Eco

Foto de Carmen Lúcia

Silêncio, escuridão e mais nada...

Esperei o silêncio se pronunciar,
as últimas notas musicais se assentarem,
as falas se amortecerem e aos poucos
se esvaírem pelos arrabaldes...

O assovio do vento foi se enfraquecendo
e o tempo ininterrupto ficou ali prostrado.
A última sombra saída dos patamares
no vácuo se escondeu e se perdeu pelos lugares...

A lua não se manifestou e solidária
se fez meia, fino anel de prata,
estrelas apagaram suas luzes
deixando o breu da noite ocultá-las...

Um uivo abafado por não ver a lua
aquietou-se na penumbra da rua...
Agora era silêncio, escuridão e mais nada...

Assim quis permanecer...
Início da madrugada...
Nenhum ruído a comprometer,
nenhuma luz a me acender
e eu ali calada...

Momento propício
para um diálogo destoado
em que o silêncio fala por si mesmo
e o pensamento, um eco lá de dentro...

É um choro convulsivo rebuscando a camuflagem,
é o encontro de dois eus discutindo seus disfarces...
O eu que sou, sufocando a espontaneidade ,
O eu que não sou, dissimulando minha imagem.

_Carmen Lúcia _

Foto de Carmen Vervloet

Rostos que falam

Em silêncio vivo, fala o corpo...
Uma mão agitada, um sorriso morto
fala o que a boca não diz...
Tanto medo, dor, angústia, alegria ou felicidade
nos rostos vistos nas esquinas,
vielas, mansões ou bares da cidade!
O âmago expressado nos olhos
deixa o sentimento exposto!
A índole revela-se humilde, alegre, bondosa
ou arrogante, torturadora, mafiosa, mentirosa.
Rostos que tocam
como o do Papa João Paulo Segundo
um rosto humilde, sorriso amoroso,
um olhar doce e profundo...
Mas os que me tocam mais no fundo
são rostos de crianças, enjeitadas, nas ruas
com seus gritos mudos, expressões tão suas...
O eco destes gritos que se perde
aos ouvidos surdos...
O inquiridor olhar à crueldade do mundo!
Outros rostos assustam pela indiferença
rostos duros, frios, estigma do caráter hediondo,
ferozes marimbondos,
cegos para a dor dos que estão à sua frente,
de egoísmo tão doentes!...
Óculos embaçados, lentes sem grau!
Focam... apenas o próximo degrau...
Insensíveis às mazelas e procelas,
sentimentos embotados,
interesses próprios escancarados...

Os rostos são esculturas vivas!
As mais reais e precisas
talhadas pelas almas que os animam
avaliadas pelos corações que os examinam...
Os rostos falam... E como falam...
Basta olhar para o rosto dos enamorados!

Foto de Priscila Maia

Fragmentos

Nem sempre me acho

Quando tento me encontrar

O silêncio atormenta meu íntimo

A escuridão me amedronta

Tento correr

Mas não saio do lugar

Fecho-me em mundo vazio

Onde o eco da minha própria consciência

É minha única companheira

Sinto falta de quem já fui um dia

Fragmentos de mim estão espalhados

E tudo que me vem a mente

É a lembrança

De um sonho despedaçado pelo destino

Vivido pela metade

Em um tempo remoto

Sinto essa angústia apertando

Apertando forte como um abraço

Que hoje já não pode mas ser dado

Que tanto tempo já não pode ser sentido

Foto de nelson de paula

NOITE DOS MORTOS("De Vozes do Aquém")

Não acredite em vida,
depois da morte.

Só há a morte
lá do outro lado.

Viva a vida onde há vida.

Não haverá lembranças e nem sinais,
apenas uma noite contínua e silenciosa.

A alma acaba.

Finda com a vida,
pois a ela é inerente.

O mundo dos mortos
não é como o nosso.

Não é nada,
apenas o que sobrou,
enquanto persiste o eco
daquilo
que eventualmente foi.

Não poderiam caber
todos
no mesmo Paraíso,
por isso já foi tudo criado
como é,
sem nenhuma esperança
de ser diferente.

Ser é um prêmio,
mas perceber, um castigo.

Antecipar o desfecho
pode parecer razoável,
mas também
inútil.

Não resta à Inteligência
senão permanecer
inerte,
ou seja
burra.

Força a consciência
a farsa.

E resulta em uma farpa,
doída.

