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No país das pessoas felizes

sempre que por um sorriso, caía uma bala. nunca era de mais, o que se queria puxar para o bem. no país das pessoas que queriam ser felizes, o lema era aparentar. fritar ao sol lotes de bem querer, para torná-los mesmo o que se quer. ninguém forjava planos de despedida de realidades alternativas, porque a vida tinha dois cenários. um de dramas orientais, com um xógun anafado, que grunhia ordens incompreendidas e nunca aceites. o outro, um palco de peças infantis. à noite, quando a lua ameaçava derreter o que o sol tinha abençoado, as pessoas que queriam ser felizes já tinham acautelado desgraças. desconjuntavam o que eram, e deitavam-se debaixo das estrelas à espera que o dia viesse. nunca foram censurados, e menos que o que já tinham conseguido nunca almejavam. no país das pessoas que queriam ser felizes, era rainha uma menina de tranças ruivas. tinha caracóis, que eram mesmo caracóis, e um coração de manteiga. por isso, era amada, porque não partilhava o dia de desvario dos seus súbditos. antes acompanhava, supria desgostos, e acariciava medos de morte. no país das pessoas que queriam ser felizes, nunca faltaram espelhos. todos acompanhavam com franzir de sobrancelhas a ansiedade. a vontade de tornar o amanhã, menos indispensável que o hoje....

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O país dos matemáticos

No país dos matemáticos, ninguém ousa desmentir a racionalidade. O sol nasce sempre do mesmo lado do céu que, recortado, desvenda um anoitecer trigonométrico. O quadrado da hipotenusa da alma das pessoas, é sempre inferior ao resto zero dos sonhos que ficam por cumprir. No país dos matemáticos não há dinheiro, porque divisa é o beijo que o prior dá ao seu acólito. Muito menos existem empréstimos. Tudo o que se quer de prático, só se sonha. As coisas acabam por acontecer, mais ou menos quando o sol se põe.
No país dos matemáticos, há um eminente déspota que dorme em subterrâneos instáveis. Gosta de saborear felizes ideias tanatológicas. Coisas indiscritíveis, e que nem uma equação consegue apreender. No país dos matemáticos, as pessoas nem se atrevem a dizer olá. Apenas meneiam a cabeça, e sorriem. São sinais indiscutíveis de simpatia.

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Plexo

O que escrevo fede, simplesmente porque não existe. Com ideias decrépitas, a somar a argumentos rasteiros. Com a descrição de realidades alternativas para meninos de chupeta. O amor empacotado, traduzido nos poemas debitados em surdina.
Como tudo isto são sinónimos de inviabilidades criativas. O mundo é uma laranja encarquilhada na ponta dos dedos com que destilam estas alarvidades. Em cada gomo duas formas de desgastar a realidade. A que aceita tréguas para não descomprimir o que se apreende. E a que sendo combativa, morre na praia, por falta de seiva argumentativa.

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Dias querendo noites

pela mesma deferência do dia,
com que a repetida
mente brindamos,

e o som agarrado ao que
resta de doçura,
tudo faz pouco mais
que silêncio,

dura a insuficiência
para apanhar-te antes
do fóssil inodoro do
querer mortífero...

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Flagelação

Feliz com a tristeza abaulada,
Patética figura à minha pele,...

Em decepção crescente,
Até já sou pato,

No sentido de arroz de alma,...

Folículos em chaga,
Vejo-os às refeições,
E troco-os com a sorte,...

Um dia de menina sensível,
E o dia a desmaiar,...

Uma tarde a petizar,
Com a noite rejubilante,...

Durmo para o lado único,
Flagelação...

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Orgasmos verdes

Plasma-me,

Três fortes
subtilmente descritas,
impressões
de morte,

cheiros soltos,

cão azul,
esgana,
fácil pintura,

de sonho,
acordado,

com a possível
erradicação,

de tirar pesadelos
da pestana preta
do último suspiro....

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Fazer de conta é bom

Contento-me com a solidão de uma mirada ao rio. Vestido de nobre falido, com aba de grilo imaginado, desfaço-me em agradecimentos à fogueira das vaidades que decomponho no horizonte. Lá longe, lá onde os pássaros despem as lingeries de senhora, e assumem onde nadam na noite erótica do mar revolto. Adoro-me como recolector de aspirações falidas, simplesmente porque eu fali as minhas próprias aspirações.
Enquanto mãe de água, da água que demora a cair porque as nuvens ardem de tesão, também falhei. Cuidei de amamentar expectativas. Acalorar rituais sagrados para apascentar demónios de filosofias bacocas. Fracasso. Total, completo, tão grande que até já usa ceroulas setecentistas.
O vento acalma o que pretendo seja uma transitória vontade de acabar com tudo. Finto um carneiro de duas cabeças que, apaziguadamente, começa a lamber-me as mãos. Reconheço-lhe características de entidade flatulenta e açambarcadora, por isso medo. Sim, medo alto, gigantesco. Terror do fim, porque o fim não tem princípio, e eu sinto-me um homem de meios pouco definidos.
Ao menos um exército. Adaga numa mão, escudo com a esfera armilar no outro, e uma voz de trovão em dia de epopeia renascentistas. Ninguém me pararia, porque só a imortalidade teria o condão de me amarrotar enquanto cadáver, jogando-me depois aos pés da tarântula que Deus guarda nos dias em que se sente satânico.
Por ora, meia volta, e volta para o que é seguro. Já se faz tarde. E a cegueira da calma que o silêncio ensurdecedor traz em vagas púrpuras, sempre contribuiu para menorizar o pouco que ainda resta no urinol do meu espírito.

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Martirológio

certo dia a calenda,
o ar romano das coisas
com esfinge de estanho nas
horas mortas do dia,
condenado a uma galera
em especial,
o de pedra ressalva
que é o melhor da criação falhada,
um cristo morto pende-lhe
do espírito encarquilhado,...

enquanto ri,
não chora choro ácido,
não lê indicios de
suicídio colectivo,....

e pro fim ficam os lamentos,
coisas de tomar proveito
e não acreditar que faz
sentido esperar pela redenção.....

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Clamor em buraco de coração de papel

Discursos, em poleiro suez,
És dente de cão submisso,
Pastor difamado pelo Sol,
Rio que não espera pelo salmão,....

Expandes ao núcleo hiperbólico,
Em avanço de nuclear assassino,
Que retrai, contrai,

D’ouro melena cálida,
Pois, é semiótica,
E que parte pedra marciana,...

Com o mundo a escorrer,
E a palavra a fazer-se tempo,
Pintaste,
Aligeiraste,
Facilitaste-me,...

A verdade acalentada,
Brota de ti,
Porque por ti,
O silêncio congela,
Aos pés velhos de uma fada,....

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Gangrena

a pele,
entrando por aí à sombra,
reluz de média ânsia
com os estragos do
coágulo de um sol
assassino....

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