Chuva

Foto de Arnault L. D.

Coração vazio

Um coração vazio
é como um campo aberto.
A mercê do Sol no estio,
que o pode tornar deserto.

É assim terra desnuda
ao calor, que a endurece.
Se perdurar, nenhuma muda
brotará... nada mais cresce.

E vem a chuva traiçoeira,
a lavar, levando o chão
e depois o vento, na poeira,
o que um dia, foi coração.

E o que fica? O vazio..
apenas deserto sem vida.
Dia a chama, noite o frio
e a terra morta varrida...

Terra rasgada de arado
a esperar a semente,
é vida com tempo marcado,
debaixo de um Sol ardente.

Foto de Maria silvania dos santos

Mas é que eu não posso, eu não consigo

Mas é que eu não posso, eu não consigo

_ Compreendi que, mesmo se eu tentasse te dizer com as mas belas palavras, o amor que sinto, iria sentir meu coração em disparada e talvez eu não diria nada!..
Até porque, se eu tentasse te expressar de alguma forma sem te conquistar, talvez iria até te magoar, pois amor não se explica, se sentir, e para sentir, primeiro vem a conquista, e muitas vezes a descoberta vem atravez de uma ausência....
Compreendi também que, conquistamos alguém, não é fazendo as mais belas coisas sem que as ordem veem do coração, não é fazendo por pura ilusão, e sim simplesmente sendo o que somos, sentir o que sentimos, respeitar o próximo sem cobrar, é entender que sentimento veem de dentro e é voluntário....
Por isto, eu entendo que o amor que sinto, até pode ser o mais bonito, infinito, poderei até mesmo gritar para o mundo inteiro, que de nada irá adiantar se o coração desejado não estiver disponível a escutar...
Minhas palavras simplesmente irá vagar pelo ar...
O que sinto, eu sinto, é algo além da minha razão e da minha imaginação, é coisa que se senti no coração!..
É coisa que só um coração vibrando de paixão pode viajar estando no mesmo lugar...
Por isto eu o digo, eu amo e não sei explicar como, o amor nasceu em meu coração e será somente seu, na esperança que serei sempre eu até que um dia te conquistarei...
Assim como você, existem muitas pessoas especiais que convivem aos meu redor, gente que compartilha comigo o seu afeto, acrescentam o valor da amizade e sem duvida em sua ausência sentirei muita saudade, outras entre estas, deixa gravado em nosso coração a sua imagem, sua lembrança, lembrança que é lembrada com muita emoção...
Mas há pessoas que marcam nossas vidas de tal forma que jamais será esquecida, mesmo que venha o vento, venha a chuva, venha o trovão, venha a tempestade completa, mas logo passa e a poeira abaixa, mas as pegadas ficam gravada em nosso coração!
E você, você sem duvida é uma delas, você escolheu o lugar mais frágil do meu coração e fez morada!
Eu preciso de alguma forma te conquista, não preciso apenas demonstrar o que sinto, pois não irá adiantar, pois talvez você não irá entender...
Mas é que eu não posso, eu não consigo te esquecer, viverei com você em meu coração até morrer!

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Laio_Fernando

Será que sabemos amar?

Será que sabemos amar?

O amor pode ser comparado a uma rosa em meio a um jardim. Existem aqueles que passam por ela e nem mesmo a notam, por causa de todas as outras flores do jardim, mesmo a beleza da rosa sendo superior a todas elas. Essas são as pessoas que passam pela vida e não provam da beleza do amor, pois se deixam encantar com outras coisas que lhes roubam toda a alegria que poderiam ter em provar um verdadeiro amor.

Outros notam a rosa assim que passam pelo jardim, mas a sua ansiedade por tomá-la para si acaba cegando-os e eles não percebem os espinhos escondidos por trás de sua beleza, e logo depois deixam a rosa para trás, machucada, e ao mesmo tempo também machucados. Essas são as pessoas que acham que o amor é um conto de fadas, e se atiram a ele de forma precipitada, para pouco tempo depois deixa-lo para trás, machucando a si mesmo e ao outro.
Têm aqueles que acabam percebendo a rosa e meio ao jardim e se aproximam dela, mas acabam por deixá-la tão logo enxergam seus espinhos e poupam a si mesmos o trabalho de colhê-la. Essas são as pessoas que logo percebem um novo amor, mas que acabam desistindo antes mesmo de começar, assim que percebem as dificuldades que o envolvem.

