Nus

Foto de Carlos Henrique Costa

Infinita criação

Sol que irradia a terra, nossa moradia!
Lua que ilumina noite, ao findar do dia,
Estrelas pontilhadas na camada do céu,
Universo infinito sem limites, sobrecéu.

Meteoros, meteoritos, satélites... Eterno véu!
Além da acuidade humana, do povaréu.
Visível invisível a olhos nus, bela sintonia.
Big bag, homens acreditam nessa teoria.

Mistério, segredo que jamais alcançaremos!
Mesmo assim, queremos penetrar, conhecer,
Através da tecnologia, dos avanços que temos.

Enfim, será que a criatura humana irá antever?
E do céu fazer, igual a terra o que vivemos?
Acima encontra-se Deus, que pode desfazer.

Foto de Gonzaga de Carvalho

Águas Turvas

O cristalino fluxo
Que rolou da serra e avolumou-se
Até se converter em rio,
É hoje asquerosa correnteza
Onde se despejam as vergonhas
Da Vaidade, do Orgulho, do Egoísmo.

Coitado do rio,
Que já não tem a alegria
De meninos nus em seus mergulhos,
Nem as poesias das lavadeiras
Colorindo com roupas a paisagem.

Que pena do rio,
Saudoso de quando espelhava
Nuvens, florestas e vilas,
Matando sedes, regando hortas,
Ofertando peixes!
(Hoje, oferece "cardume" é de moléstias.)

Pobrezinho do rio
Que se imolou por cidades,
Para que parecessem civilizadas!

E quantas pessoas se poluem
Como este rio,
Para que outras se considerem limpas
E até desprezem aquelas "sujas"!

Vários tipos de águas turvas,
No leito da vida rolam ao seu destino!

Foto de tiagocampos_1

Instintos e Carências

Instintos e Carências...

no dia a dia pouco havia a dizer
entre nós nada mais surgia
um olhar apenas dizia que
um sonho ou desejo se escondia

Uma força de atracção se precipitava
em momentos inapropriados
e as palavras se esgotavam

apetecia-me um beijo
e outro...ou mais que isso

e os pensamentos envergonhados
não diziam nada do que sentiam e queriam
e o respeito formal nos separava

seria uma carencia injustificavel
albarroando todos os preconceitos?

E onde a subjectividade se impunha
e nos confundia...e chocava...
mas sempre nos aproximava

ou para alem disso...
não compreendia
penso que..

reflectia uma sintonia e uma necessidade
inapropriada e imcompreensivel
que nos libertava e alargava os horizontes

onde a confiança progrediria e onde
o toque e os assuntos deflagravam
para outros niveis

dali, pouco mais havia a dizer
o passo para a intimidade
era tão sedutor

chatiada a coragem...
lançou-te olhar mais proximo que o meu
que não viu o beijo soltar-se...e sentiu-o

esborracha-mo-nos
despultando no momento uma atrapalhação
que nos despiu...deixando tudo no chão

e foi calcando essas mascaras
que nos embelezariam que encontramos
a naturalidade bela dos nossos feitios e formas

que fize-mos amor...
e nus possuímos

em trocas de olhar por beijos
e caricias que se prolongaram...
em sorrisos partilhados

mais descansados...
o pensamento lavado
não tinha nada para dizer

um agradecimento escusado
sorriu e deu outro beijo
abraçando um momento unico e belo

por não se voltar a repetir
e nos deixar a sonhar...

Foto de Zaruquita

Minha infância

Minha infância

Comecei de pequenina,
A enfrentar o destino,
Ainda eu era menina,
Ainda quase não tinha tino.
Era frágil e indefesa,
Para viver em conflitos,
Mas resisti à tristeza,
Com meus irmãos pequenitos.

Tinha sete anos de idade,
De manhã ia pra escola,
Depois na parte da tarde,
Tinha de ir pedir esmola,
A minha mãe trabalhava,
Mas mesmo assim não chegava,
Para nos dar de comer.

Meu pai nos abandonou,
A mim e mais três irmãos,
A minha mãe nos criou,
E educou como cristãos.
Meu irmão mais velho tinha,
Oito anos, coitadinho
Como para a escola não vinha,
Arranjou um trabalhinho.

Mal vestido e com pés nus,
Por entre matos e tojos,
Andava a guardar perús,
Por esses matos a rojos.
Lembro quanto ele ganhava,
Só quinze escudos por mês,
O patrão,comer lhe dava,
Minha mãe,aos outros três.

Eu era tão pequenina,
E como era rapariga,
Ia pedindo a esmolinha,
Para encher a barriga.
A minha mãe trabalhava,
Do nascer do sol ao pôr,
Parece que não se cansava,
E nos dava todo o amor.

Foram três anos assim,
Mas todos sobrevivemos,
Mesmo com a vida ruim,
Muito ou pouco nós comemos.
Muito tempo não tardou,
Sem que meu pai regressasse,
Minha mãe o aceitou,
Na esperança que ele mudasse.

Meu Deus,como se enganou,
Logo andou em desacatos,
Desde que em casa ele entrou,
Começaram os maus tratos.
A nós ele maltratava,
Sem ter dó da nossa pele,
O pouco que trabalhava,
Ou ganhava ,era para ele.

Se a minha mãe lhe pedia,
Dinheiro ele resmungava,
E se ela um pouco insistia,
Dois ou três murros lhe dava.
Com tanta força batia,
Que ela ficava a sangrar,
E depois,no outro dia,
Não se queria levantar.

A minha mãe coitadinha,
Lá ia para a sua lida,
Não parava a pobrezinha,
Para ganhar a comida.
Desde que o meu pai voltou,
A vida não melhorava,
E mais um filho arranjou,
Era assim que ele ajudava.

Esse filho veio trazer,
Para mim muita alegria,
Porque afinal veio a ser,
A irmã que eu tanto queria.
Já eu tinha onze anos,
E aquela criancinha,
Foi nesta vida de enganos,
A boneca que eu não tinha.

Arlete Anjos

Foto de Osmar Fernandes

Silêncio!

Não fala nada...
Não há nem um ressentimento entre nós dois.
São águas passadas.
Nossa história há muito acabou.

Um dia vivemos uma loucura de amor.
Encaramos o mundo de frente.
Vencemos todo dissabor.
Éramos jovens, destemidos, inconsequentes.

Hoje, cada um tem sua família, segue seu rumo.
O relógio do tempo já deu tantas voltas...
Ninguém acreditaria se lesse sobre nossas revoltas.
Já dormimos nus na praia... Viramos o avesso do mundo...

Parece bobagem, mas se nossos filhos fizessem isso...
Provavelmente perderíamos o júizo.
Inda bem que ninguém sabe disso.
Imagina!... Seria um calvário, um martírio.

Em nossa juventude fomos os rebeldes,
Pulávamos janelas quando éramos trancados nos quartos.
Se minha filha fizer isso, entro em estresse.
Há trinta e cinco anos, lhe roubei na ilha dos macacos.

Nossa história vive irrequieta, nunca terá fim.
Olho pra você, uma bela senhora, continua linda...
Olho-me no espelho, e vejo aquele menino vivo dentro de mim.
A vida nos prega peças... Eu era seu e você era minha.

Apesar desse silêncio, dentro de mim, vive o passado.
Nunca mais amei de verdade outra mulher.
Nosso tempo devia ter ficado parado...
Perdi o encanto, o amor, a fé.

Hoje meu mundo é assim, incolor.
Vivo por viver, para completar minhas páginas.
Dou o melhor de mim, mas não é com o mesmo amor.
Nossa separação foi a minha maior baixa.

Eu senti tanto amor por você,
Que não sobrou nem paixão para mais ninguém.
Esse poema é nosso dossiê...
Quem sabe um dia a gente ainda se vê no além!
Osmar Soares Fernandes

Foto de LuizFalcao

"O MENSAGEIRO"

De LuizFalcão

Um homem!...Farrapos!...Pés descalços! Na mão um cajado!...
Uma sensação forte comovia a todos quando chegou o estranho!...
A praça estava cheia naquele dia!...
Era como um imã àquela figura.
Em pouco tempo uma multidão o cercara como se fora conhecido.
Talvez um amigo?
Não era o caso, no entanto, havia um certo brilho no olhar!
Fascinante, inebriante, hipnótico!
De repente brados ecoavam da multidão:

- Fala-me do amor!
Disse o solitário
- Fala-me da esperança!
Implorou o desesperado
- Fala-me de vida oh sábio!
Suplicou o moribundo

Calmamente ergueu a cabeça, olhou fixamente o ajuntamento e como alguém que alcançara o conhecimento disse:

- “Falar-vos-ei a todos de uma só vez”

Uma pausa.

- “Sábio não sou”

Disse ele.

- “Posto que sábio, há um só e é aquele que das vossas necessidades me instruiu, não por palavras jogadas ao vento, mas com poder para aplacar duvidas e sarar feridas dos corações, qual os vossos neste momento”

Assim, continuou o indagado a responder aos seus interpelantes

- Trago-vos a Palavra que expressa a vontade e também o nome daquele que me enviou a responder-vos.
Quando perguntais pelo o amor, ou pela esperança, ou pela a vida, lembrai-vos peço-vos deste nome, posto que fora dele jamais achareis para vós resposta nem solução.

Ele é todas essas cousas e muito mais, e quem a Ele se achegar, jamais sentirá falta delas.

Falo-vos de Jesus Cristo o Salvador, Filho do Deus vivo, que deixou sua glória nas mãos do Pai Eterno e desceu a terra em forma da sua criação e se fez carne.

Ele, o Autor da vida, habitou entre os homens!
Experimentou as limitações humanas como se Deus não fora!
Viu a dor dos desvalidos com olhos de homem!
Sentiu as emoções humanas, das quais, todos vós sofreis os embates.
A tentação suportou em corpo humano e a tudo dominou por amor, para dar-vos a esperança da vida que está por vir.
A morte não pôde derrotá-lo, pois o Senhor da vida, da morte é o Mestre.
Mas ainda que por breve momento, sim, por paixão, por amor profundo pela obra de Suas mãos, que sois vós, permitiu-se perecer até ressuscitar ao terceiro dia depois de entregar nas mãos do Pai Eterno o seu Espírito Incriado.

Como O Cordeiro de Deus foi Ele imolado na cruz do Calvário!” ...
Dessa forma continuava a discursar o emissário, tendo a sua frente uma multidão ainda maior de ouvintes:

- “Amor!” ...

Oh Sim! Falar-vos-ei de Amor e direi que não é uma mera palavra a qual os homens vulgarizam”.
Amor é o sinônimo do auto-sacrifício ao qual o Pai das luzes dispôs-se por vós outros que interessados indagam.
O Seu amor é a esperança que traz vida aos corações sedentos da verdadeira justiça, posto que O Senhor dos senhores e O Mestre dos mestres, não vos criou para dar-vos a morte, mas formou-vos do barro para presentear-vos de vida.
Mas então, se assim é, por que vós vos sentis desesperados, abandonados e sem vida em vossos corações?
Porque sentis despojados do brilho da luz que do alto se vos reluz?

Perguntou o que discursava.

- “Responder-vos-ei também a esta questão, ainda que aparentemente possais já não querer saber, visto o tom que estas palavras possam percutir em vossas almas, no entanto, não silenciarei mais os lábios até que tudo o que me foi ordenado vos seja proclamado, porquanto sei que dentro dos vossos corações tais questões foram sondadas por Aquele que tudo vê.”

Fez uma pausa o arauto...

