Blog de Arnault L. D.

Foto de Arnault L. D.

Flor do acaso

Minha poesia precisa de vento,
de abelhas e passarinhos,
porque, é como semente...
A esperar pelo momento,
enquanto espalham-se os caminhos,
de germinar em nascente.

Quem sabe onde? Não sei...
Quem sabe são as abelhas,
os passarinhos e o vento...
Onde o acaso é rei.
Em qual girar do torvelinho
irá acender-se a centelha.

Longe do olhar meu,
ou de todos que conheço,
talvez floresça outra poesia,
sem importar d'onde se deu
e com o frescor do começo.
Todo o amor que em si trazia.

Flores que o acaso semeia,
assim é o que enquadro
e que sobrevive além de mim,
emoldurado na emoção alheia.
É espelho é não quadro.
A mostrar você, eu, ou todo afim...

A imagem a si pertence,
o espelho empresta-lhe a face,
e cada reflexo, espelha diferente...
Sementes e espelhos, poesia “non-sense”
que as abelhas e ventos dá-se,
Até florirem num reflexo afrente.

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No fundo do coração

Quem saberá dos teus sonhos,
se traz o olhar fechado
e da voz, nada é o que diz.
Não sei, apenas suponho,
pois teu coração é outro lado,
obscuro, por traz do verniz.

Quem sabe de alem do muro,
onde jamais alguem pisa,
onde o sol nunca alcança.
Lá onde o sonho é seguro,
dos outros e até da brisa...
Onde a vida é velha e criança

Mas, nestes olhos fechados
sei que guarda-se do mundo,
os muitos “eus” e o autentico.
Em mares nunca navegados,
mares do abismo mais fundo,
além do emergir no caótico.

Foto de Arnault L. D.

Backup

Prometa-me que ao me esquecer,
continue a buscar por mim,
pois, é o que de melhor terá
e nesta buscar irei viver,
nas entrelinhas, viés e confim...
Sei, meu nome não mais meu será.

Nos detalhes das coisas pequenas,
a qual se atira, sem pensar, por gosto.
Naquilo que ao lábio um riso traz
e as farpas e pontas tornam amenas,
como a toda dureza em seu rosto
serei eu, sombra e nada mais.

Prometa-me que enquanto esquece,
não torne as lembranças diferentes,
que apenas as dilua a evanescer
até que de mim, no seu cesse...
A espero desconhecido a frente.
Prometa-me lembrar-me no esquecer.

Prometa-me esquecer de me esquecer...

Foto de Arnault L. D.

Chuva escura

Eu preciso de abrigo
para esta chuva escura,
que alaga-me a estrada.
Pois, sei que corro o perigo
de perder fúria e paúra,
inerte n'água estagnada.

Chuva pegajosa e turva,
que tinge as cores e minimiza
tudo no que ela mesma é.
Pesando sobre as plantas, que curva,
em meus olhos, as metas que visa,
corroendo o ânimo e a fé...

Mas, as lágrimas ainda puras,
continuam vertendo límpidas,
a solver, a nódoa impregnante.
Mas, elas anseiam as alturas,
do azul, das estrelas, ávidas...
De um abrigo à chuva incessante.

Se for chuva, então que desabe
para que lave a alma e o ar
e que depois o vento a leve
e assim, este nublado acabe,
num rasgo de céu a estiar...
E o infinito azul torne breve.

Foto de Arnault L. D.

Tinta vermelha II

Aqui, no papel,
eu posso chama-la de amor.
A vestir, despir, dispor...
Caminhos infindos, carrocel...

E posso assim,
transpor distancias e leis
e ao que quiser, eis...
Trarei a luz, meio e fim.

No compor múltiplas folhas,
sem deixar pautas em branco.
Das cores, primas; dos sons o canto.
Ao destino contraponho as escolhas.

Já que a realidade limita.
faço sonhos, escrevo poesia,
quebro a linha tênue que atavia
ao que o amar vem e me dita.

Minha mão lhe acaricia enquanto grifa
A caneta segura a mão que lhe afaga,
Que ela, sua boca me traga, enquanto traga,
no beber de seu beijo que me rifa...

