loucura

Foto de Henrique Fernandes

ESCRAVO DO SENTIR

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Sou sombra muda
No auge que desnuda
Amor e simpatia
Pinto no horizonte
Pureza da minha fonte
Assinada pela melancolia
Espolio de fragrâncias
Datado nas minhas carências
Obsoletas sem afecto
Rumando ao destino
No expoente da voz
Desconhecido dialecto
Sou pioneiro da loucura
Estirpe da ternura
No segredo da escuridão
Acordo nas ondas do mar
No tempo de voltar amar
Sem camuflar o coração
Dou sem receber
Partilho todo meu querer
No beijo que me dá o vento
Nas palavras que escrevo
Dum juízo que sou servo
No teu melhor momento

Foto de Henrique Fernandes

QUERO MORRER MAS NÃO DE MORTE

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O vento quase que tudo levou
E me pergunto porque não eu
Serei restos que para trás deixou
O castigo que a sorte me deu

Choro lágrimas de medo
Lavadas pelo sol doente
Quero morrer no meu cedo
Que sem amor não sou gente

E porque vejo o mundo acabar
Enquanto ergo as minhas ruínas
Num grito que me faz matar
Pelos cortes das minhas sinas

O destino tem sido cão raivoso
Rosnando ao pisar dos meus passos
Nas rugas de um tempo manhoso
Com peso de dor nos meus braços

Foto de Carmen Lúcia

Labirinto

Rastreio passos por caminhos que perdi,
Procuro inversos entre os versos que reli,
Busco a essência infiltrada na raiz
E a palavra sacrossanta que bendiz...
Percorro livros que clareiem minha mente
Sem encontrar o conteúdo convincente,
Se me aproximo da verdade, ela se esconde
E me afasto sem saber... Ir para onde?
Abro horizontes e não sei o qual seguir,
Construo pontes com intuito de unir,
Se as transpasso, ultrapasso o meu espaço
E vou além de onde precisava ir...
Recorro a Freud, que explode o pensamento,
Que não explica... Replica meus argumentos...
De meu rosário descontei todas as contas
E até meu credo anda descrente de mim...

Já não sei quem sou, como sou, se sou...
Inerte estou, perdida num labirinto
Pintado em minha mente, triste mente
E o coração gritando a confusão que sinto.

Carmen Lúcia

Foto de Henrique Fernandes

TRINTA DE FEVEREIRO

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Espero um toque que me encha de vida
E me dê leveza á mente
Uma carícia dada com natureza
Ampliando o que me tem faltado
Nos talvez de um salto em falso
Desculpado em cedos de mais
Porque o para sempre não é hoje
Prisioneiro de um trinta de Fevereiro
Receita inventada para enfartar
A loucura sã das minhas palavras
Estendendo textos em volta do ego
Uma utopia com nódoas de ilusão
Acontecer é uma insónia de desejos
Perseguido por sonhos acordado
Seguindo pegadas sem marca
Na periferia da realidade

Foto de Daemon Moanir

Alba

Toca-me, pressinto que estás à janela
A raiar-me ao voar devagar,
A me amares ao nasceres lentamente.
Contemplo com tempo tudo o que tu tens
Por dares e não venderes algo tão quente.

Alba, menina bonita, tão longe de minha vista
Cresces em demasia e rápido ficas alta.
No cimo das nossas cabeças que aqueces,
Desapareces, morres cheia de graça.

Desvaneces laranja e tudo fica negro.
Começam os gritos, a noite, o medo,
Mas amanhã voltarás e contigo volta também a paz.

Tu, que me conheces o acordar,
Se estarás à mesma hora no mesmo lugar
Porque me deixas preso na cegueira da escuridão?

Foto de HELDER-DUARTE

Adeus

Adeus mundo e tu tempo!
Adeus terras e longes terras!
Adeus Portugal, Algarve e guerras.
Bem-vindo sejas, tu «Todo o sempre».

