Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Diante dos fatos, não há argumentos...

Tentei arrastar-me até a cama...
A nossa cama...irremediavelmente gélida,
Sair do chão, secar as lágrimas...tétricas.
A escuridão da noite, soturna, penetrava o local,
As cortinas acenavam um triste adeus mortal,
Denunciando janelas ainda abertas. desertas...
Um sopro de brisa tocava meu corpo,
Tênue como eu, fraco como eu, triste como eu...
Há quanto tempo ali permanecera?
Minutos, horas, dias? Por que esmorecera?
Aos poucos, as últimas cenas ressurgiam...
Como as de um filme registrado em minha mente
Transtornada pelo eco de palavras eloqüentes
A me acusar, me reprovar, me condenar...
Levantei-me e acendi a luz...Titubeei...
Dentro de mim o negrume de um breu sem fim...Cambaleei...
Relutei para afastar as marcas do que houvera,
De meus rastros pelo chão ao implorar perdão...
De seu fatídico não, olhar de condenação:
-Quem ama não trai! Imperdoável a traição!
Fui fraca, volúvel, não mereço perdão!
Agora... secar o pranto, estancar a ferida,
Encarar de novo a vida,
Recomeçar do ponto de partida.
Retirar dos destroços uma lição vivida!

Foto de Carmen Lúcia

É Natal...E o Amor?

Não sei bem quem és,
Mas sei que Tu existes,
Ao colocar no riacho meus pés
E ouvir baixinho o que dizes.

Me falas de Amor,não de forma banal,
Nem mesmo do que machuca,possessivo e carnal,
Mas daquele que se doa,que perdoa,
Que apazigua,que engrandece,que compactua.

Não sei bem onde estás...
Mas te sinto em toda a parte,
Na intensa luz que me invade
Quando clamo por Ti e sei que virás.

Dezembro...o mundo Te reverencia...
Natal...Era isso o que querias???
Os pobrezinhos choram pelo pão,
Os abastados fecham o coração.

E o Amor que semeaste
Humildemente por toda parte?
E o "Ajuda o teu irmão,a esmo,
Ama teu próximo como a ti mesmo?"

Oh,Cristo,Teu nascimento não terá sido em vão,
Porque Tu és a fonte de luz e salvação...
Que o Natal acenda a alma da humanidade
E que a chama se intensifique por toda a eternidade.

Foto de Carmen Lúcia

Jesus Cristo dos Shoppings

As ruas das cidades engarrafadas,
Criaturas com embrulhos, de sacolas carregadas,
Num corre-corre pra lá e pra cá, agitadas,
Surpreendem-me, exasperam-me, atropelam-me...
Será esse o espírito de natal?
Levando as pessoas, ou por bem ou por mal,
A competirem...satisfação pessoal,
Por uma vaga de estacionamento
Num Shopping Center Magistral?
Numa explosão de fúteis sentimentos,
Extirpando valores, preciosos bens sociais!
Contemplo abismada o óbvio discrepante,
Imagino formigas gigantes em escadas-rolantes,
Em zigue-zague, buscando futilidades...
Cidades modernas, viadutos arqueados,
Amplas avenidas, reluzindo nos megawatts,
Tudo reluz, tudo conduz ao desejo assoberbado
Do poder de aquisição, de exposição, de ter e nada ser.
Soam as doze badaladas!
É Natal! Jesus nasceu !(E morreu!)
O trânsito congestionado é testemunho cínico
De um povo congelado, sentimentos flagelados,
Com a comprovação de meu olhar profundo e clínico.
As lojas estão cheias e os templos vazios
(Mesmo os que habitam em nós)
De orações, de devoções, de boas intenções...
Hoje o Natal foi destituído,
Por um termo genérico substituído...
A essência que outrora comemoramos
Trocada por "Festas de Fim de Ano..."
Nada mais é como era antes,
Das vendas, Cristo é um estimulante.
E às crianças famintas(mas esperançosas),
Assustadas pela violência...O que dizer?
(Recomendo a consciência, para esclarecer)
Após a ceia farta e amigo-oculto...
Feliz Natal ou Boas Festas?
Que belo indulto!

Foto de Carmen Lúcia

Sonho meu

Vai, sonho meu,
Bate tuas asas e alcança o céu,
Voa entre os anjos, plana para o léu,
Invade o inusitado, do princípio ao fim,
Abraça as belezas...traze-as para mim.

Vai, sonho meu,
Embala-te na euforia e avança mais além...
Agarra-te aos tesouros que os olhos não vêem,
Que a alma acalma e que lhe faz bem,
Traze-os para mim, os plantarei em meu jardim.

Vai, sonho meu,
Não te canses nunca, desbrava sempre,
Descobre o encoberto, o longe e o perto,
O que parece incerto, que veda a minha mente,
Faze vibrar a emoção e bailar a inspiração...
Faze-me sentir poeta!

Foto de Carmen Lúcia

Entusiasmo

Ansiosamente procuro
Sorrindo ou mesmo chorando...
Tropeço e continuo andando,
Pés calejados, pisando marasmos...
Rastreando marcas de ...
Entusiasmo!
Persigo, persisto, insisto,
Posso cair, mas nunca desisto...
Se um dia senti ...é porque existe,
Se um dia sorri...nem sempre fui triste.

Entusiasmo...

Não há receita, teoria perfeita,
Apostila que ensine,
Prática que confirme,
Caminho que define,
Dogma que determine.
É o que move a vida
Tornando-a colorida...
Que leva à empolgação,
Que deixa tudo bonito
Mesmo em tempos de expiação.

Entusiasmo...

Não é impossível, nem distante,
Basta ser perseverante,
Esvaziar dentro do peito
Aquilo que não há mais jeito...
Abrir portas e janelas,
Deixar entrar as coisas belas,
Lançar ao redor do mundo
Um olhar diferente, profundo...
Viver intensamente os momentos,
Inundar-se de sentimentos...
Abster-se de cavoucar feridas
E entusiasticamente...
Celebrar a Vida!

Foto de Carmen Lúcia

Mal necessário

Calei meus lamentos sonoros
Que clamavam por você.
Tapei todos os meus poros
Que exalavam você.
Joguei fora os adereços
Que me lembravam você.
Até mudei de endereço
Pra me perder de você.
Transformei meu visual
Feito pra encantar você.
Troquei meu caminho habitual
Pra não encontrar você.
Quebrei os cds de Caetano
Que me cantavam você.
Driblei todos os desenganos
Causados por você.
Refiz meus projetos e planos
Que excluíram você.
Aos poucos retirei de mim
Pedaços de você.
Não mais me encontrei...
Em meu lugar... estava você.

Foto de Carmen Lúcia

"Palavras"

Conheça-me...
Não pelas palavras que falo,
Às vezes, simplesmente por falar...
Mas por aquelas que registro,
Vindas do mais profundo calar!

Entenda-me...
Não pelas palavras sonoras
Que num ímpeto “impensado”
Pesam no ar...deixam o clima pesado...
Mas pelas vezes que grito
Num desabafo incontido
O que meu âmago quer externar!
(e escrevo em qualquer lugar...)

Escuta-me...
Não por fonemas desconexos
Que soam sem ênfase, sem nexo,
Não condizentes com meu expressar...
Mas pelos lampejos da alma
Transcritos em forma de símbolos...
Que falam mais que o próprio falar!

E se um dia
A minh'alma não puder registrar...
Leia o que descreve meu olhar!

Foto de Carmen Lúcia

"Minha rua"

Lá na minha rua eu podia ser tudo...
Bandida, mocinha, princesa, rainha...
E quando vencia qualquer brincadeira,
Eu era aclamada de "a heroína"!

Lá na minha rua eu podia ser tudo
Ter asas, voar, ser um passarinho...
Em árvores pousar, construir o meu ninho,
Cair, machucar e voltar a sonhar.

Ser bruxa malvada, uma feiticeira,
Pular e gritar ao redor da caldeira
Ver olhos de espanto de uma criançada,
Fugindo correndo da tal caldeirada.

Lá da minha rua eu podia ver tudo,
Um céu pintadinho de estrelas-cadentes,
A lua pertinho do final da rua,
Piscando, sorrindo, mostrando-se nua.

Lá na minha rua deixei registrada
Uma infância feliz, onde podia tudo,
Rua de pedrinhas, de luz, de brilhantes...
Rua dos meus sonhos, meu marco, meu mundo!!!

Foto de Carmen Lúcia

Mulher de Malandro

Já chega!
Cansei-me de tuas mutretas
Enfáticas ladainhas:
“-Oh, minha princesa!
-Ah, minha rainha!”
Basta de enrolação,
Do harém és sultão
E dizes que sou a única!

Tô farta de tuas escapadas,
Tuas derrapadas,
Desculpas esfarrapadas...
Tu juras que andas “na linha”
Sei das “entrelinhas”,
Que ficaram marcadas.

Ainda sinto aquele desejo
Que entre “tapas e beijos”
Tentei sufocar...
Talvez, mesmo sendo enganada,
Ainda esteja apaixonada
Tendo que disfarçar...

Fartei-me de tuas facetas
Palavras fajutas
Juradas em vão...
Tô fora!Desistindo da luta,
Já tô indo embora...
Pra mulher de malandro
Não tenho vocação!

Foto de Carmen Lúcia

Impede, coração!

Impede,coração...

Essas lembranças tolas
Em minh’alma carente,
Que fazem doer o peito
Sangrando o amor que sente...
Pertencem somente a mim,
Nem são compartilhadas,
Deixaram-nas comigo,
Tornaram-se pesadas.

Impede, coração...

Que alastre essa saudade...
Priva-me de tormentos
Mostra-me a realidade,
Afasta os sentimentos
(meus sofridos lamentos),
Me põe frente à verdade!

Lembranças que consomem,
Que deprimem e perduram...
Só tu, coração!Nem mesmo o tempo cura!

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