Vento

Foto de Oliveira Santos

Aquelas Coisas

Aquelas coisas tão pequenas
Corriqueiras, simples apenas
Os tais detalhes tão mais que importantes
Toda candura de cada vão instante
A inocência de um pôr-do-sol
O som do vento correndo ao redor
Toda beleza de uma paisagem
Toda crueldade de uma miragem
Aquelas coisas tão pequenas
Vividas como dias tão comuns apenas
A música ouvida a dois
Aquele feijão com arroz
As noites no mesmo colchão
De manhã dividindo o pão
E num beijo a breve despedida
Para enfrentar mais uma vez a lida
Aquelas coisas tão pequenas
Dadas com amor e por quem ama apenas
O bombom comprado no meio da rua
O olhar quente, a palavra nua

11/11/10

Foto de Lu Lena

SONHOS DE PAPEL

*
*SONHOS DE PAPEL
*

Inocente e já no inconsciente...
a certeza que seus sonhos nunca iriam se concretizar...
veio a esse mundo pra resgatar...

Seu mundinho feito ostra a deriva a beira mar...
O sonho apareceu e a envolveu...
Faceira e esbaforida acreditou nesse sonho...

dançou em nuvens de algodão...
brincou com as estrelas e sorriu pra lua...
e para o sonho se fez nua... aguardou...

amou... desejou e quis...
mas...o sonho era de papel...
que essa mesma menina mulher desenhou no céu...

Mas o mundo desmoronou...
A menina sonhadora que dera asas ao seu sonho de vento
transformou-se em mulher e se entregou ao momento sorrateiro

que lhe deu uma rasteira e mais uma vez... o sonho se desfez!
E o vento levou como numa tempestade intrépida e cruel
sem dó e piedade a deixando atônita sem chão...

e novamente voltou a ser apenas menina juntando os
pedacinhos de seus sonhos dispersos na imensidão...
mas agora vê que seu sonho é apenas infante...

um esboço que se perde em farelinhos de giz...
e assim segue sua sina...
brincando de ser feliz!

Lu Lena

Foto de THOMASOBNETO

Presença de Mulher

Tua presença de mulher me traz...
No silêncio de meus pensamentos,
Tardio amor que me rouba a paz!
Desfolhando rosas, sobrando espinhos.

As pétalas caídas ao redor do ramo,
Simbolizam meus sonhos traídos...
A mercê do inescrupuloso vento.
Que sopra saudades, sendas de ilusão.

Ah! Tardio amor que me fez juventude...
Exalando em minha alma um sentimento,
Que outrora pensava ter, sentir e saber.
Rouba-me a consciência faz-me irresponsável.

Deixa cair na alma à fragrância do devaneio.
Quero suspirar este momento, antes que a razão...
Tire-me a epopéia deste secreto sonho adolesceste.
Na dura realidade onde tenho que te dar... Adeus.

Ah!Tardio amor!
Mesmo que eu morra em angustia...
Levar-te-ei para sempre no pensamento,
Colhendo espinhos ofertando-lhe paraísos.

Baroneto

Foto de Melquizedeque

Vozes do coração

Olhe dentro de você... Vasculhe nas janelas da sua mente onde eu estou e se atente fixamente aos meus olhos. Verá que no fundo deles sempre se abrem um gracioso sorriso quando você os admira. Nesse momento consigo entender como o vento consegue beijar as nuvens de um céu adocicado, que é feito pelas mãos de uma pequena criança. Explicações se vão seguindo a razão que passa de longe e olha-me com um ar de desprezo pelo meu deleitar com a emoção e as fantasias que nesse instante me dominam.

Não me diga adeus, sem antes eu me perder dentro de você e escutar as belas canções que esse arcanjo canta no palco do seu coração. Deixe-me dizer que te amo! Mesmo que não me ouça, ou me despreze, não cansarei de repetir e conclamar.

