual nos transfere no bater do coração.
Ao ecoar a décima segunda badalada dessa noite gélida, escutei o ranger da minha porta e uma voz de silêncio que já havia ousado mostrar-se, proferiu à minha mente:
- Sou o Dar, esquecido pelos povos trezentos e sessenta dias por ano. Tenciono esta mácula desabafar.
Não sei se hipnotizado ou se havia enlouquecido, mas prescindi minha mão a regular-se pelo Dar e ortografei o seu desabafo descontente e tão penetrante, que se podia escutar o pesar que me ditava:
- Sou feto concebido no ventre do nosso carácter, sob a forma de um sentimento que dais à luz num costume de horas contadas num impar. Deveis decepar ao Dar o cordão umbilical, e deixá-lo coabitar menino a crescer em vós, dando-me voz todos os dias do ano.
Dar deambulava na minha alma à procura de se libertar, ou de juntar-se com o seu irmão - Receber - na aberta de uma consciência que soltamos numa comoção, que manifestamos quando dissolvidos na áurea Natalícia que nos transmuda a moral superabundante de uma indigência de asserção humana conquistada pela razão. Sem senão, o nosso ser quer partilhar o receber com o Dar.
Dar passou o tempo à janela do meu olhar, presente num estender a mão a quem não espera por nós e de nós carece como alimento à esperança, desaparecida na fome de contentamento, evacuada numa lágrima que inunda um rosto de solidão e esgotada num clamor mudo em demanda de paz.
Dar brinca no nosso sorriso quando sorrimos despretensiosos, intencionados a ajudar sem imodéstia, numa troca de emoções compartilhadas num pranto de alegria. Como suspiro de satisfação entregue por veneração a um fascínio natural sem ilusionismos ao obséquio de ser gente.
Dar é uma criança que se agiganta adulto nas nossas carências ou aptidões, de receber sem anseio o beijo do sorriso de uma criança, abrilhantado num olhar que agradece inocente a nossa melhor oferenda, agasalhada de quentura despretensiosa, dádiva de amor humano.
Dar está aceso em nós quando sabemos receber o Dar de alguém. O Dar não se dá, partilha-se cedendo o que recebemos: um olá num olhar sincero, a carícia de uma mão sem interesse, um beijo que não impõe retorno numa oferenda que não aguarda restituição, um sorriso de uma cooperação autêntica, um abraço que compreende a adversidade de qualquer um, o interiorizar uma palavra graciosa, o aceitar da incorrecção e imperfeição do comparável simples mortal…
De repente, acordo recheado de existência em mim sobre um papel manuscrito sem memória, e já o Sol da manhã me dava um benéfico dia. Sem saber se havia devaneado, sentia-me desconforme por algo que me havia alegrado o profundo do meu ser, soberbo pela mensagem do Dar.
Considerei estar demente, mas não. O espírito do Dar murmurou para mim. E lá estava eu, na vidraça, enxergando a minha rua trajada pela luminosidade de um Sol que fazia jus à concórdia de um mundo por sensibilizar.
Elevo-me em harmonia e entorno meu olhar lá para fora… Via -a agora guarnecida de crianças turbulentas de júbilo, arrojadas de uma glória, inábeis de ocultar a sua transparente e radiante felicidade.
- É o Dar! É o Dar! - Ouviu-se…

Foto de Henrique Fernandes

O VALOR DO SILÊNCIO...

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Se o silêncio é de ouro, só tem valor se alguém o quebrar!!!

Foto de Henrique Fernandes

NO CORAÇÃO DO MAR

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No coração do mar
Há um ninho de loucura
Lágrimas que pairam no ar
Em brisas de ternura

As marés engolem o vento
E os suspiros consomem o sol
A tempestade leva o pensamento
E a esperança é isco sem anzol

A alma do mar dorme no profundo
Onde a chuva já não se sente
Mergulhando em fuga ao mundo
Mal partilhado por tanta gente

O nevoeiro é contador de histórias
E o silêncio dono e senhor da razão
Pousando extensas memórias
Que nadam no mar do coração

Foto de Rose Felliciano

Me encanta esse teu jeito ...

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"Me encanta esse teu jeito...
Em mim não vê defeitos...
E em noites claras de Luar
Diz que o céu é meu espelho
E as estrelas, reflexos do meu olhar...

Me deseja por perto
Como Manancial em deserto!
E feito vulcão no paraíso,
Torna-se o Oásis que eu preciso
Na máxima erupção do ser....

Você...
Contempla meu riso e me diz
Que a felicidade só será realmente feliz
Se todos os dias refletir
A minha imagem em teu olhar....

E que o luar
Quando quiser inspirar casais apaixonados
Mostrará você a meu lado
E eu junto de você.....

Me encanta muito esse teu jeito...
Tenho sua admiração e respeito.
Teus mais intensos desejos
E o amor que eu não conhecia...

Pensei que eu nunca mais saberia
O sabor de uma nova poesia...
A melodia que se ouve no silêncio...
E os beijos.. que começam ao terminar...

E imaginar,
Que ao acordar ainda teria
Alguém que em todo o amanhecer me diria:
-Te amo, como a primeira vez da minha vida...." (Rose Felliciano)

*Mantenha a autoria do poema*

Foto de Sonia Delsin

ESQUECER

ESQUECER

Eu quero ouvir o silêncio da noite.
O diálogo dos insetos.
O cantar do riacho.

Caminhar entre as flores.
Admirar o ocaso, olhar a beleza das estrelas.
Eu quero sentir o cheiro do mato.

Sentir a chuva no rosto.
Fazer parte da natureza.
Integrar-me em sua beleza.

Eu preciso admirar o arco-íris
sem me lembrar que ele logo desaparece.

Preciso sentir o perfume das flores
e esquecer que elas duram tão pouco.

Tenho que olhar para você e esquecer.
Esquecer que já tentei lhe esquecer.

(Escrevi este poema quando eu tinha 18 anos. Foi logo depois de uma briguinha que tive com meu primeiro namorado --- fizemos as pazes logo e guardei toda a vida o poema)

SONIA MARIA DELSIN

Foto de Mentiroso Compulsivo

NOITE QUE FOI MADRUGADA

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Esta noite foi a noite que foi madrugada
Em que ao sexo ficaste por mim devotada
Como quem se prende num jardim
De sons de flores a chamar por mim
Resguardados na jarra que deixei
Olhares lançados deitados na cama
Sobre um corpo de curvas moldadas
Entre lençóis brancos desdobrados
Nuvens suspiravam teu sono, ou seriam sonhos?
Vi teus olhos verdes num embalo fechados
Sentia o ar que junto a ti respirava
Como uma perpetua carícia incandescente
Que dentro de mim entrava para sempre
Caminhei em direcção a ti e junto de ti
Invoquei aos deuses a imagem de Afrodite
Sonhos invisíveis brotaram do silêncio
Incontidos em pianos de espuma com cio
Eras corpo azul pelo âmbar da manhã
Capaz de perdurar adormecida para sempre
Na chama de um nome que ao mundo não digo
Nesta noite que foi madrugada
Foste pedaços de muita coisa
Que eu tentei juntar e colocar
Mas havia sempre algum que ficava desfeito
Na chuva que caia, levado pelo vento
Eu abri a porta e sai, deixando-te a dormir ali.

© Jorge Oliveira

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