Blog de Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Enamorados

Água clara,
Espumas em bailado,
Corpos a dançar
Entre a terra e o ar.
Vez ou outra
Algumas se cruzam e se vão,
Como nas danças da corte.

Trocamos de lugar
E o lampejo de alma
Vibra a cada olhar.

Molhamos os cabelos,
O protetor se vai.
Esquecemos a hora,
Nem cansaço nos distrai.
Nem sabemos quanto tempo
Na água estamos.

Esticamo-nos na areia,
Vento agora mais forte.
O sol ainda queima,
O coração, a pele.
É preciso relaxar.

É preciso refrescar.
Mergulhamos outra vez.
Entre olhares sensuais
E intimidades tais
Ficamos até escurecer.

Foto de Marilene Anacleto

Mãos Negras

Mãos negras sobem desde meus pés
O frio segue pelas veias
Deixa meu corpo adormecido.
Aperta minha garganta
Consegue alcançar meu cérebro
Comanda olhos e ouvidos.

O desânimo se espalha
Rápido em minhas entranhas
No cansaço do silêncio
Minhas idéias, emaranha.

Negras já são minhas veias
Sem esperança, com torpor
No estresse da espera
Da volta da vida em cor.

Sofro angústias suspensas
De ser para ele a melhor
De estar sempre solícita
Ao bom gosto do amor.

A tristeza invade a alma
Com ares contaminados
Com frases não terminadas
Que nem pensa em se despedir
Do então amor, tão amado.

Foto de Marilene Anacleto

Uma Fogueira. Um Amor.

Uma fogueira,
Uma árvore,
Chão de areia fina
Céu azul de estrelas
Pensares desvairados.

Mãos que aconchegam
Unem-se à natureza
Mãos que excitam
Nuanças da beleza

Derrete o coração, o céu
Dança as emoções, o vento
Titubeia na areia fina, o corpo
Nem para pensar, há tempo.

Céu como testemunha
Fogo em labaredas
Sapos e grilos
Árvores e corujas,
Corpos unidos.

Foto de Marilene Anacleto

Anjos da Noite

Os anjos da noite me chamam,
É hora do descanso esperado.
Posso descansar em paz,
Porque eles estão ao meu lado.
Amém!

A madressilva se entranha
Em meu corpo e pensamentos
Na brisa fresca da noite
Pelo meu quarto adentro.
Aleluia!

Banha-me de calmaria,
E abranda os meus ais.
Uma oração para o anjo
E nem vejo nada mais.
Boa noite!

Foto de Marilene Anacleto

Constelação

Vento pulsante, noite de verão,
Descobre mar de estrelas:
Sai do casulo, a constelação.

Clara, límpida, cinco estrelas,
Sem rios, nem festas ou fogos,
Desvenda-se ao que quer ver.

Um desenho entre nuvens
Feito cristal laminado,
Por mãos de fadas traçado,

Reflete a Alma latente,
Sempre ausente e escondida
Por medo de se mostrar.

Então... espraia viagens no ar,
De outros tempos, tão alegres,
Que eu permiti passar.

Colares de amores formados
Constelações de beijos estalados
Abraços que aquecem o ar

Almas em noites suspensas
Esperam a estrela cadente
Para, de amor, suspirar.

E dançam, até a aurora,
E caminham céu afora,
Em graça e tapeçarias.

Do sereno que goteja,
Ao voar de borboletas
O amor amanhece o dia.

Foto de Marilene Anacleto

Inspiração

Rochedos amarronzados
Com cascatas cristalinas
Lembram-me anjos enfileirados
Trazendo mensagens divinas.

A água calma, mansa
Com pedras ao seu redor
Incorpora essa dádiva
Absorvendo-a com amor.

Areia branca de um lado
Manto verde no lado oposto,
Refrescam-se com gotejar
Que caem pouco a pouco.

Bela paisagem revigora
Com a pequena queda d’água
Mas o homem nada mais sente
Repleto de tristezas e mágoa.

Como o riacho que segue,
Os anjos vão transformando
Pouco a pouco a vida humana,
As mágoas vão lhes curando.

