O NÃO
Eu estava só
Você adentrou,
Não bateu à porta
Nem nada falou
Pegou o seu copo,
De água o encheu,
Mexeu um refresco
Virou e bebeu
Ali eu estava
Sei que percebeu
Seguro dos gestos
O cigarro acendeu
Na turva fumaça
Fez várias bolinhas
Deixou no cinzeiro
As cinzas todinhas
Olhou para o carro
A chave apanhou
Pegou um boné
E a porta fechou
De capa e galocha
Na chuva partiu
Cantando pneus
Na lama sumiu
Tomei entre as mãos
O meu doce amor
E na solidão
Tratei-lhe a dor
No dia seguinte
Custei acordar
Para meu pensamento
Se reorganizar
Mas vi que você
Perdeu grande bem
Não quer os meus beijos
E eu a ninguém
Oh, triste destino
Sei que vou sonhar
Com dias felizes,
Não mais acordar