Saudade não constrói.

Toca.

Pedra tapa,
mas não garante
que escape
o desejo.

Talvez supere a vontade
o limite
e traga
esperança
para quem tenha
ousadia.

Nada garante,
mas vale a pena
plantar
a semente
no solo
que os pés
consagram,
ao marcar com a pegada
onde antes
havia
somente pó.

Evito,
mas também insisto
em chamar.

Não ouço,
mas prefiro
manter as portas abertas.

Confesso
que acho
que não creio,
mas acalento
algo
frágil,
como o movimento
repetido
perto
da minha
sombra.

Foto de Alexandre Montalvan

Sublime

Existe sempre uma doce lembrança
Que se eterniza em minha alma
Que me harmoniza da esperança
De encontrar luz nesta escuridão eterna
Nesta imensidão de ásperas cavernas
Onde cada eco de profundo delírio
Confunde-me na irrealidade de um desejo
De escapar desta tirânica prisão
Desta dor imensa, minha masmorra, meu martírio
Eu não sou o cadáver que anda
Todo o cadáver tem seu fúnebre cortejo
Meu único ensejo é a solidão
Sou como a chama da lareira na varanda
Que de tão fraca e obscura, só existe na lembrança
Das cinzas de meu pobre coração
Alexandre 27/03/2011

Foto de Elias Akhenaton

Soneto de Natal

Que no natal, a melodia do amor
Seja cantada nos quatro cantos
Do mundo, com notas de louvor,
Regidas com ternura e encanto.

Que o eco desta sublime canção
E mais a luz de Jesus menino,
Deitado em seu berço divino,
Tragam momentos de reflexão.

Reflexão de um acontecimento
Singular que marcou com magia
A chegada do seu nascimento.

Levando o homem a acreditar
Na paz, na esperança e alegria,
Contagiando-o com o ato de amar.

-**-Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com/
Embaixador da Paz pelo "Circle Universel
Des Ambassadeurs de La Paix"
Suisse/France nº 1019

Poema ganhador do Concurso de Poesia sobre o tema "Natal",
realizado pela Comunidade Poesia com Amor na rede social Orkut,
escolhido por votação pelo público.

Link;
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=56819832

A todos um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de Paz,
Conquistas e Grandes Realizações.

O meu carinho especial aos meus amigos poetas, leitores,
admiradores e administradores do "Poemas de Amor".

O meu muito obrigado!

Luz & Paz!!!

Foto de Marilene Anacleto

Corações Abraçados

Os sons da manhã
Encontram corações abraçados
E lábios de repouso do amor,

Onde carinhosas palavras
Ainda refletem o eco
De momentos a dois.

Foto de Daniel Sena

Talvez

Talvez essas sejam minhas últimas palavras
E é possível que nunca mais me vejas, nem me escutes
Talvez seja verdade o que eu soube, mesmo sem entender
Talvez eu quisesse tanto a ti, que esqueci de mim
E ainda é possível fazer com que meu amor seja teu
Posso provar, se quiseres… posso até te ver mais vezes
Talvez não seja só dor, seja querer
Talvez tudo o que eu faça seja por ti
E se porventura estivéssemos com medo?
Talvez nos amássemos já ali, mas as ondas nos assustavam
Fazíamos festa adormecida entre corpos escaldantes
E controlávamos o mundo, éramos tão bons amigos
Talvez eu não soube te encontrar
E por estares perdida, meu amor… a demora nos distanciou
Talvez eu ainda te ame pra sempre, ou te esqueça daqui a algumas horas
Talvez eu me case na sexta, e me divorcie aos 50, com filhos, cabelos brancos
E se estiveres lendo o que penso?
Pensas que talvez possamos dividir tempo e aconchego ainda?
Talvez eu seja um coração, e tu sejas meu pulsar
Talvez eu não valha muita coisa, mas te sou honesto
E é possível que eu te ame tanto, tanto…
Tanto quanto o meu peito suporta durante um suspiro
Talvez eu case contigo, sua boba
E te roube pra mim
Talvez não tenhamos existido, e nos perdemos entre tempos
Somos o que talvez alguns chamem de “almas gêmeas”
Eu nos chamo pelos nomes, e escuto um eco tão apaixonado
Noto até o perfume entre fonemas e dicção
Talvez sejamos o fio mais fino já feito de amor
Por isso nos machucamos às vezes
E é possível não pensar em ti?
Ou não te querer por perto enquanto vivo os meus dias?
Meus solitários, nervosos… às vezes divertidos, mas escuros dias
Talvez eu rasgue os versos que te fiz, só de pirraça
E depois te faça rir, talvez tenhas uma crise de riso
Talvez ao te visitar, eu , na verdade, esteja voltando pra casa
E talvez tenhamos um lindo ocaso só nisso
Com um sol particular, e liberdade pra olhá-lo pelo tempo que for
Não gosto da ideia de te pedir pra me esquecer
Mas talvez seja melhor
Os segundos que não estás por aqui, a mim custam em sangue.