Meu silêncio brada uma linda canção, e peço aos pássaros que lhe dê os meus sorrisos e lágrimas que tenho guardado. Isso é a coisa mais valiosa que posso lhe dar, pois tudo o que tenho veio de fora, mas isso que lhe entrego se criou dentro de mim. Então, amor! Peço-lhe que guarde isso que te ofereço. E não me arrependo de dizer o quão bom é sofrer por você. Guardo meu coração, frágil e sensível, para que tu sempre estejas nele. Mas por favor, não me abandone. Nem por um minuto.

O que sinto agora se transforma a cada segundo. Tudo se torna novo a cada piscar de olhos que dou. Você se recria em minha mente e cada vez mais se torna divina. Meu sangue corre mais rápido quando você me visita, e o ar se torna mais leve, quase sem gravidade. E tudo é mais alegre, mais sorridente, como o nascer do sol no horizonte. Meu mundo é aperfeiçoado com suas delicadas mãos. Então não diga nada, apenas me abrace e me diga – Estou aqui! E aí então serei feliz em seus braços.

Foto de Melquizedeque

A deusa onírica

Seus olhos cortantes e sedutores transpassam as cadeias dos mais íntimos desejos de um reles amante em suas loucuras de adolescência. Seus cabelos pretos, curtos e lisos, manifestam em si o reflexo de um espelho que foi pintado por um artista em pleno estado de euforia. Parecem ser lambidos pelo orvalho da noite de um gélido coração parisiense

O seu sorriso se alastra como um rio em busca do mar. Sereno, mas ao mesmo tempo tempestuoso. Hipnotizador desde sua nascente, proveniente das fontes celestes do encanto. A maravilha de vê-la sorrindo é mais compensadora que ver o vôo dos pardais. Uma cena que é vista em câmera lenta, que se arrasta pela retina e se aloja na memória.

É admirável olhá-la ao entardecer, sentir sua fragrância ao passar ao lado. Como é doce e sensível seu cheiro, uma mistura de sorrisos e nostalgia. Ao seguir seu rumo, esse aroma é admirado e reverenciado pelo vento do outono.

Percebo sua presença e nada mais me importa... Esse momento se torna minha arte. Eu a admiro em um silêncio ensurdecedor, imóvel quase sem vida. Mas dentro de mim escuto uma multidão de aplausos, semelhante ao som da chuva que cai em uma longa e rara chuvosa noite de verão.

Não! Não irei embora, até que ela tenha partido. Mas não se vá agora, não antes de olhar nos meus olhos por pelo ao menos três segundos. Deixe-me sonhar nesse infinito instante! Não fuja do meu alvo, sem que as minhas palavras lhe encontrem. Mas essas súplicas ninguém consegue ouvir. Falo, mas parece não haver voz que dê carona aos meus pensamentos.

Ouço o som de seu caminhar que se vai passo a passo, destrinchando minhas dúvidas, como faz o filósofo quando sonha e acorda na sala de estar de um trauma infantil. Ela prossegue e some na luz das pérolas que encontramos no fundo dos olhos daqueles que a rodeiam. Onde estão meus pensamentos, se não nessa idéia fixa que me consome até a alma? Pensamentos que são engolidos pelo monstro do medo. Nunca a alcançarei! Parece que jamais entrarei nos seus oceânicos olhos. Esse guardião me amedronta de dia e de noite e sem piedade nem compaixão crescer com o correr do ponteiro do relógio.

Meu coração é espremido, e se despedaça no caminho da ilusão. Guardada está aquela que me fez sentir o que é amar, que entrou em meus sonhos e ali habitou sem se preocupar, sem admirar aquilo que lhe dei. Ela é a rainha que veio de longe e dominou meu império. Roubou meus desejos e agora a busco em uma caçada infindável.

Sentir o voar das borboletas dentro de si nos faz sorrir com a dor, mergulhar nas ondas do ódio e flutuar no lago da paciência. Tornam-se loucos aqueles que se deliciam experimentando esse saboroso delírio. Mas diga-me como não desejar essa sobremesa?Impossível fugir sem se machucar, sem ferir o sagrado e explorar o profano.