Na paisagem que contemplo
Há anjos por toda a parte
São eles os responsáveis
Por essa esplêndida arte.

Eles estão todos lá
Toda a hora, todo o tempo
Para poder avistar
É só parar um momento.

Diante do quadro da sala
Viajo meus pensamentos,
Quero, um dia, conhecer
Esse divino monumento.

Vou sentir tudo em dobro
Revigorar minha essência
Na areia branca que respira
Na água translúcida que dança.

Foto de Marilene Anacleto

Chuva na praia

Está brisando.
Sons de panela fervendo
Entoam os cataventos:
Chuvas anunciam.
Chuva caindo,
Pássaros cantando,
Crianças impertinando.

Praia a cinqüenta metros
Hoje parece um cometa
Longe e distante.
A chuva não permite
Ficar lá nem um instante.

O por do sol se faz
Tranqüilo, cinza, devagar.
Apenas escurece, nada mais
O cansaço desanima os casais.

Foto de Marilene Anacleto

Vida de tantas vidas

Nesta vida de tantas vidas
Tantas carreiras e papéis
Numa só vida
Falta tempo para encontrar
E a própria dança bailar.

E nos fios das mãos se encontra
Um aqui, outro acolá
Outra dança
Já começa a se formar
Mãos dadas, coração a felicitar.

Nesta vida de tantas vidas
De cinemas e teatros
Uma dança com o amado
Faz uma vida enaltecer
E querer nela permanecer.

Foto de Marilene Anacleto

Chuvarada

Desabam as nuvens
Há quase três dias.
Onde estão os pássaros
E a sua cantoria?

Só pingos na telha
Enchem meus ouvidos.
Onde estão as crianças
E seu alegre alarido?

Na mesa, a polenta
E de chuva, bolinho.
Por onde anda o café
Com aquele pão quentinho?

Nos muros, os caracóis,
Acompanhados de lesmas.
Todos só querem fugir
De toda essa aguaceira.

E nas frestas das janelas,
Tristes esticados olhares.
Há apenas que esperar
Feito redes jogadas nos mares.

Tirar bordados das caixas,
Respeitar a natureza,
E quando chegar o sol,
Andar descalça na areia.

Foto de Marilene Anacleto

Depressão. Corre!

Corre! Venha rápido! Viaja
Por longas praias douradas,
Pelas montanhas geladas,
Limites de mundos escondidos
Impossíveis de atravessar.

Foge das coisas preparadas
Prontas as tuas perguntas,
Que te oferecem respostas
As muitas exigências tuas.

E prendem numa tela de arame
De falsos visuais, de valores virtuais
Que já nem podes sentir
E que não suportas mais.

Corre em direção ao horizonte.
Procura a serenidade, a calma.
Afasta-te do ruído cotidiano
E do rumor dos lugares sem alma.

Descobre que em ti há vida
Vida e som, vida e luz
Vida e cor. Tira o véu
Reconhece que representas
Tudo o que há no azul Céu.

Entre o Céu a Terra
És uma ponte, uma antena
Levanta, querido amigo,
Tua alma não é pequena.

Corre! Canta, grita, alegra-te!
Descobre quantas terras
Ainda podes visitar,
Quantas pessoas podes amar.

Descobrirás que não tens limites
Do quanto ainda podes criar.
E que a solidão não existe
Para aquele que sabe se amar.

Quando te afastas do medo
Encontras um espaço livre, bem ali,
Que se expande a partir da alma
Liberdade que ignoramos existir.

Corre! Viaja! Tua alma pede clemência,
Está sufocada. Reclama a tua presença,
Reclama a tua atenção, ao amor, à vida
Aquilo que não é apenas aparência

Levanta, querido amigo
Corre! Deixa-te embriagar...
Pela tênue luz do amanhecer...
Pelo ar fresco das manhãs...

Pela suave música que ecoa
Do fundo, do profundo mar,
Ou quem sabe ... do céu
Dos pássaros... Ou... de ti...

Encontre montanhas douradas,
A aurora das manhãs geladas
Para sair dessa depressão,
Para que possas voltar a amar

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