Existem aqueles que são terríveis para a pobre rosa, que enxergam a rosa de longe, se aproximam e a colhem para si e levam-na com eles para casa. Lá a depositam em um vaso, cuidam dela, se dedicam a ela... mas só por um tempo, porque logo aquilo perde a graça. E no final a pobre rosa acaba esquecida em um canto, e sem cuidados, sem carinho, sem dedicação, vem a definhar a cada dia sufocada pelas ervas daninhas que crescem junto a ela. Essas são as pessoas que vendem uma ilusão, mas a transformam em um pesadelo. Pessoas que sabem reconhecer um verdadeiro amor, mas são incapazes de se dedicar plenamente a ele, que acreditam que o amor sempre será como foi no começo, que se desenrolará de forma simples e natural e se esquecem de toda a dedicação que devem ter para que a rotina, que os dias sem sol e sem chuva não venham matar aquele amor, ou o matar o desejo que existe em não deixá-lo morrer, ou simplesmente sofrer. Mas no final, é o que acabam fazendo. Acabam deixando que outras coisas roubem a vitalidade daquele amor, que ervas daninha cresçam junto a ele e venham a sufoca-lo.

Mas existem aqueles poucos, que com o olhar atento observam a beleza daquela rosa, com todo encanto em seus olhos. Aqueles que sabem se aproximar dela com cuidado. Que se encantam com sua beleza, mas não deixam de notar seus espinhos, mas acima de tudo não deixam que isso acabe com a sua vontade de tê-la para si. Aqueles que com todo cuidado colhem aquela rosa e levam-na consigo. Que a deposita em um vaso com todo o carinho e não lhe poupa cuidados. Aqueles que admiram a rosa nos dias em que ela está mais linda e que dobram os cuidados nos dias em que ela parece um pouco sem vida. Aqueles que com todo cuidado arrancam qualquer vestígio de erva daninha que possa brotar junto aquela rosa, para não permitir que nada venha roubar a sua vida. Essas poucas pessoas... Esses raros indivíduos, são aqueles que sabem reconhecer um verdadeiro amor. Que percebem que sua beleza e grandeza estão acima de qualquer outra coisa. Que sabem todas as dificuldades que o cercam, mas não deixam de vivê-lo por causa disso. Pessoas que realmente se dedicam ao amor, que aproveitam seus bons momentos e zelam nos momentos difíceis. Pessoas que não deixam que nada venha a roubar ou simplesmente ofuscar toda a beleza daquele amor, mas que removem de suas vidas tudo que possa prejudicá-lo.

Essas são as pessoas que realmente sabem AMAR!!!

Foto de Paulo Gondim

Meu Sertão (cordel)

MEU SERTÃO (cordel)
Paulo Gondim
01/12/2012

Meu sertão quando tá seco
É triste de fazer dó
Seca água nos açudes
A pastagem vira pó
Morre o gado no curral
E o galo no quintal
Não canta, pois ficou só

Chega a noite, o sertanejo
Olha o céu e desvanece
A nuvem escura sumiu
A barra desaparece
Vai dormir desconsolado
Acorda desanimado
E a tristeza permanece

Mas o nordestino é forte
Não se cansa de esperar
Mas um dia a sorte muda
É preciso confiar
Olha pro céu novamente
Sonha ver alegremente
A chuva logo chegar

E quando a chuva aparece
Até o pó vira lama
O Galo volta a cantar
O gado come na rama
Tendo chuva, tem fartura
Arroz, feijão e mistura
Toda noite amor na cama

E com chuva no Sertão
A natureza floresce
O sertanejo se alegra
E da mulher não se esquece
Não liga mais pra fraqueza
Nove meses, com certeza,
Menino novo aparece!

Foto de Elias Akhenaton

Meu eterno amor!

Quando vem clareando o dia,
Vejo você na luz que alumia a manhã
E nas ternas flores do jardim molhadas
Pelo orvalho da madrugada.

Vejo você nas matas verdes
Onde no alto de suas árvores
Os passarinhos cantam suas melodias...
Em suas canções o som suave de sua voz.

Você está nas gotas de chuva
Que caem levemente lá fora...
No divinal arco-íris cuja beleza
Refletem nas águas claras do mar.

À tardinha quando o sol se deita
Sobre o seu manto de arrebol,
Vejo você em suas rubras cores e na luz mística
Da lua que vem prateando à noite.

Você é a estrela que mais brilha no luar
Que irradia alegria na abóbada estelar
Iluminando com o esplendor do amor
À minh’alma, meu céu interior.

Enfim, você está em minha mais nobre emoção...
Em tudo que é belo... Na mansidão de minha prece...
Em meu sagrado poema – razão do seu tema.
Eternamente tatuada em meu coração.

