Vento

Foto de Carmen Lúcia

Retrato da vida

Num canto da sala balançava a cadeira.Por cima dos óculos ela só observava.Não dava palpites.
A rotina diária...Muita algazarra, correria. Todos apressados, em tropeços, passavam por ela.
Nem sequer percebiam que ela percebia.Olhava a todos e a tudo.Sem que ninguém a visse.
Os dedos já cansados esboçavam um bordado.Pareciam mecanizados, de tão acostumados a esses traçados.Chegavam à perfeição.
Seu rosto, sem expressão, semblante enrugado, eram marcas que ficaram, que o tempo lhe deixara.
Um tempo ausente que corria lá fora.Agora mais veloz, levando embora a vida, que ela via caminhar, além da janela, afastando-se cada vez mais.
Vieram-lhe as lembranças.Ricas lembranças.Criança correndo pelo campo, sem tempo, sem marcas, só esperança.Só risos.Sonhos.Fantasias.
Então cerra os olhos.Começa a imaginar.Ouve uma música suave.Esboça um doce sorriso e se pega a rodar, a girar, por entre flores, pés descalços na grama úmida...com o vento acariciando seu rostinho de criança feliz.De repente a criança põe-se a correr...para um lugar belíssimo, indescritível, inimaginável...
A cadeira já não balança.Permanece imóvel no canto da sala.
Caído ao chão, um bordado perfeito e já terminado.
Repousa de lado aquele rosto sem expressão, marcado agora pela morte.
A lida prossegue lá fora. E lá dentro, a rotina de sempre.É a vida!
Ninguém percebe a partida.

_Carmen Lúcia_

Foto de Cecília Santos

RUMO DO VENTO

RUMO DO VENTO
#
#
#
Vou deixar meu
pensamento,
seguir o rumo
do vento...

Achar os confins
do mundo,
chegar onde
quiser chegar...

Sem nada
pra impedir,
sem nada
pra se enroscar...

Em cada curva
da vida,
encontre um
rumo à seguir...

Alçando voos
distantes,
talvez ele
ainda encontre,
mil motivos
pra ser feliz...

Cecília-SP-10/2010*

Foto de betimartins

O jardim das violetas

O jardim das violetas

Passei, em belos jardins
Alguns tão belos que me perdi
Deixei-me apaixonar pelas cores
Pelos cheiros que exaltavam suaves
Sentei no tapete de ervas fofas
Ainda sinto o cheiro doce e forte
Que exaltava a jasmim no jardim
Olhei as pequeninas borboletas
Voando em círculos mágicos
Poisando, de forma suave, majestosa
Nas pétalas delicadas das flores
Felizes e livres sem medo, voando
Como me sentia feliz, leve e solta
Era magia total em harmonia
Eu e eles ali em partilha de amor
Olho para outro lugar longe e vejo
Lindas violetas, dançando ao sabor
Do vento e da vontade de Deus
Caminhei em sua direção
Como se fosse para um lugar
Cheio de amor, sublime
Caíram as lágrimas de alegria
Por tão belo contentamento
Foi a mais bela união de Deus
Que já senti na terra…

Betimartins

Foto de betimartins

A simples flor!

A simples flor!

Flor, bela
Delicada
De aroma suave
Pétalas coloridas
abanando
Ao vento...

Que num muro
Numa esquina
Num jardim
Numa clareira
Ou, num coração!
Foi plantada...

Ela cresce,
Adorna
Chora
É arrancada
Pisada
Levada
Para campas
Entre choros
Perdas e saudades...

Linda, viçosa
Com um laço
Apertado
Sufocando
Mas ali esperando
Pela noite...

Ela vai dançar
Com as estrelas
Namorar a lua
Decorar a lapela
Do casaco no noivo
Encher de vaidade
No ramo da noiva
Mas ela chora!

Com ela chora!
Quando vai
Com aquele que partiu
Que foi ceifado
Pela maldade
Ódio
A droga
Da menina
Que fugiu para a rua...

Mas a minha flor
Ah! A linda flor...
É bela, é filha de Deus.
Com toda a tua delicadeza
Que nunca sejas! Arrancada
E sim, sempre adubada.
Pelo amor da terra
E dos homens
Que nela
Habitam...