Espero sua próxima visita. E já estou sentado em um banco chamado desespero, lugar de angústia e solidão. Aguardo olhando para o relógio, porque sei que na vigésima quinta hora você retornará. Fecho os olhos, sabendo que seu retorno ao meu mundo onírico não tardará. Já estou quase acordando, e um sorriso escuto de longe. Ela ri e a luz do dia entra no meu quarto sem pedir licença. Percebo que novamente voltei ao mundo onde os sonhos são loucuras vestidas com o terno da desesperança. Mas sei que meus olhos novamente se fecharão, e isso me faz seguir pensando no seu mágico caminhar.

Foto de Sonia Delsin

CATA-VENTO

CATA-VENTO

Cata... cata... cata...
Cata-vento.
A menina pulava.
Corria.
Com o vento brincava.
Os cabelos esvoaçavam.
Tão longos.
Tão belos.
A menina ria. Rodopiava.
Ao vento...
seu corpo girava.
Brincava com o tempo que passava.
Olhava o cata-vento e sorria feliz.
Olhava as folhas...
ao vento a rolar.
Imaginava um tempo novo.
Um tempo só para amar.
A menina vivia a sonhar.
E nas asas do vento sonhava viajar.
Achava que a felicidade...
morava em outro lugar.

Foto de nowmoon

"Vazio"

*
*
*
*
Esqueço o sol,
Sinto-me nua…
Finjo que sou,
Tento ser,
Não sei ser,
Como ser?
Abraço o frio,
Aqueço-me com o vento,
Tento viver,
Finjo não me importar,
Esqueço porque estou…
Visto-me de mim,
Sem nada de mim,
Com nada de mim….
Afogo-me na água que por mim desce,
Penetro a solidão e imagino-te…
Não sei o porque,
Não sei o quando,
Não sei como,
Sei que aqui estou,
Aqui te espero,
Sem certezas do meu espaço,
Da minha vida,
Espero!
Como barco que deriva no mar,
Velas pintadas como telas de carvão,
Pintado enquanto se come pão,
Porque são,
Espaços vazios onde não entra devoção,
Devoro as horas,
Entro em pressão….

Foto de Miguel Vieira

Poemas diários

Miguel Vieira

“Traz no peito a tristeza mórbida dos poetas malditos e lança a última maldição: O suicídio irreal que é a vida na sua mais absoluta crueldade”.

VÍCIUS*

Sonhei desertos dos sorrisos fáceis
Majestosamente pus minha solidão
No espelho do quarto escuro
Reluzia um espírito triste

Avesso a afetos e alegrias
Subitamente e, de estranho fato
Aproximei-me da luz de cores claras
Igual a mim, antes do contágio pela cor!

Fiz-me inerme, soluços e desejos
De quem procura mesmo que na memória
Fragmentos de uma alegria para sempre

Dispersa em sombras, desfiz os sonhos
Para não acordar ao pasmoso destino próprio
Dos que sofrem misteriosa dor.

*em homenagem a Vinícius de Moraes

Miguel Vieira

SOL NEGRO

Um dia eu tenho que pagar por tudo que devo
O dinheiro, o amor, a dor, o tédio e a solidão
A loucura, a depressão...
Os dias de sol negro e a angustia dos que vivem
A verdade e o medo da mediocridade
Os sonhos e a total falta de esperança
A lascívia de quem já passou em minha cama
A morte e a escuridão da vida
A fé e toda a idéia maldita
O poder e a necessidade de nos tornarmos livres
Ser mesmo que invisivelmente forte, colher cada
Pedaço de carne de nossos próprios corpos que
Talvez sobre, voar mesmo que tarde , gritar
Seu nome quem sabe um dia se pode
Criar versos na miséria que nos cobre
Ejacular nas suas vísceras apodrecidas
Toda maldição que você suporte
Dizer que sou livre e estou farto de pedir
O pão, compaixão e seu perdão.