-**-Elias Akhenaton-**-

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

MOMENTO DE REFLEXÃO

“MOMENTO DE REFLEXÃO”

Com a proximidade das festas vamos nos preocupar menos com presentes materiais, aqueles que as pessoas se endividam no cartão e em financiamentos e depois não tem paciência para ouvir ou entender as pessoas que ela mesmo presenteou pois esta ocupada demais trabalhando para pagar o cartão.
Quem te falou que precisa trocar a geladeira de ano em ano só porque foi lançada uma que tem uma luz de cor diferente, e teu carro, esta seminovo, não precisa se afundar em mais um financiamento só porque o vizinho trocou.
Vamos refletir, vamos presentear as pessoas que amamos com momentos de atenção, vamos ouvi-las, tentar entender suas aflições, suas reinvindicações e não calar suas bocas com presentes caros.
Quem sabe não recebamos o mesmo. Neste mundo materialista e mercadológico em que vivemos as prioridades estão expostas em vitrines a preços atrativos e em diversas prestações.
Em vez de comprar um vídeo game de ultima geração vá jogar bola com seu filho, garanto que ele vai curtir muito mais.
Você mãe proporcione a sua filha adolescente tardes de longas conversas sobre a vida, sobre sexo, sobre boas maneiras, será muito mais produtivo do que um cursinho de Manequim.
Vamos refletir, o homem já atingiu um estagio em que deve repensar a condição de voltarmos para casa. Quando falo em voltar para casa é proporcionar aos nossos momentos inesquecíveis e não presentes fúteis que nada agregam a eles.
Imagine quanto vale uma tarde com bolinho de chuva doce de leite feito em casa, pão caseiro, café com leite, é muito melhor do que Mac Donalds.
Lembro-me muito mais de passeios de bicicleta com meu pai do que algum presente que tenha me dado.
Quanto vale uma pescaria ao lado do pai, uma tarde de bordados ao lado da mãe para as meninas, isso tudo custa quase nada, mas hoje os pais quando percebem que o filho ou a filha vão lhe dar algum trabalho se apressam em dar um dinheirinho para irem no shopping e esta tudo resolvido.
O distanciamento imposto pela falta de tempo dos pais esta lotando as clinicas de tratamentos de drogados, os hospitais, as penitenciarias e os cemitérios.
Neste momento de reflexão eu proponho, faça um pique nique com a família, vá pescar, jogar bola, empinar pipa.
Na Europa até meados dos anos 70 todo jovem aprendia até os 15 anos a fazer um barco e depois velejar. Os adolescentes de hoje estão todos corcundas antes dos 15 de tanto ficar em frente ao computador, crianças de 8 anos já tem sintomas de tendinite.
Vamos refletir, vale a pena dar alguns passos atrás para arriscar encontrar a felicidade.
Vamos incentivar a cultura do “ser” e não apenas a do “ter”.
Um bom Natal e feliz ano novo a todos.

Edson Paes.

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o Ano Termine

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.

O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.

A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.

O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.

Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.

Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz

Direitos Reservados

Foto de ivaneti

Filha da Lua

Filha da Lua....

Certo dia sentada a beira de uma janela de minha casa, exatamente na cozinha, eu e minha filha Mônica jogávamos conversa fora, enquanto ela olhava fixamente para o alto, mais precisamente para o céu, com as mãos acenava para lua, gesticulando o quanto fazia brilhar, naquela noite, tudo estava calmo. A casa não tinha barulho de crianças, quando o normal é estarem todos os quatros, envolvendo em nossas conversas, sempre trazendo confusão. Sendo três meninas e um menino o caçulinha de dois anos, correndo pelo vão da casa, cheios de traquinagens, ora brincando, ora brigando, e aí é aquela correria para separá-los. Mais voltando ao inicio da conversa, sobre minha filha, brincando com a lua, naquele momento ela resolveu tirar uma foto da lua em seu celular. Em seguida mostrou - me dizendo: Veja como esta linda! num tom de brincadeira, disse a ela, ah! Deixa-me ver o que a lua esta lhe dizendo. Naquele instante olhei a foto. Observei atentamente aquela figura que ali estava. É mesmo, é noite de lua cheia! De repente vi que ao redor dela se formava uma imagem. Pensei, devo estar vendo demais, e fiquei intrigada. Ela me perguntou o que a senhora Vê?. Eu disse não vai acreditar, mas veja você mesma, ao redor desta bola cheia, o que vê, ela olhou bem e me respondeu, ah! Parece um feto! Nooossa!, Mais eu também vi perfeitamente a imagem de um feto ali. Ainda bem que não tenho como estar grávida, disse ela. Fiquei mesmo impressionada... Não acreditando bem no que estava a minha frente, mostrei para minha filha Ruth minha caçula, e a resposta foi a mesma, então existia aquela imagem e não era fantasia de minha mente.

