Blog de Arnault L. D.

Foto de Arnault L. D.

Faz de conta

E lá vamos nós, de repente
cometer os mesmos enganos.
Tendo a coragem insciente
mesmo não sendo inocente.
Novos os erros, velhos planos,
e o mundo novo novamente.

Pois, somos agora novatos
tais iniciantes calouros,
a encher a boca de doce,
da vida, a encher os pratos...
Temos na cabeça os louros,
heróis pelo medo que fosse.

Dos guardados que sabiamos,
não mais nos servem de destino.
O futuro foi só iniciado,
ao inexplorado arriscamos...
Me reinventei um menino
adiante do inesperado.

Por hora, amada criança,
iremos passar por adultos.
E quem sabe, crescer de novo,
no concretizar da esperança
de dar tudo certo, e ocultos,
brincar de esconder entre o povo.

Foto de Arnault L. D.

Senhor

Quando não tenho o que falar
e as idéias não vem, eu creio.
Quando as mão não podem alcançar
esticando a vontade, eu creio.

Que Deus, há de ouvir meu vazio,
que meu silencio lhe chame a atenção...
Que não me resta nenhum brio,
somente o arfar da respiração.

Eu acredito, que na parte escura,
se esconda ainda um anjo de luz.
Que ao meu lado, a amável figura
me venha em ajuda, ah, meu bom Jesus....

Que a teimosia, que me faz em pé,
não seja apenas a vontade bruta
Mas, seja a certeza etérea da fé,
que ainda resta e que por mim luta.

Ah, Senhor Deus... ah, meu Senhor...
ouve-me as preces emudecidas,
porque eu te amo... e és amor...
em ti espero nas forças vencidas.

No impalpável, meus olhos procuram
diante a cegueira um milagre que for,
mas, se não vejo, fecho, os olhos curam.
Na certeza creio ... creio em ti senhor.

Foto de Arnault L. D.

Ave noturna

Céu infindo noite adentro,
nuvens marmorizam a vastidão.
E entre suas rajas entro,
deixo levar pela imensidão.

Seguindo as formas mutantes
das nuvens, libertas, nos ventos.
Soprados, faço semelhantes,
o peso dos meus pensamentos.

E ignoro a existência,
dopado, rendido ao céu.
busco “ovns”, indulgência
da ignorância num carrocel...

Gira solto, o universo;
e eu, ínfimo e siderado,
a cismar em forma de verso
o meu rascunho, desvairado.

Uma ave noturna passou!
Me tomou de meu devagar
ela foi... suas asas levou
e despertei, imerso no ar...

Foto de Arnault L. D.

Dolorosa

Minha alma anda tão triste
que apagou as luzes,
desligou o som.
Que buscou o canto da parede,
o chão do canto da parede
e ali se encolheu.

Respirando de pouquinho,
quase como esquecendo,
a chorar lágrimas mornas,
a engasgar de boca aberta.
Só querendo junto a luz,
apagar a dor.
Ou se fazer invisível,
inalcansável fim do mundo.

O chão do canto da parede
tem um quê de fim do mundo,
como o umbral de uma cova.

O corpo teso, cada músculo
queimando em estafa.
Testa vincada, pulmões travados,
olhos vazios de esperança,
olhos de naufrágio...
No canto escuro, no silêncio,
solitário, das almas doloridas.

Um grito fibrilante é o silêncio.

Foto de Arnault L. D.

Verde azul do mar

Céu azul, a cor do mar,
céu azul de certo olhar,
sobre mim, a luz solar,
cá em mim a luz do há’mar.

Céu azul, verde do mar,
quase azul, vão se encontrar
no horizonte, a se tocar,
linha real e do pensar.

Quando o céu, no meu mirar
fez rememorar o mar,
pelas águas deste ar
dei braçadas a nadar...

Azul vede; verde o mar
entre os cilios a escapar.
Céu eu vi iluminar
de azuis e verdes brotar.

Cor de céu na cor do olhar.
Olhos de maré a piscar,
sob o céu veio espelhar:
Azuis do céu, verdes do mar.

Foto de Arnault L. D.

Agora que ela se foi

Agora que ela foi embora
e levou consigo a ventania,
posso as janelas todas abrir.
Posso perder a linha, a hora,
as cortinas, o vaso, o dia,
sei que nada vai do lugar cair.

Os papeis soltos na mesa,
a caneta e o caderno,
as folhas que não balançam.
O viver não tem surpresa,
calor verão, frio inverno.
Sonolenta é a paz da razão.

Mais nada a cobrar, ou pedir,
e a agenda livre... letargia
bom... vejo que tudo está bem.
Eu, inerte, não preciso ir.
A tarde vai na noite e esfria,
outro motivo algum não tem.

Tudo agora fez-se calmaria.
Eu temo: as inertes lápides,
d’onde o resto ao redor é além.
O ventar, que agora estia,
abandonando-me os revides
não mais se movimenta; estou bem.

Foto de Arnault L. D.

Segredos

Segredos são para esquecer,
mas, não para perder, saber
onde buscar, o que encontrar;
Segredos são para guardar.

Segredos são para olvidar,
não descartar, a si falar,
p’ra não falhar e confessar.
Segredos são p’ra se guardar.

Segredos são para guardar,
alto do ar, fundo do mar...
Onde se veem, rindo, em ater
de quem nunca os irá saber...

Segredos são para esquecer,
mas, se puder, por que os ter;
se há opção, eles nem são,
segredos sempre dizem não.

Foto de Arnault L. D.

Sombrio

Os galhos se esticam,
planta buscando a luz.
O claro é sua opção.
Vez, a ela, me propus.

Mas, os olhos ofuscados
e a pele a arder...
Quis ares enevoados.
O habitat do anoitecer.

Há flor que só abre no breu,
bichos que saem no escuro,
a mudez ama o ermo e eu
nele me sinto seguro...

Sem folhas, sou qual a raiz
no fincar-me ao submundo.
Sua natureza a prediz,
enterrar-se ao mais profundo.

Sinistro, soturno e frio,
olhar escuro, vermelho.
Vo’alma, morcego sombrio,
rumo a perder-se no espelho.

Na sombra, meus olhos abrem,
e ouço a canção do vento
chamando as folhas, que caem,
a dançar no esquecimento.

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O amor faz doer

Se o meu querer bastasse,
juro, mudaria o mundo.
Desfaria a dor, o sofrimento,
secaria a lágrima da face,
tornaria o amor fecundo.
Soprar ar aos cataventos...

Se o meu querer bastasse,
eu rasgaria as verdades,
faria doces as mentiras,
que por carinho inventasse.
E o tempo, que se evade,
tornar com a Terra, que gira.

Se o meu querer bastasse.
ele enfim se bastaria.
Não viria à boca, a salivar,
nesta fome, que me nasce
de querer fazer o que faria
se o querer fosse bastar...

Se o meu querer bastasse
minha moça, eu tornaria
o cinza em cor, novamente.
Posso querer... só me abrace...
Se pudesse, tudo, eu faria.
O amor dói, no querer que sente.

Foto de Arnault L. D.

Roma

Apenas um sopro de ar
e de repente. ela voltou;
no perfume, que veio brincar
de burlar o tempo que passou.

Involuntário rompante
somei ao ar toda extensão,
saudade, e naquele instante
só ela em mim, fez clarão...

E veio assim, de surpresa,
a memória tal fosse agora
num átimo, sem defesa.
O dia perdeu a hora...

Suspiro, desperto ao aspirar;
o olor, acorda o que sonhei.
Ancorar um navio no ar...
um navio, e o mar que afoguei.

Bebendo a brisa embriaguei
no cheiro e gosto, partes, grei,
que do amor também guardei.
O perfume, seu perfume, sei.

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