Miguel Vieira

TRUST ME II

Estou tão triste, baby.
Que chego a pensar,
Em tudo que já passou,
E na memória um grito de amor,
Simbolicamente delírio em paixão,
Loucuras e saudades
De um eterno abandono
Isso é o meu amor
Você nem imagina, baby.
Toda essa dor no peito,
Ontem, chorei...
Pedindo socorro,
Beija-me, baby,
Salva-me...
Não suporto mais os dias,
Por favor, resgate-me!
Mostre o lado claro da vida,
Com seu amor é possível, baby.
Só seu amor é capaz,
De curar minhas chagas
Nesse longo dia há um paraíso distante,
Feito para nós, baby.
As flores têm seu cheiro,
E cada amanhecer é de puro amor.
Sou louco por seus olhos
Agora eu tenho paz
Ajude-me
Ame-me, baby.

Miguel Vieira

FULGAZ

O que sou afinal?
Sou apenas
Vestígios!
De toda
Afirmação humana
Choro
E morro
Ao entardecer...
Se toda minha poesia
Coubesse em meu
Sofrimento
Talvez de fato
Seria poeta
E, não essa carne
Podre
Que insiste
em estar
de pé.
Gostaria de sorrir
Mas a dor é maior
Maior angústia
Maior que o amor!!!
Pois sendo assim
Não cabe a mim
A alegria,
Mas a demasia
De ser infeliz.

Miguel Vieira

ATRIZ DE FILME PORNÔ

Minha alma é negra
Como é negro o meu olhar
Como são negros
Os meus sentimentos.
Já que não tenho coragem
De botar uma bala
Na minha cabeça...
Deixe o colesterol
Tomar toda artéria!!!
Sou suicida indeciso
Poeta maldito...
Homem frustrado!
Praguejei à vida
Sorri para à morte
Abracei o tédio
E, cuspi na sorte!!!

Miguel Vieira

DEMÔNIO DA TANZÂNIA

Lágrimas de cicatrização
Em conteúdo utópico, ilusório
Quase... solidão
Procuro o êxtase
Dos dias mais brilhantes
Talvez, seja algo de incorreto
Do cérebro
O meu coração
É apenas uma bomba
De sangue sem valor
Vivo toda essa dor!!!
Sinto frio
Saudades dos dias de sol
O que devo encontrar
Arco-íris?
Ou sombras
De presente cruel?
Gosto de estar só.
Sozinho, solitário, solidão!
Que minha doença mental
Não progrida
Já basta pensar
Ser... poeta!

Miguel Vieira

SUAVE MOMENTO

Imagino eu,
Em nova orleans
Pairando em cada casa,
O seu canto!
Até parece que já estive lá,
Será que eu pertenço a esse tempo,
Talvez seja apenas um sobrevivente
Que não sente mais o tempo passar
Estou aqui repetindo todas essas retóricas
Lembrando do passado e fico triste
Com esse som que inunda a alma e a vida.
Frases soltas de um louco suicida
Que quer apenas mais um dia
Ame-me com furor
Capaz de derreter o sol
Com força e suavidade
Dos que vêem na sua própria retina
Toda maravilha que senti
E não importa as lágrimas
Também sou parte e criador
De todos esses mistérios.

Miguel Vieira

NOSSA LINGUA

Não acredito mais no amor
Ou é não creio?
Não sei
Só sei que ignorei
Regras simples do saber amar
Não só dizer do amor
Mas do sentir
Sentir cor, dor e calor
Sentir seus beijos
E ainda assim não sentir
Disfarçando o sentimento
Que seu ser representa
Uma fortaleza...
Na imensidão do mar vazio que sou.
Ouço os pássaros á cantar
Igual aos versos portugueses
Que sua boca pronuncia
De amores e solidão.
Canto os versos de nossa mãe: A língua!
Único elo do amor desconhecido
Não só por mim
Sangro, sangue liso
por que é de mim a essência
e de ti esse amor.