Passado algumas semanas... Mônica começou a se sentir mal, logo lhe abateu uma forte gripe, e sua gastrite então, imagina.... Que situação, disse a ela vai ao médico, pode ser dengue, logo começou a dar náuseas e o coração de mãe sabe como é, só pode ser! Pensei!, Mais pedi a ela que fosse ao médico ver o que era, poderia ser uma coisa simples como poderia ser também outra coisa, logo deu jeito de procurar um médico, chegando ao consultório colocou toda sua situação, inclusive, que não estava atrasada na menstruação, mesmo assim uma bateria de exames foi pedida, inclusive o Beta.

Ela não estava nem um pouco preocupada, ainda me disse ah! Mamãe, já tenho uma filha, esta bom demais... Já vem a senhora... Fiquei calada. Foram Feitos os exames, acompanhei ao laboratório para pegar os resultados. Estava caindo uma forte chuva, não dava nem para sair do carro, o fluxo de veículos era grande para atravessar a rua. Mais como a ansiedade estava corroendo por dentro para ver o resultado, nem esperou acalmar o transito e saiu atravessando entre um carro e outro. Com os resultados em mãos procurou logo do exame de Beta HCG, abrimos e ficamos em duvida com o resultado. Então resolvemos passar em outro laboratório, onde ela tem uma amiga. Quando a noticia veio dando lhe a certeza, levou um susto! Ficando inércia com os olhos estatelados. Ficamos em silêncio por alguns minutos com o coração nas mãos. Lembrei-me da lua e do Feto. A figura agora deixou de ser uma simples figura estava ali dentro daquele ventre, e agora Mônica? O namorado havia feito vasectomia, nossa senhora! que confusão!, Era dizer a verdade e pronto! E assim foi feito. Vasectomizado nada! A verdade é que eles haviam planejado tudo, queriam de fato aquela criança. Eu que era a leiga da historia.

Entre aqueles enjôos e toda aquela fraqueza. Foram passando os meses. Já estava no quarto mês de gestação, não dava para ver o tamanho da barriga. Engraçado meu nenê até hoje não mexeu, disse ela. Este é preguiçoso mesmo. Uma noite deitada no sofá, assistindo televisão, o namorado liga e diz “amor” vai lá fora e vê como a lua esta linda!. Olhou fixamente, e de repente quem mexe nada mais, nada menos que seu nenê, que estranho, então lembrei do começo.

Seu nenê tem alguma ligação com a lua, disse – lhe em tom baixo quase me falhando a voz. Respondeu com um sorriso, nossa mamãe, o que será, só Deus e a lua para falar. Foi ao médico novamente, desta vez para fazer pré natal. Pegou o pedido para fazer a ultrassonografia. Então Doutor quero saber o sexo do meu nenê. Acho que é uma garota, vamos ver... sim noventa e nove por cento que é uma menina. Uma menina! Nossa que emoção mais uma para fazer companhia para a outra minha filha. Chegando a casa, perguntou adivinha o que é? Eu que sempre imaginei menino, não tive um momento em que pensei que fosse menina, respondi o que achava, é eu estava enganada rsrsrsrs, uma garota! Deixe-me ver o resultado. Quando olhei a imagem, nossa! Idêntica com a foto do celular. E assim foi passando o quinto, sexto e sétimo mês. Mônica vivia o tempo inteiro reclamando que a Monshine mexia demais, sim já tinha até nome, Monshine! Então respondi é assim mesmo, ainda mais com a mudança da lua. Ela se mostrava mais inquieta na lua cheia, deixando a mãe de cama. Um dia falei se esta menina for o que estou pensando, é só conversar com ela que terá a resposta. Ela então se assustou com minha opinião.

Mais diante de tanta insistência resolveu na calada da noite ter uma
Longa conversa com seu nenê, enquanto falava, ela remexia se toda foi quando teve a certeza de algo que não era realmente normal, pois na outra gravidez nada disso aconteceu. Perguntou a ela qual o dia viria à luz do dia. E quando adormeceu, em seus sonhos apareceu uma linda menina dos olhos castanhos, cabelos encaracolados com a cor do sol, com uma boquinha tão pequeninha, que de vermelha parecia um morango maduro, e lhe dizia mamãe esta chegando o dia em que vai ver meu rostinho, em uma quinta feira, ao entardecer ao fechar o as portas do sol, fecharei a noite junto a ti, exatamente no dia onze de junho. Então Mônica acordou com a sensação de ter vivido aquele momento, e que não era sonho e sim um acontecimento. Contou - me aquela passagem do sonho, como não acreditar! Ainda que dissesse toda a historia, não acreditaria, agora imagine como não acreditar... vi com estes olhos que a terra há de comer, pena que não levou a sério e apagou a imagem para que eu podesse mostrar ao mundo como prova do que aqui estou escrevendo.