Adeus pai, mãe e Monchique.
Também tu Alvor e vós Alcobaça.
E vós que me odiais, pois eis que aqui não fico.
Vou para uma terra, que nunca passa.

N'ela só há flores e pássaros.
Não há serpentes...
Há pombas, que formam arcos.

Há lá um cântico suave.
Para sempre, sempre, sempre...
Como o do rouxinol ave!

Foto de Daemon Moanir

Vontades

Tenho sede de amores eternos!
E de beber paixões violentas!
Embebedar-me em mulheres sedentas!
Sentir a boca pesada de tanto estar aberta
De falar deitado, ver estrelas cadentes,
De beijar demais lábios ardentes,
De o fazer antes e arrepender-me depois…
Tenho fome de vida! Tenho fome de vida!

Escrevo vontade, escrevo por vida!
Escrevo desesperado, sem sossego algum!
Escrevo a remexer-me, mal parado,
Escrevo fechado,
Escrevo para não gritar, escrevo na esperança
De tudo um dia voltar,

Escrevo escondido
P’ra ninguém me encontrar,
Escrevo em falsete,
Escrevo em mentira,
Escrevo sozinho
E escrevo por vida.

Bom era se vontade ter
Desse vida pra lá do nascer,
P’ra lá do viver.
Desse vida sem nada temer,
Desse os cantares dos pássaros
Sem entraves nem discordâncias.
Desse a mim o que mais ninguém quer.

Foto de Inês Santos

Alucinação abstracta...

ALUCINAÇÃO ABSTRACTA

Estou apaixonada!
Completamente desnorteada…
Com tanto amor…
Vou enlouquecer…
Será que alguém vai perceber?
Tenho o coração em ardor…

Que paixão, que devaneio…
Ai, como eu creio…
Ai, sensação alucinante…
Ai, que amor culminante…

Amo-te e amar-te-ei eternamente!
Não te posso tocar, acariciar…
Mas deixas-me sempre a pensar…
Amo-te violentamente…
Posso ficar louca…
Pois, palavras são a minha paixão!
Que sorte pouca…
Palavras do meu coração…

Inês Santos

Foto de Inês Santos

Deixa-me....

DEIXA-ME…

Deixa-me ser, o que não sou!
Deixa-me estar, onde não estou!
Vou começar, o que nunca começou!
Quero gostar, daquilo que ninguém gostou!

Sou alguém, mas não sou ninguém!
Nunca vou sair daqui, mas tenho de ir além!
Deixa-me ser má, ao fazer o bem…
Sou livre, mas tenho que ser refém!

Quero sonhar, mas não vou dormir!
De certo vou cá ficar, mas quero ir!
Apetece-me chorar, mas a rir!
Deixa-me acalmar, para eu afligir!

Ainda, não percebeste? Deixa-me…
Porque é evidente…
Que quero ser diferente…

Inês Santos

Foto de Izaura N. Soares

Alma obscura

Alma obscura
Izaura N. Soares

Entre os prazeres de um corpo
Descobre-se uma alma obscura.
Que verseja em pensamentos frágeis
De tanto sonhar perde-se na própria
Loucura.
Os sonhos devaneiam por caminhos
Sem brilho, e põe-se a lamentar.
Lamentar um amor que perdeu a
capacidade de amar!
Tantos sentimentos, tantos desejos,
Ficaram sem respostas.
Palavras duras foram pronunciadas para
Afogar-me no meu silêncio
Que cada vez mais se prende numa
Saudade permanente.
Olho para o espelho da vida...
Não vejo minha imagem refletida,
O que vejo é apenas um espelho embaçado
E nele vejo um vulto passar rapidamente
Diante do meu olhar!
Penso ser minha sombra, mas não era.
Era o vulto de um amor que partiu, sem que,
Pelo menos me dizer; até breve... Irei voltar!

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