Olhando em volta, encheu-se da graça que do alto lhe trasbordava as entranhas.
Com a voz transformada, como se ele não fora o que discursava, disse em tom mais doce que o mel que escorre dos favos:

- “Por que me negais em vossos corações? Por quê!?...”.
...Minha Palavra o mundo correu e o rodeou e deu voltas e voltou sem nunca me chegar vazia.
Desde o inicio, por todos os meios e modos, através dos astros no firmamento, para que ao olhá-los imaginásseis que não estariam lá por mero acaso, antes, haveria uma mão que os houvera formado e que do acaso não sois vós também o fruto.
E assim, entendêsseis que há quem por vós se importe, e por meio de Homens Santos vos falei.
Assim, através de toda a natureza que vos cerca, Preparei os vossos corações para que quando chegasse aos ouvidos vossos a palavra minha, fosse como boa semente que cai em terra fértil e brota e cresce e frutifica.
Mas vós porém, escutando-a não ouvistes.
E vendo a cruz, altar do sacrifício eterno e definitivo, não crestes e não olhastes dentro dos olhos meus, quando no momento em que o sangue me escorria o rosto, ao Pai clamei por vós, para que não vos destruísse.
Minha cabeça cravada em espinhos foi coroada por todos os homens de sobre a terra, mesmo aqueles ainda não nascidos, para que nenhum de vós fosse inocente.
Sim por todos vós, obra das minhas mãos. Fiz-me sacrifício!
Minha dor e meu amor são o gracioso dom com o qual vos presenteei.
O transpasse dos pregos em mãos e pés, dos quais permiti que minha vida se esvaísse para que por meu sangue o Pai Eterno não vos visse a maldade dos corações, posto que o meu sangue tem este poder.
O poder de lavar-vos as maldades, as quais Eu, Eu mesmo vos perdoei.
Estáveis nus diante de meu Pai, porém, com cada gota do meu sangue confeccionei para vós vestes brancas e cobri vossas transgressões desde as vossas cabeças até a planta dos vossos pés e vos revelei o propósito que desde a eternidade estava no coração do Pai.
Quando subi as minhas alturas para assentar-me ao trono da minha glória, não vos abandonei, antes enviei sobre a terra o meu Espírito para vos guardar, ensinar e conduzir, mas vós não o ouvis, estais surdos com o alvoroço dos povos e as festas das vossas maldades.
E agora?
Que vos farei?
Vós os que não me deram ouvidos perguntais pelo amor, e pela esperança e pela vida?
A todos os que clamais com sinceridade, falo-vos novamente pelo mensageiro, destes últimos dias da terra, que diante de vós está.
Quereis vida?
Ouvi-o!
Quereis amor?
Ouvi-o!
Quereis esperança?
Eis ai diante de vós aquele, por cuja boca falo-vos novamente.
Ouvi-me agora, antes que tarde seja ou com toda certeza, assim como do pó vos tirei para amar-vos, para o pó vos lançarei e no mar do esquecimento, nunca mais sereis lembrados, posto que isto vos prometo, quando voltar nas nuvens com meus santos e anjos, vos declararei também a extensão do meu juízo!
E, se encontrar-vos novamente perguntando por todas estas coisas, sem que delas tenhais tomado à posse que hoje vos dou, por minha palavra eu vos digo hoje:
Não achareis mais em mim clemência e nem misericórdia, ainda que com lágrimas de sangue as imploreis.
Meus anjos tomar-vos-ão de sobre a face da terra, assim como as águias que arrebatam as suas prezas e lançar-vos-ão no lagar da minha ira, pois desprezastes o meu amor que vos derramei.
Assim digo-vos: Vinde!...
...Vinde e banhar-vos-ei no meu sangue!
Tomais, pois a posse da herança que vos preparei para que no lugar da ira minha, acheis os céus em festa ao ver passar pelos portais da santa morada, vós todos, os que para meu Pai, com o meu sangue comprei!...
...Vinde! ...Vinde!!!!!!.."
Calou-se em profundo silêncio o mensageiro e abrindo arcos gigantescos de alvas e reluzentes penas desapareceu!....

Foto de Angelgoiabinha

Amor Verdadeiro

Procurei o amor,
Mas não encontrava,
E quando procurava,
só achava a dor.

Quando desisti,
ele me surgiu do nada,
do lugar que menos esperava.

Foi amor a primeira vista,
a primeiro olhar,
a primeiro toque,

O aroma mais gostoso,
a pele mais macia,
a boca mais gostosa.

O amor verdadeiro
aquele que completa,
sem cativeiro,
aquele que te faz voar,
e deixa respirar.

E quando lembro que o tenho,
logo vem na barriga o gelo,
e o suspiro no ar!

Amor verdadeiro,
que quando envolve,
dois forma um,
é o calor de nossos corpos nus,

Se misturando,
se amando e desejando um ao outro,
Amor que se chama Cláudio,
homem maravilhoso e cheiroso,

Sua mulher quero ser,
deixe-me mostrar que sou capaz
que tudo que acontece entre nós,
com outra não será jamais.

Já faz parte da minha história,
se está longe,
não foge da minha memória.

Amor,
não me deixes,
pois essa noite quero te amar,
mais uma vez em teus braços quero estar,

Então que venha a noite,
para poder te encontrar,
e que num simples olhar,
o encanto comece a rolar.

Te amo!

Foto de Andersonnlg

O sentido de não sentir

Os segundos que agora passam
Não conseguem me fazer te esquecer
E esse vento que aqui sopra
Faz-me fechar os olhos e lembrar do que nunca esqueci
E por mais um instante
Em cisto em existir

Com tudo que mim cerca
Sinto-me sufocado pelo ar
Sinto o coração desesperado
E com que enxerga meu olhar
Lembro de momentos ao teu lado

E eram apenas noites
Que ficávamos debaixo do céu
Ouvindo o silêncio dizer
Eu amo você

E eu que pensei que àquelas horas
Seriam pra sempre
E nunca faria falta no agora
E ter que se acostumar com tudo diferente

Vou vivendo esse mundo
Até perceber
Que a chuva que nos molhou um dia
Já seco
As nuvens se foram
Aquelas dias estão longe
E cada vez mais

Agora te vejo indo
Deixando o que nunca vai mudar
E mesmo que meus dias
Tenham se perdido da alegria
Vou continuar a acordar
Mesmo que seja sem o sorriso

Levando meus passos
Pelas estradas desse caminho
O lugar que nus unia
Agora me leva sozinho

Foto de DAVI CARTES ALVES

EU TE AMO !!!

Pois,
pensar em você
é sentir os pés nus
sobre asas de anjos
é deleitar-se em sua suave & perene leveza
é fazer uma imersão completa na beleza

e deixar-se petrificar,
em submissão de menino
na sua graciosidade, seu encanto & fascínio
compondo teu amor
ao som de violino

é banhar-se em teu chafariz de ternas virtudes
mansuetudes, paz, solicitudes
sonhar nos carinhos das tuas asas de amor
encher com o teu mel o meu dissabor

És linda borboleta de sapatinho ana bela
tens um brilho sublime, tal qual Cinderela
capaz de anoitecer até mesmo anjos & diamantes
e fazer-se porto seguro
para meus andarilhos errantes

pensar em você
é embalar-se em melíflua canção de ninar
na composição da brisa, apaixonada pelo mar
é sublevar recitando pelos poros d’alma
um novo poema para o verbo,
te amar.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Civana

Purpurina

Grito de Carnaval
Orquestra ecoa no salão
Palhaços, Colombinas, Pierrôs
Entregam-se felizes à multidão.

Olhares se cruzam num relance
Vai-e-vem de corpos esfuziantes
Mãos se tocam por um instante
Perdem-se na euforia contagiante.

Corpos realçam a meia-luz
Sorrisos brilham na penumbra
Olhares queimam, deixam nus.

Fantasias, copos, serpentina
Música, despedida, cerram as cortinas
Beijos e lágrimas de purpurina.

(Civana)

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