Foi durante uma tempestade,
o mundo, louco, em turbilhão
fazendo das coisas brinquedo
e mais difusa a realidade.
Se abrigo, ou prisão, sim e não,
a buscar tudo e tendo medo.
O que foi luz, ou relâmpago?
O que foi palavra, ou trovão?
O toque; um corpo, ou vento?
E o gosto que a boca trago,
um beijo...? Talvez, uma ilusão.
Tudo em meio ao tormento.
Nossa vida, a se encolher,
a um passo ao próximo passo.
Chuva nos retém dentro de nós.
Para longe, os pés querem correr
e pouco penso, apenas faço.
Sou instinto... e reflito após...
Busquei calor, algum abrigo
e seu tocar foi bom, e morno...
Aconchego que encontramos.
Lá fora, chuva e perigo.
O horizonte era seu contorno,
um território que nos damos.
E foi assim, numa tormenta
de encontros sem perceber,
temporal a envolver e tomar,
corpo molhado, alma sedenta,
sem saber, ver o que eu viver,
sem entender, ou sequer parar.
Agora, o céu limpo e claro
e o sol arde em meu rosto.
A chuva se foi, virou rumor,
mas, algo marcou, reparo,
na boca, molhada... um gosto...
de chuva, ou beijo... o sabor...
Comentários
Arnault
poema com gostinho de mistério...
magia... fantasia...sonho ou realidade???
na boca, o gosto do beijo ou da chuva? imagino que é do beijo trocado durante a chuva...
lindo poema, como sempre se superando,
sou sua fã!!!
meu voto e meu carinho :)
Cinderela apaixonada
Arnault / Lu Pasqualli
Vc pegou a idéia... realmente este poema é cheio de simbolismo...
Até mesmo a tempestade da qual falo pode ser outra coisa...
Um beijo trocado durante a "tempestade".
E muito obrigado pela critica... sempre caramelizada.. rsrsr
Um beijo com carinho
Arnault