Daniel Sena Pires – Talvez (21/09/2010)

Foto de sebastiao alves da silva

A dor de amar você

Certamente
Você já ouviu, eu te amo
E até se alegrou
Achando que era amada de verdade
Mas depois de um tempo
Você percebeu
Porque seu coração nada sentia
Em relação a essa frase tão bonita,
E então você chorou...

Você percebeu,
Mas já tarde demais,
Depois de ter se entregado pluralmente,
Que as palavras sozinhas
São incapazes
De carregar nossos mais profundos sentimentos...

Embriagada você quis
Que fosse verdade aquilo que te ofereciam
E foi mais fácil se apegar,
Se apegar ao que parece com o que nos falta,
Àquilo que pintam como parecido
Com a nossa Grande Necessidade
De ser amado...
Você percebeu,
Mas já era tarde demais
Para voltar atrás... Uma parte sua para sempre se foi.

Então apareceu novamente uma luz,
Um certo tipo de luz
Que não brilhara sobre ti
E eu te vi,
A luz era forte
E te trouxe para mim...
O tempo passou
E nos aproximamos, dia a dia
Fomos nos enlaçando
E eu disse sem palavras
Que te amava...
Mas você não estava pronta
E agiu como idiota
Cuspiu na minha cara e teve atitudes
Que te afastaram da luz,
Que te levaram para longe de mim
E eu gritei,
Eu te amo,
Mas você não ouviu
Mas você não quis ouvir
Mas você debochava de meu sentir
E então eu parei...

Mas isso não significa
Que tenha morrido os meus sentimentos
Porque quando a gente ama assim,
Assim como eu te amo
Ama eternamente
Não importa que esse a quem amamos
Odeie-nos e nos despreze
Ainda com mais força o amamos,
Você sabe disso...
Porque ele não é digno do nosso amor
E por isso mesmo mais merecedor de nossa compaixão...
Não ser aceito como somos
Não ter a quem entregar o nosso amor
É viver a eternidade em solidão
É carregar para sempre uma dor
Uma dor que você não sabe
Querida você nunca vai saber
Como é a dor de amar você...

Uma dor que você não sabe
Querida você nunca vai saber
Como é a dor de amar você...

Certamente
Você já ouviu, eu te amo
Mas isso morreu apenas pronunciado
E você quis isso tanto
E com tanta força
Que como uma droga pesada
Te estragou, e te inutilizou
Para o meu eu te amo
Que retumba sem eco pelo universo inteiro...

Em minha mente
Eu vejo sempre você chegar
Vindo não sei de onde
Eu fecho os olhos e tento te abraçar
Mas você sempre foge
Vai para a infinita distância
Perdida de meu cansado olhar...

Você não sabe como dói
Você não sabe o tamanho da dor que me corrói
Em que mar de sangue estou me afogando agora,
Você não conhece
A dor de não ter a quem entregar
O amor que nasceu na gente
O amor que quer também ser refletido
Em nossos olhos,
É a solidão desfazendo nossos ossos
É uma dor que você não sabe,
Querida você nunca vai saber
Como é a dor de amar você...

Foto de Delusa

Quem sou

Sou apenas como o vento,
Que não se vê só se sente,
Sou como o pensamento,
Que se oculta na gente.

Sou como alguém que vai,
Arrastado pelo vento,
Sou o eco de um ai,
Os suspiros do sofrimento.

Sou fogueira que se apagou,
Que ardeu e já não aquece,
Sou cinza que o vento levou,
Que nunca mais aparece.

Sou pena solta a voar,
Que da ave se depenou,
Vôo suspenso no ar,
Sou pena que a ave deixou.

Mas quem sou eu,
Que não sou chuva nem vento?
Sou um dia que escureceu,
Ou uma noite perdida no tempo.

Delusa

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