Foto de Maryah

Desejo oculto

Não tem como controlar meus pensamentos, cada dia que passa estou mais entregue a você,não imaginei que seria tão dificil, te reconquistar, nossos planos mudaram de rumo,
cada um tenta seguir sua vida como se fosse fácil.
Mas quando a noite chega o sufoco invade nosso sossego, ainda ontem você fazia parte de cada canto desse quarto, por que? tudo acabou assim.Não consigo viver sem você, ainda ontem tive um sonho que adoraria se fosse real,você chegando me dominando.
Como somente você sabe fazer, seu cheiro pude sentir, não sei como mais senti.
Nebriada, por aquele cheiro sentir seu toque em minha costas, seu beijo em meu pescoço, você escancarando cada segredo meu que só você conhece, quando estou chegando ao ápice do prazer,acordo a te procurar, você simplesmente não está.
Somente ficou o vazio ao meu lado, como um vento de um furação que vem e vai, devastando e levando tudo que em nossa vida fazia sentido, ficando so os restos de uma vida inteira.

Foto de betimartins

Tu és... O amor da minha vida.

Tu és... O amor da minha vida.

Quero aqui falar do que minha alma fica triste e ansiosa, quero aprender caminhar do teu lado, mas meu tempo não é o mesmo que o teu tempo, tanto na forma de caminhar assim como também no de sentir.

Tu sabes que eu cresci, desatei amarras, deixei lagrimas para trás, despi minha alma, despojando de todo o meu passado. Deixando me guiares com carinho e amor, no teu melhor dar, de forma bela e indestrutível no nosso caminhar.

Choramos, limpa-mos a casa de cada um, limpando a sujeira do coração, devastado de tanta dor e procura. Foram anos, segredos, decepções e solidão constante, mas sempre unidos acreditando na força deste nosso amor.

O nosso tão falado e julgado amor, por vezes ate difamado e ridicularizado, servindo de piada de mesa, no cotidiano de alguns. O amor que veio forte, seguro como um vulcão, ardendo, cuspindo lava para aqueles que hoje sentem vergonha de nos olhar vendo a nossa Victoria.

Foi este amor, incompreendido por alguns, invejado por outros, maltratado, humilhado e devastado pelos trilhos dos impedimentos, da hora prevista por Deus e que tanto foi testado no nosso saber e entendimento.

Foi juntos, unidos, sem medo de caminhar, sem medo de errar confiantes, que deixamos embevecer na fonte deste amor. Foi mar, tempestade onde teu barco partiu sem rumo, aflito com o que ia encontrar uma alma sofrida e doente sem nunca deixar de te amar.

Tu és o meu porto seguro, onde, eu posso desatar minhas amarras, os nós, provocados pela vida, os medos, que pode afundar nas águas do teu mar onde refresquei a minha alma dentro de tié onde as águas não conseguiram afundar no lodo que queriam colocar na minha vida.

Foi este amor, que tanto procuramos, deixando nossa alma viajar de encontro a outra no silencio da noite, onde as estrelas cintilam, pedindo para não nos acordar do nosso sonho de amor e sorrindo elas pedem a Lua que traga mais magia no noite que esta acabar.

Cansados, suados, ainda incrédulos, abrimos a janela do quarto e vemos o amanhecer, com todo o seu mais belo esplendor, trazendo o vento, como um breve lamento, o Sol ainda meio sonolento, trazendo consigo a claridade, onde a névoa dispersa envergonhada de namorar a noite. Vejo o acordar dos pássaros inquietos, para iniciar mais um novo dia onde eu estarei, do teu lado, sorrindo e preparando o nosso café para ires trabalhar.

E neste meu acordar e partilhar que eu quero dizer que entendo o que queres ensinar para eu crescer mais ainda. Crescer na nossa forma de tanto acreditar em nós e no nosso caminhar, desamarrar ainda mais coisas do passado, não as deixar sufocar em meus pensamentos e vejo triste o teu olhar...

