Eco

Foto de Carmen Vervloet

Reencarnando

Minha alma tão antiga
Renasceu dentro de mim
Trazendo marcas e até fadiga.

Minha alma como um mapa
Mostra-me a estrada a percorrer...
Até a perfeição, longas etapas!

Minha alma tão imperfeita
Busca a cada dia mais apuro,
Não há para isto receita...

Vai caindo e levantando,
Se aprumando pelo caminho,
Deixando marcas por onde ando.

Minha alma tão antiga
Guarda lembranças nas entranhas
Como um eco, uma cantiga!

Foto de Albino Santos

VOLTO

Volto
mais saudoso a este “canto”
onde a palavra se renova dia a dia
onde tudo nos toca com encanto
onde nasce o sol da poesia

Volto
aos devaneios de olhos indiscretos
aos sonhos e desejos repartidos
aos encontros breves e secretos
ao deleite dos frutos proibidos

Volto
à vertigem de inéditos sabores
ao calor das palavras e sentidos
trazidas na voz de outros rumores
que segredam beijos aos ouvidos

e quando a noite cai dentro de nós
sai-me do peito um verso comovido
que se ouve como o eco reflectido
no som da minha própria voz…

Foto de Carmen Vervloet

Nunca te ausentes de mim (Para Vinícius de Moraes)

Poetinha, tu és meu ídolo, minha inspiração,
sem ti a vida é triste, nada existe...
Este amor foi composto nas cordas de um violão,
só a ele a solidão resiste e a alegria insiste.

Passei por primaveras, verões e outonos,
superei divergências, obstáculos do caminho,
sem nunca te deixar nas asas do abandono
minha alma em êxtase deslizando no teu Barquinho...

Ouço na voz do vento tua poesia e me embriago...
E te segredo: Eu sei que vou te amar eternamente!
Quero viver entre teus versos, meu mago,
no eco que se repete na minha mente.

Tua ausência seria um insuportável tormento,
pensar nela seria morrer de desventura,
derramar o meu pranto, o meu triste lamento,
abrir a porta do coração para infinitas agruras.

Portanto, Poetinha, nunca te ausentes de mim...
Sem ti minha inspiração se dissiparia no universo,
meu coração seria como rosa murcha no jardim
e a poesia já não caberia nos meus secos versos.

Foto de Carmen Lúcia

Convivendo com a dor

Aprendi a conviver com a dor.
Encarei-a de frente, venci o temor.
Deixei que ficasse ao meu lado
e meio que acabrunhado
meu passo conseguiu se mover,
ainda que desconsertado.

Imprescindível parceira da vida,
presente na lida, nos versos, no amor,
ao mesmo tempo em que espezinha
a alma lapida e nos faz crescer,
embora sendo um fardo
pesado e doído de sobre-erguer.

Há dor nos mais belos poemas
surgidos do cerne que rasga o interior,
nascidos das chagas que não cicatrizam
se não vêm à baila e explodem com a dor.
E o grito que damos traz o eco que somos.

Aprendi a valorizar a vida,
os simples detalhes lhe aumentam o valor,
que a dor não pode ser desprezada
quando não aprendemos por amor;
quem pela vida passa por passar
não conhece o direito sagrado de chorar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

Sobre o Outro Ser

A vida passa com nuvens de tristeza,
espinhos dilaceram o lírio que brotou!
O grito passa batido,
ninguém percebe o eco que ficou!

Tem momentos que a hora é de ausculta
ao coração do outro ser...

Ouvidos abertos, interlocutor apressado!
Interrompa o monólogo egoísta,
o diálogo desbotado
e ouça... ouça a voz do seu irmão!
Um coração tímido e aflito
aguarda toda atenção.

Mais ouvido que garganta
e a dor deixará de ser eterna
e a energia que se espraiará
será de paz e amor!

Foto de Paulo Gondim

Eco triste

Eco triste
Paulo Gondim
28/07/2013

Tudo se iguala
Na ausência da fala
Do que não se disse
Quando se cala

Vai-se a calma
No vazio da alma
No limiar da perda
Do que se vai entre mão e palma

Resta a dor
Numa áurea incolor
Que no peito fica
Murcha-se o que era flor

E no gesto aflito
Da vida em conflito
Tudo é solidão
No eco triste de meu grito

Foto de Carmen Lúcia

Rua do Porto

Rua do Porto...

Reduto dos desencontros,
úmida, sombria e torta,
ancoradouro dos confrontos,
vazia de portas e janelas
onde o silêncio deixa uma fresta
e seu eco recua diante dela.

Rua do Porto...

Lugar de almas atravancadas,
sem calçadas, esburacada,
onde o sol se esqueceu de entrar,
onde a lua jamais vai brilhar
e as manhãs já não querem acordar.

Rua do Porto...

Onde a noite aporta sem lua...
E um tapete umidificado de limbo
mofa a ilusão da chegada e da espera
de transeuntes que passaram por ela
ludibriados buscando quimeras...

Rua do Porto...

Beco onde a vida se infiltra
a procura de um brilho oculto
que lhe passe a ilusão de luar
ou revele nos recônditos dos seus vultos
uma alma de luz a brilhar...

_Carmen Lúcia _

Foto de Elias Akhenaton

Soneto de Natal

Que no natal, a melodia do amor
Seja cantada nos quatro cantos
Do mundo, com notas de louvor,
Regidas com ternura e encanto.

Que o eco desta sublime canção
E mais a luz de Jesus menino,
Deitado em seu berço divino,
Tragam momentos de reflexão.

Reflexão de um acontecimento
Singular que marcou com magia
A chegada do seu nascimento.

Levando o homem a acreditar
Na paz, na esperança e alegria,
Contagiando-o com o ato de amar.

-**-Elias Akhenaton-**-

Foto de Carmen Lúcia

Sem palavras

Recolho palavras que me atropelam
no silêncio inquieto que me interpela,
preciso com elas entrar num consenso,
que venham sem eco integrar meu contexto.

Ou mesmo sem nexo, sem explicação
porque eu nem sei explicar a razão
de estar tão calada, tão introvertida,
desconheço quem sou ou me sou bem conhecida.

Procuro nos simples detalhes um recomeço,
um motivo maior para continuar,
pular as reticências, revirar aos avessos
e nas entrelinhas reescrever o meu texto.

Mas as lacunas se tornam pesadas,
devo preenchê-las de palavras sensatas,
esvaziar de minh’alma meus medos e traumas
que o silêncio estimula e a palavra engasga.

_Carmen Lúcia_

Foto de João Victor Tavares Sampaio

As Paredes

Ninguém liga para o que eu escrevo.
Ninguém se importa:
Estão apressados demais com o fato de não fazerem nada.

Ninguém tem a sensibilidade de realmente entender o que eu digo
Ninguém se importa com as minhas dores
Ninguém, e sinto um vazio enorme quando digo isso
Nenhuma pessoa se identifica com os meus poemas
Pois quando declamo algum
Há o eco
E não é de outras vozes.

Ninguém liga para os meus chiliques
Mesmo quando tento chamar a atenção de todas as maneiras.

É por isso que leio
Ouço os artistas, coleciono todas as suas frases;
Eu copio as placas e os cartazes
Os dizeres nas músicas
Eu replico a vida como se eles soubessem o que tenho passado

É por isso que continuo apaixonado
Por essa mulher bonita que se chama vida.

Espero que as paredes gostem.

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