Se não as ler nem palavas são
pois, reverberam apenas no sentir
e elas estão fora de mim, e onde ir.
Eis-me do avesso, tinta vermelha do coração

Foto de Arnault L. D.

Preciosidades

Flores vermelhas,
arco iris,
mar de verde-azul,
céu anil,
mata extensa,
noite estrelada,
cheiro de café,
brisa da praia,
sol das cinco horas,
agua fresca,
cerveja gelada,
beijo na boca,
sexo com amor,
rock'n'roll e blues,
solos de guitarra,
vinho e morango,
mulher amada,
ser amado,
tempo livre,
papo fiado,
amigos,
vento no rosto,
dormir abraçado,
e mais rosas,
e mais arco iris...

Foto de Arnault L. D.

Monólogo

Das palavras que eu não disse
por achar que haveria prazo,
doce comodidade do ignorar.
Agora soariam como tolice,
pois ficaram ali, no atraso,
não há mais como falar...

Dos sentimentos que perduram,
para além do seu momento,
onde não mais podem expressar,
como os amantes que juram,
como se espalhando no vento,
pétalas de rosa em pleno ar.

Das verdades que escurecem
sob a poeira, que as cobre,
até que não se pode olhar,
sepultadas, fundo, permanecem.
Mas, como o brilho do cobre
esverdelhado apaga-se no oxidar.

Das palavras que eu não falei,
trago um gosto amargo...
Mas, sei que eram doces ao paladar.
E embora não dizendo não as calei,
pois, ainda as ouço ao peito largo.
Elas não calam, elas não param de falar.

Foto de Arnault L. D.

Do que agora sei

Somente quem o amor viveu,
poderá dele entender,
como o escravo, sentir-se rei,
o sorriso bobo, que o gênio deu.
O contrassenso certo parecer,
seguir as regras e estar contra a lei,
lembrar-se do que nem se deu,
de certas coisas que se quer viver.
Entenderá do agora que sei,
verá mensagem no que vulgar que leu,
nas tolas frases, nascer em dizer
pétreas verdades, perdidas na grei
do arrogante orgulho do eu
vangloriando a tolice em não crer.
Sem entender o que diz o amei...
Nas poesias ocultas no breu,
que em seus olhos novas podem ser,
mas somente quando o amar... Amei.

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Um pouco menos

Desesperança,
é a paz que não se quis;
é o curvar da estrada,
antes que o querer alcança;
é o amor de meretriz
depois de pagada...

Mas, não é esquecer.
É a ideia em fragmentos,
tantos que não se sabe juntar;
é o não ver, entender;
é o não argumento;
e o amor sem amar...

Se fosse esquecer,
seria salto mortal...
Solto, sem rede... Voar..
e então cair, morrer,
na confiança do final
uma outra mão apanhar.

É acordar, sentindo falta,
da falta, da sede, do mais...
é saber-se diminuído
ao que os olhos ressalta.
Perder caminho, ancora e cais
e a si próprio vencido.

Foto de Arnault L. D.

O corpo do beijo

Quando meus lábios tocaram
a pele de seu rosto,
o canto de sua boca,
meus olhos se fecharam.
Por não precisarem ver, sabiam...
A ideia... Apenas uma.
Os pensares resumidos ao beijo.
A abandonar-me a cada sentir
de suas mãos e minhas mãos,
costas, seios, desejo e calor,
perfume, cabelo e detalhes.
A se unir, fundindo-se aos meus.
E o beijar não mais beijava, era mais...
Tocava-lhe a alma e a minha se perdeu.
Entre a doce fome de amores
a nos devorar e servir...
E não mais a queria,
pois era você, eu, em simbiose...
Apenas eu, ou você, tanto importa
nos resumindo num outro, em único.
Em catarse, fui o prazer de sentir
e o responder de seu prazer.
beijando como se amamenta... Faminto.
Negando de toda filosofia,
de todo entendimento e ego.
Eu era apenas aquele que a beijava
e mais, eu fui o próprio
e só... O beijo,
o corpo do beijo.

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