Chegou o mês de junho e ficamos apreensivas. Não contamos a ninguém, também quem acreditaria?, O destino cumpriu a profecia, e quando chegou o dia onze de junho às dezoito horas e um minuto, Mônica começou a sentir as contrações sem dor, chegou a hora! E lá se foi aquele furduço. A caminho para o hospital ligou avisando ao pai que chegou a hora de sua filha nascer. O parto foi normal, sem dores, nasceram as 19: hs em ponto. Correu tudo bem. È uma menina saudável, linda! Do quarto dava para notar através da janela um lindo luar, parecia sorrir pra gente, aquela pequenina imagem fazia parte de nossas vidas agora. O pai radiante pelo nascimento de sua filha voltou para casa para descansar. No outro dia chega ele contando que na Fazenda havia sete vacas paridas, e uma delas teve dois bezerros e uma bezerrinha, que era diferente dos outros, a sua cor chamava atenção por ser da cor do sol, cor de ouro e até na plantação de Gira Sol com seus botões resolveu sorrir, e o dia lá fora brilhava ofuscando até a alma da felicidade. O que ele não sabia é que Monshine veio para trazer brilho, amor e vida, e que ele e Mônica havia sido os escolhidos para cuidar da filha da lua.

Autora: Ivaneti Nogueira

Foto de Carmen Lúcia

Ainda te espero, amor...

Ainda te espero, amor...
Assim como as manhãs esperam pelo sol
que pincela de alegria o arrebol
e de esperança a circundar recomeços...

Ainda te espero, amor...
Assim como o belo, seu expectador,
a olhar extasiado o que sua alma encantou
e como relicário, dentro de si guardou.

Ainda te espero, amor...
Assim como o estio, pela chuva que virá
calando a cigarra que a seca vem agourar
quando o cheiro de terra molhada inundar...

Ainda te espero, amor...
Ainda que em outra vida...
Nosso amor sempre será assim,
sem planos ou trajetórias traçadas,
sem fronteiras demarcadas,
sem previsão de fim.

_Carmen Lúcia_

Foto de poetisando

Trocadilho ao Dia

Que lindo dia está hoje
Que dia mais maravilhoso
Assim chamam-te esse nome
Só pode ser mesmo por gozo

E tu dia logo nisso acreditas
Não vês que te dizem por gozo
E tu mesmo estando a chover
Acreditas que és maravilhoso

E nos dias que estás encoberto
Ou quando estás a trovejar
Achas que és maravilhoso
Dizem-no porque de ti estão a precisar

Ganha juízo dia solarengo
E quando a noite chegar
Já não se lembram de ti
Nem de ti vão precisar

E quando a noite vai avançada
Deixaram te ir embora todo vaidoso
Não vês que estás a ser usado
Pensas tu que és maravilhoso

Como te podem chamar de radioso
E nos dias que só chuva dás
Podias ter sido maravilhoso
Mas isso á muito tempo atrás

Não acredites em tudo que te dizem
Dizerem-te que és maravilhoso
Só podem estar a brincar contigo
Estão a fazer de ti o seu gozo

Pensas que quando estás a chover
Que te chamam de maravilhoso
Dizem porque precisam de ti
Ou será que estão no gozo

Amanha quando acordares
E os teus raios de aurora despertar
Tornam-te a chamar de lindo
Tornam a dizer de ti muito precisar

Mas o dia é mesmo assim
Feito de muitos enganos
De dias lindos de muito sol
Outros de muitos desenganos

Chamarem-te nomes lindos
Que tu podes ou não gostar
O mundo é mesmo assim
E não á outra volta a dar

São mais os que te usam
Porque de ti estão a precisar
Chega a noite e o teu dia acabou
Tu irás para outro Pólo brilhar

Ficam as estrelas a noite a velar
Por quem de ti mais precisou
Uns que contigo brincaram
Outros que contigo gozou

Usei o dia mas é sobre pessoas o poema por isso digo que é um trocadilho

De: António Candeias

Páginas

Subscrever Chuva

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma