Blog de Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Teu Riso, Minha Flor Azul

De tudo que tenho na vida, teu riso
É meu sustento, bálsamo para minha dor
Devolve-me o ritmo, dá-me calor.

O dia de trabalho me espreme.
Pessoas tristes, amigos carentes,
Socorro como posso, esses viventes.

Sociedade que só busca o poder
De humilhar, de fazer o outro sofrer,
Esmaga minha alma. Preciso sobreviver.

Sem saber me doar, volto cansada.
Tento recuperar o riso na estrada.
Só o encontro em nosso altar, a nossa casa.

Entre teus braços abertos estala o riso,
Como a onda que cresce e espraia-se em rendas,
Feito o botão de flor que sua beleza desvenda.

Subo ao céu, encontro-me a mim mesma.
A hora mais escura do dia, agora clareia.
Teu sorriso é uma queda de água fresca.

Uma água no corpo e teu riso de cascata
Tudo transmuta. Meu Eu divino volta a reinar.
Faz-me eu, a flor azul, em risos, desabrochar.

Já estou curada das mazelas do dia.
Leve como as asas dos cisnes, posso me entregar.
És a flor azul, alma gêmea do meu altar.

Ria, querido. Nas manhãs e nas noites,
Nas estações dos dias escuros e claros.
Teu riso é o amor que eu esperava.

Foto de Marilene Anacleto

Fim de Tarde (Avenida Sodegaura)

Antes do dia findar, uma parada, um descanso,
Entre poluição de veículos, caminho.
Largo a bolsa, respiro, ajeito-me em um banco.

A garça faz plantão no barco de pesca.
O rato foge da minha presença, em pânico.
O pato d’água desliza lentamente em festa.

Gaivota voa sobre minha cabeça,
Enquanto o vento traz o cheiro da maresia,
Lança-se ao espelho d’água e consegue uma presa.

A maré hoje, agora, está muito baixa.
Pequenas ondas transluzentes ensinam-me
A serenidade do caminhar constante.

O barco parado convence-me
De que não há tempo para se ter habilidade,
De que não há idade para estacionar no tempo.

Gaivotas dão-me lições soberanas
Voam muito alto, saem dos confortos,
Atingem o objetivo de conquistar a cada dia o pão.

O sol, ao deitar-se, traz ao céu suas rendas rosadas.
A lua surge, em risco amarelo atrás do molhe.
No morrer e no nascer, abraçam-nos na eternidade

Que se repete dia a dia, estação a estação,
Ao fazer penetrar nessa argila raios de emoção
E, ao atingir o espírito e a alma, tornar o corpo são.

Assim, corpo, sentimento e emoção refeitos,
Muitas lições do dia que a luz suspende,
Estou pronta para mimá-lo com doces beijos.

Foto de Marilene Anacleto

Prece às Crianças

Mãe compassiva e amorosa,
Fé no homem e na vida,
Protege nossas crianças
Com voares de andorinhas
Em Sua alma de esperança.

Cobre de amor os Seus filhos,
Feito rendas em um altar.
Socorre, a qualquer gemido
Que os amados insinuam dar.

Mãe Eterna, companheira,
Mimosa flor de jardim,
Coloca, em nossas almas,
Notas de rosa e jasmim.

Nossa fé traz Suas brancas asas
De proteção aos filhos meus e teus.
O Amor, entre pétalas douradas,
Permeia a vida de cada filho de Deus.

Aos gemidos e agonias desta estrada,
Suplicamos Sua presença, Mãe querida.
Protege nossas crianças em Sua Alma,
Preenche a vida delas com as flores
Do Seu altar, Santa Mãe Aparecida.

Foto de Marilene Anacleto

Fala-me só de Amor

Em um momento de perda, não há quem não precise de colo.
Por favor, não me abandone agora!

Fala-me só do amor, mas não dos anunciados
Em meio a bebidas alcoólicas.

Nem daqueles traduzidos em suores e gemidos
Pela nossa brutal mídia.

Ou daqueles que traduzem o sagrado e manso amor
Por gosto de carne e suor.

Peço-te: fala-me só de amor, do amor dos voos dos cisnes
Que nos elevam deste mundo triste.

Daqueles de barcarolas, cujos amantes nos prendem
No instante, na lentidão dos remos.

No encontro com teus braços, acolhe-me nesta ternura tua,
Tu, que conheces minha alma nua.

Tua alma, presença sagrada, traz o beijo doce, num estalo,
A me acordar de um pesadelo.

Fala-me mais! Fala de amor! Há um mundo tão descrente
Pululando ao nosso redor.

“Senti tua ausência, querida! Nas caminhadas dos dias,
Nas noites, dos balanceios.

Nas chuvas de diamantes, nas fogueiras flamejantes,
Do teu amar, ungido de beijos.”

Este teu amor tão doce, de céu puro, intenso azul,
Que o mundo de hoje desconhece,

Traz-me a leveza das nuvens, esvoaçantes pétalas de rosa,
De um dia claro de sol.

Feito a alma que se foi, a tocar no firmamento
Sem dor, sem corpo, sem doença.