Mas se nosso amor já ultrapassou tantas barreiras e tanta crueldade, vai superar com zelos mais este nosso momento, pois não quero mesmo cortar amarras nos nossos laços.
Neste nosso mais belo e majestoso amor que Deus ofereceu e quis ver-nos viver mais uma vez aqui neste lado...

Foto de poetaromasi

Caem lágrimas

CAEM LÁGRIMAS
(Rogério Martins Simões)

Rolam-me na face,
Caem no chão,
Secam com o vento,
As lágrimas tristes
Do meu coração!

Continuo escrevendo,
Versando tua beleza,
Apenas interrompido
Por longos suspiros
Da grande tristeza
Do meu coração!

E, se depois penso…
Que jamais serás minha:
Rolam-me lágrimas
Pelo rosto molhado
Caem no chão!
Secam com o vento!
As lágrimas tristes
Do meu coração.

Escola Comercial Patrício Prazeres,
Lisboa, Abril de 1968
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)

Um dos meus primeiros poemas de amor
Poemas de amor e dor
http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt

Foto de poetaromasi

Para além do vento

PARA ALÉM DO VENTO…
Rogério Martins Simões

Volúpias em corpos que bailam submersos,
Dispersam, em nós, o sémen da procriação.
São inocentes os nossos dias em tentação;
Anseios da natureza doces como versos…

Mordiscaste a minha boca em provocação...
Desejos inatos, tão diferentes, tão diversos,
Anunciando um tempo novo sem reversos,
Ardendo, como fogo, em adoçada erupção….

E a natureza nos cobriu com vento criador,
Confiando as sementes num acto de amor,
Quando o teu corpo fértil comigo dançava!

Além de nós havia um tempo pouco visível,
Para que recomeçássemos, num cio sensível,
E o teu corpo, com ingénita sedução, bailava…

Aldeia do Meco, 26-10-2007 23:11:43
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt

Foto de betimartins

Hoje eu senti a magia da vida..

Quando pensei que nada me surpreendia
Algo em mim mudou, transformou, mudou
Um leve despertar para a vida, florindo
Vi um mundo de amor, lindo, desabrochando
Estava a beira da praia, observando
A água transparente, fresca e leve
Molhando os meus pés, refrescando
Senti o frio e ao mesmo tempo o prazer
Do calor que sentia pelo sol forte
Era algo indescritível, belo, forte
Parei os meus pensamentos
Observando a belas montanhas
Do outro lado do rio onde desagua
O grande mar, água meio salgada e doce
O azul forte e verde a contrastar
O vento, acariciando o meu rosto, suavemente
Como um belo lamento de amor ausente
Via os peixinhos nadando livremente
Transparentes como a agua que os acolhia
No meio das algas e dos rochedos
As lindas gaivotas descansando
Perto via as crianças brincando felizes
Os mais velhos estendidos na areias finas
Descansando os ossos e a subtil preguiça
Confesso que encantador o quadro que vi
Sentei nas pedras do rio e meio mar
Sonhando nas nuvens ao sabor do tempo
Imaginei qual seria o belo momento
Com aquele que mais amava ali
Parado no tempo da minha idade
Nos sonhos voei a anos atrás
Tentando recordar os tempos que vivi
Nada e nem ninguém podia ocupar
Aquele belo momento de amor
Que a vida me fez sentir e viver
Por mais que me custe acreditar
Mesmo assim vale a pena viver
Todos estes belos momentos de amor

Foto de Carmen Vervloet

CANÇÃO DE PRIMAVERA

Sob o céu azul de setembro
Gira... gira... a roda d’água
vão-se, uma a uma, ao vento
minhas infrutíferas mágoas.

Abre-se uma rosa singela,
na floreira da minha janela.
De você eu me lembro
nesta manhã de setembro.

Uma lágrima de saudade
cai sobre a rosa amarela
e clareia o dia transposto
limpando o sol já posto.

Abro a minha cancela,
fecho à minha cela
de solidão... Voa meu coração
semeio e cultivo um fértil chão.

Abrem-se as flores,
Intensificam-se os olores...
É primavera!
Embalo a confiança
no colo da esperança.

Adormece o passado,
acorda um sonho dourado.

Carmen Vervloet

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