Miguel Vieira

ABRIU-SE

Primeiras horas do outono
Planto milho ao cair chuva,
Na ilusão da colheita,
Nesse desafio constante pela vida,
Pensamentos e sonhos,
Chocam-se em minha mente,
Já não sei se é calor ou frio? !
Se é censura ou punição?!
Sei que é estação do mês de abril!
Uma voz canta dentro de mim,
Melodias já ouvidas,
Sentidas em todas partes,
Mesmo em caminhos distantes,
Camuflam cores e vícios
Sons e saudades em pleno mês de abril!
Sinto o verde do mato
Enxergo o cheiro da terra
Bebo o doce do mar
Choro as lagrimas do vento
Sim, faz calor no mês de abril!
Canto estradas errantes,
De destino próprio das causas perdidas.
O mar evapora gotas de azul anil
O rio recebe gotas de amarelos cintilantes.
E, eu? Contemplo tudo isso
Nos meus poucos meses de abril!!!

Miguel Vieira

TIME OF DAY

A incerteza...
Mãe de todos os medos!
Senhora das dúvidas,
Irmã do sofrimento;
Capaz de chorar
O mais forte dos homens
E lamentar o covarde em soluços...
Diante de ti,
O limite transforma-se em sonhos,
Em ecos...
Sombras do passado,
Reprise do presente,
Incapaz este de viver plenamente,
O mais simples dos dias.
Grita bem baixinho,
Seu lamento,
Não desperte as ninfas do impossível,
Não seria bom,
Acorda nas frustrações do desejo,
Melhor caminhar,
Tranqüilamente pelo vento,
Abrindo as asas lindamente,
Bebendo silenciosamente os seus beijos,
Disfarçando misteriosamente com o tempo...

Miguel Vieira

RUA ÁGUAS BELAS, 12

Andei pelas ruas
De minha infância
O sentimento de solidão
E abandono voltou
Em saber que antes pisei
O chão de terra da época
De inocência
E hoje, velho
Relembro o passado e o
Presente
Procurei nos rostos o
Reconhecimento, só havia
Estranhos, separados de
Mim pelo tempo.

Miguel Vieira

A BELEZA

Ao poetas sonham
E em seus sonhos
Buscam enigmas
Que antes acreditavam
Ser pesadelos.
Alimento pequenas ilusões
Pois é necessário tê-las,
Antes do homem
Sonhar com o universo...
Pensou primeiro em
Sua mediocridade
E para compensar
Suas frustrações
Imaginou ser grande!
Ser belo.

Miguel Vieira

Poeta : Miguel Vieira
E-mail: mvsprofessor@hotmail.com

Foto de Jorge Vitor

Coroa

Sim, pois não?
Como você está?
Se fugir de mim eu vou te encontrar...
Mas se dizer que sim...
Pode ser que seja lá...

Vive se escondendo...
Vive se perguntando...
Reprimindo o seu medo...
Num barquinho no oceano...
Não vai embora não...
O lobo já não é tão solitário...
Só precisa se auto entender...
Sem fugir do imaginário...
Úive contra o vento...
Seje sua força...
Se tremer os joelhos...
Levante a sua coroa...
Você é rei de si mesmo...
E não servos das pessoas...

Foto de Arnault L. D.

Adeus de um anjo

Não existe mais por quem ficar,
a vagar sem motivo sequer.
Se o céu me pede para voltar
deste mundo que não mais me quer.

Vou abrir as asas e largar...
Ser levado, sem lágrima alguma
a me perder em algum lugar
onde até a lembrança suma.

Voltarei a distância, nula,
de morrer o que me faz lembrar.
Sangrar lágrimas e medula
neste sol que irá me incinerar.

Vou fazer o adeus sem dizer
e chorar no vácuo de ninguém ver.
Como as lendas que para morrer
basta apenas se esquecer.

Partido ao léu, partir em asa
no tempo que irá desbotar...
Nesta noite que me abrasa
enquanto tudo some no ar.

Desisto ao vento que tome,
que some ao perdido sonhar
um anjo triste, sem nome,
que não pode mais ficar.

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