Foto de Marilene Anacleto

Chove

Chove. Vejo a lagoa pelo vidro da janela.
Na casa verde, crianças debaixo das cobertas,
Sequer se pode deixar a porta aberta.

Gotas abalam a projeção da água,
Afogam as formas outrora espelhadas.
Somente círculos em constante caminhada.

Peixes continuam seus desígnios.
Embora na superfície haja perigo,
O fundo é segurança e abrigo.

O vento, ao fazer cócegas nas árvores,
Provoca-lhe risos, descompassa os galhos,
Devolve à terra, o orvalho armazenado.

Mas, quem assiste vê choverem diamantes
Iluminados pelo fugitivo raio errante
Que, entre nuvens, atira a luz fulgurante.

Aos olhos, extasiados pela beleza,
Acontece o caos nas águas da Lagoa
Da parceria entre vento e luz acesa.

Com estranhos movimentos dançantes,
Entre lâminas de águas nas janelas,
Segue a vida no interior da casa verde.

Foto de Marilene Anacleto

Até que a Morte Os Separe

Um casamento de sonho
Com dois filhos preciosos
De repente, a doença que devora.

Lividez de lua
E a alma nua
Na cama, imóvel, espera.

O homem forte e bom,
Motorista de caminhão
Agora, já não mais corre.

Ela, olhos marejados
Não deixa cair a lágrima
Para que ele não chore.

Desfaz-se em boas comidas
E em noites mal dormidas
Para manter a vida acesa.

Que desça sobre a família
O invisível Espírito Celeste,
Invocado e implorado em preces.

E que tenham luz e amor
E recebam carinho e afeto
Enquanto a cortina não desce.

Foto de Marilene Anacleto

Asas de Manteiga

Asas de manteiga, atraídas pela beleza
Das ondas esmeraldadas, mergulha com firmeza.

E, com as asas pesadas, traída pela pureza
Da luz, pelo sol acesa, crê-se no mar afundada.

Mão generosa chega, toma firme a borboleta.
Com um sopro delicado torna-lhe as asas secas.

Leva-a às dunas distantes com vigorosa relva.
As asas já movimenta, retorna à vida primeva.

Quisera que em meus amores, esfacelados de sonhos,
Houvesse uma mão amiga para me tirar do abandono.

Voaria sobre dunas douradas e, com brilhantes asas leves,
Viva um novo amor no tapete orvalhado de relva.

Estive assim tão presa num espelho que não era.
E, meu intenso amor foi apenas uma quimera.

Foto de Marilene Anacleto

Recordação.Meu Amado, Meu Anjo.

Há quanto tempo não o vejo!
Nem por isso eu esqueço
O bem que ainda me fazes.

Quando vinha dos seminários,
O corpo e alma em pedaços,
Esperava-me teu doce abraço.

Um banho todo para mim
Das ervas do meu quintal
Mais hortelã e alecrim.

Oferecia o seu colo,
Com a voz bem carinhosa,
Dizia: "Pode chorar!

Recolho todos os cacos
Já lavados pelas lágrimas
Que já ficaram por lá. "

Sempre nas despedidas
Há muita raiva ou tristeza
Perdemos nossa beleza

E isso tudo sempre muda
Quando a gratidão, desnuda,
Traz-nos nova leveza.

Meu querido anjo amado,
Se a dúvida me enlaça,
Se a tristeza me abarca,

Volto a recordar a mesma luz
Daquele teu doce abraço
Que em puro amor se traduz.

Foto de Marilene Anacleto

Amor de Trovoada

O relâmpago clareou o caminho da noite.
Feito chicote, o clarão corta o céu com açoite.

“É o ‘flash’ de Deus” – grita a criança,
Fotografando cada coisa que o trovão amedronta.

Seguimos com desassossego e cuidado sobre pedras,
Sob chuviscos errantes que o vento leva.

De repente, o medo nos leva ao abraço
E nos sentamos no abrigo até que a chuva passe.

Não sabemos quanto tempo durou
Deus deve ter fotografado lindas poses de amor

A ternura invadiu as nossas almas
E fomos do caos à calma

A chuva tudo lava, tudo amolda,
Enquanto o calor das almas segue vida afora.

Foto de Marilene Anacleto

Um banho de Mar

Um banho de mar
É tudo de bom
É tudo de leve
É um grande bailado
Com movimentos
Inesperados.
Eu ‘corro ondas’
Feito jacaré.
Pulo, estico e fico
Na ponta do pé
E salto, e voo
Para ultrapassar
A onda maior
Que maior ainda ficou.

Um banho de mar
É soltura e leveza.
Para meus cansaços
Refaz a inteireza.
Se eu marco médicos,
Longas esperas
Só um banho de mar
Já me recupera.

Entregue às ondas
Bem solta, bem leve,
Um banho de mar
É muito mais alegre.
Uma roupa solta
E um bom protetor
Devolve-me a saúde
E o bom humor.

Nas águas tão claras
E saias de rendas
A paz se instala
Em cada suspiro
Do azul deste céu
Carrego comigo
A luz de meu ser,
Terminam as brigas
E o amado se torna
O ser que me abriga.

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